Prólogo

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Marcelo Junqueira

Ontem finalmente conseguimos fechar com mais um cliente de peso e isso, significa mais grana no nosso bolso. Nós não podemos reclamar de nada, pois para uma agência que começou quase agora, estamos muito bem servidos. Temos um equipe competente e organizada.

Eu estou tendo que conciliar esse trabalho com meus treinos. Eu não posso me descuidar do corpo e muitas vezes malho de madrugada mesmo, só para não perder o dia. Eu sou um cara reservado em certas coisas, e muitos dos meus amigos não fazem ideia da minha vida. Meu único amigo o verdadeiro que está comigo sempre, é Beto. Ele sim! Eu sei que posso contar pra tudo. Eu estive com ele nos piores momentos e ele nos meus piores momentos também.

Ele é o único que sabe da minha vida sem segredos, até meus pais não sabem o que ele sabe. É ele é o único que tenho essa confiança para me abrir.

Ele é meu irmão!

Além de publicitário, eu também sou lutador. Sim, sou lutador de lutas clandestinas desde dos meus vinte anos. No começo eu era apenas mais um, mas com o passar do tempo criei a minha própria. Com minha vinda para o Brasil abri uma aqui, e pra falar a verdade eu adoro isso! Eu me sinto livre e completo quando luto. É minha primeira paixão!

Ter um pai delegado, pra mim sempre foi motivo de orgulho e não de medo, como muitos por ai dizem. Meu pai nunca me obrigou a seguir sua profissão e agradeço por isso. Não é pra mim isso.

Eu estou tão preso nos meus pensamentos que não vejo Alberto entrar na minha sala.

-Que cara é essa? - pergunta se jogando no sofá.

-A mesma que eu tenho. - rio. - O que você tem? Essa cara de morto.

-Isso se chama ter crianças pequenas em casa. - diz visivelmente cansado. - Os bebês estão dando uma volta na gente para dormir. Estou só o pó.

-É você fez o serviço muito bem feito na minha irmã, pois dois de uma vez cara é demais.

-Eu sempre faço. - diz ficando sério de repente. - Vim aqui pra te falar uma coisa.

-Pela sua cara não é coisa boa, né?

-Não! - ele pega o celular e me entrega. - Olha essa mensagem.

Eu pego da sua mão e paraliso com o que leio.

-O que você respondeu? - pergunto levantando e o entregando.

-O mesmo de sempre cara. - me encara. - Marcelo tá na hora de você da um jeito nisso, alias passou da hora!

-Não, Alberto. - falo irritado. - Você sabe tudo que aconteceu, por favor não quero reviver isso... - eu sento desolado. - Não suportaria.

-Cara eu sou seu irmão, sabe que pode conta comigo, sempre. Mas só acho que não dá pra se esconder a vida toda desse assunto.

-Eu sei... - sinto meus olhos aderem.

-Então, pensa com calma no que to te falando. Tenho que ir.

-Vai lá e valeu mais uma vez.

-Irmãos pra sempre, lembra?

-Lembro!

Ele sai e fecha a porta.

-Droga de vida!

Quando será que esse maldito assunto vai parar de me atormentar, quando será que vou parar de lembrar? Quando?

Beatriz Lobo

As vezes precisamos passar por determinada situação, para aprendermos a nos valorizar. Não é segredo que eu sou completamente apaixonada pelo Marcelo, mas sei que ele não partilha dos mesmos sentimentos. Esses meses que ficamos afastados, foi bom para mim. Nós só nos falamos agora se é uma coisa muito séria e precisamos ficar no mesmo ambiente, pois se não for isso... Não nos falamos. No casamento da Poliana, nós entramos juntos, mas não conversamos.

Se ele quer se afastar, eu vou fazer o mesmo.

Chega! Eu não vou tentar puxar assunto como fazia antes e só levava patada dele. Pois desde o começo ele sempre me tratou com rispidez. Só esteve melhor quando quase passou dessa pra melhor e começou a me tratar melhor, mas depois do dia que ouviu eu dizer sobre estar apaixonada, ele se afasto. Então, foda-se!

Eu tenho muitas coisa pela quais me preocupar e Marcelo está em último plano agora. Eu comprei um apartamento para mim e meus pais, estou conseguindo dar uma vida mais digna a eles. Tudo graças a nossa agência.

-Filha será que você pode me ajudar aqui? - minha mãe me grita do quarto.

Eu corro pra lá e ela está tentando levantar enquanto meu pai dorme na cama.

-Quer ir ao banheiro? - pergunto a ela baixinho.

-Não querida! Eu só quero ir pra sala, precisamos conversar.

-Ok!

Eu ajudo dona Laura, a sair da cama e a levo pra sala.

Minha mãe tem problemas na coluna, já teve câncer de mama e graças a Deus foi curado. Mas sempre temos que vigiar. Por isso contratei uma cuidadora, para ela e meu pai.

-Quer algo mãe? -pergunto fazendo ela sentar no sofá da sala.

-Senta aqui, e vamos ter uma conversa. - diz me fazendo sentar.

-A senhora está me assustando mãe. O que tanto você quer me contar?

-Ele procurou seu pai. - diz visivelmente perturbada. - Benjamim o procurou.

-O que? Pra que?

-Ele quer você. - diz visivelmente perturbada. - Ele é um homem muito poderoso filha, pode fazer o que quiser.

-Ele sabe onde estamos morando? - pergunto aflita.

-Não! Pelo menos eu acho!

-Mãe... Eu não quero aquele homem perto de mim. - digo chorando. - Só por ele ter emprestado dinheiro para o meu pai, não significa que vamos ficar nas mãos dele. - digo nervosa. - Eu já paguei pra ele o que devia assim que abrir a agência, não vou mais sair com ele para jantar e ser acompanhante dele, por uma divida que já foi paga.

-Ele é poderoso e rico, sempre tem o que quer.

-Mas não terá a mim, não mais. - levanto. - Ele tinha nós nas mãos pelo dinheiro que emprestou, mas eu já paguei e não vou mais sair com ele. - grito. - Tenho nojo dele!

-Queria que seu pai nunca tivesse trabalhado pra esse homem, queria que nunca tivéssemos pedido aquele dinheiro emprestado. - fala com amargura. - Mas era preciso e só ele podia ajudar.

-Eu saio com ele desde os meus dezoito anos, todos esses anos com medo dele não respeitar minha decisão e me abusar. Eu não vou passar por isso outra vez, nunca mais.

Parece que quando tudo está bem, histórias do passado voltam para nos assombrar.

Continua...

Oi oi gente!

Olha eu aqui! Eu não aguentei segurar e soltei prólogo, mas agora só ano que vem mesmo.

Curtam e comentem.

Beijos!

03/11/2016





Desejo Arrebatador - Trilogia Homens Apaixonados - Livro 2Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon