Opposite Sides Of The Same Coin

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– Boa noite.

Eu gaguejei, um pouco desconcertada.

– B-boa noite. – Ele assentiu, virando para curtir o show.

– Policial? – Cochichei para Harriet, que já tomava seu segundo coquetel.

– Sim, ele é o líder das forças especiais australianas. – Eu ergui a sobrancelha. – O que foi, acha que só a América e a Europa tem uma? Isso é Xenofobia, Madsen. Ok, tudo bem, talvez ele seja de Londres que nem você, mas as forças especiais são daqui, eu juro!

Eu o olhei discretamente. Os olhos verdes de uma cor musgo e os cachos castanhos indo para o loiro.

– Eu sei, ele é um gato. Daria tudo por aquele homem. Qual mulher não sente uma tremedeira quando cruza com o agente Harris? – A latina se abanou um pouco, e eu ri.

– Agente Harris?

– Vincent Harris. É o nome dele. Amigo muito próximo da Lyn. Parece que estudaram juntos ou algo assim. – Eu ainda não sabia porque diabos Denise apresentava o Gossip Show, quando Harriet parecia muito mais apta ao cargo.

Vi Lyn Turner sentar perto do agente Harris e cochichar algo a ele, que deu um sorriso e assentiu. Depois disso, todos aplaudiram enquanto ela subia ao palco e anunciava o começo do desfile.

– Senhoras e senhores, bem-vindos à Versalle! Há exatamente 7 anos, esse império nascia! E hoje, estamos aqui para comemorar esse sucesso. – Harriet tinha razão, aquela mulher era maravilhosa. – Seja livre. Seja você. Seja Versalle.

Uma música de batida viciante começou a tocar enquanto as modelos entravam no palco, exibindo suas roupas inusitadas e maravilhosas. Aquilo tudo era muito novo pra mim, e, ao mesmo tempo, lindíssimo. Harriet, por outro lado, não parecia muito empolgada, mas era compreensível, já que ela via aquilo todos os dias. É a mesma coisa que querer que um faxineiro fique empolgado ao ver sujeira.

Depois de um tempo, o desfile passou a se tornar repetitivo, e não achei nada demais em sair e ir ao banheiro. Havia tomado muitos coquetéis. Parecia que eu e Harriet não tínhamos a mesma resistência em nossas bexigas.

Saí em meio ao centro de eventos relativamente vazio, com a música do desfile ao fundo, procurando o banheiro. O centro de eventos era tão grande que não conseguia achar o lugar certo, e já estava para fazer xixi na piscina.

– Onde diabos é esse banheiro? – Perguntei a mim mesma, adentrando o jardim.

Eu já estava para dar a volta, pois provavelmente tinha entrado em uma ala que muito provavelmente era proibida.

– Você lembra do que é pra fazer? – Ouvi aquela voz fanha e irritante que passava na minha tevê aos domingos.

Denise Sparks estava no jardim com... Aquela era Alyssa? Minha meia irmã olhava para os lados nervosa, como se estivesse com medo de que estivessem sendo observadas. Azar o delas que esconde-esconde sempre foi meu jogo favorito quando era criança.

– Sim, senhora Sparks. – Alyssa assentiu, e percebi a insegurança em sua voz.

– Quero que coloque isso nas roupas da Lyn Turner. Essa mulher tem que parar de se meter no meu caminho. – Eu contive um grito. Aquilo era cocaína?

Alyssa guardou o pacote na bolsa que usava para combinar com o vestido e se afastou, enquanto eu ainda observava tudo, atônita. De repente, a vontade de fazer xixi ficou em segundo plano.

A perdi de vista quando entrou na multidão. Passei a olhar em volta, procurando qualquer sinal dela, mas Alyssa parecia ter evaporado. Eu estava esquecendo o real motivo de estar ali, mas minha conversa com Lyn poderia esperar. Precisava impedir que minha meia irmã fizesse uma besteira.

Someone To Save You Where stories live. Discover now