vigésimo primeiro capítulo

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A loira estava encarando a banheira já cheia buscando uma decisão. Ela se perguntava a todo estante se o que pretendia fazer naquele momento, era o certo.

Ela prometeu a sí mesma nunca mais abondona-lo. Mas tudo se torna tão estranho quando ele só faz merda, Coringa é inconsequente,  ele não enxerga os limetes de Harley.

Chega uma hora que a pessoa cansa.

Era isso que Harley sentia, cansaço. Estava cansada de tentar fazer do seu relacionamento - se é que pode ser chamado assim - algo bom.

Seus olhos que estavam vermelho devido ao choro, se concentraram em fitar somente a banheira. Ela queria decidir, antes que ele chegasse e tentasse impedi-la. Tudo era tão, complicado.

Lembrou-se do dia que fugiu e de como havia o deixado totalmente enfurecido. De alguma forma, Harley sentia que desta vez, se decidisse abondona-lo, ele iria sentir outro sentimento, tristeza talvez? Ela sorriu fraco e se abraçou tentando se aquecer pois a mesma sentia frio, muito frio.

Ela chorou só mais um pouquinho antes de se levantar e seguir em direção a banheira entrando na mesma. Deitou-se e conseguiu achar uma posição quase que agradável. Ainda estava tentando decidir o que faria, de qualquer forma, se ela não se matasse, o frio faria isso por si só.

Ela afundou mais um pouco na banheira e fechou os olhos sentindo suas lágrimas derramarem se juntando a água gelada.

Ela sabia que se o deixasse, nunca mais o veria. Era um caminho sem volta. Harley o amava, isso era fato. Então como abandonar de vez alguém pela qual é seu motivo de viver?

Ela sorriu de canto e parou para pensar. Ele merecia isso? Merecia que ela morresse por ele? Pela dor que ele causou?

Harley não queria dar esse gostinho à Coringa.

Respirou fundo e continuou na banheira. Lembrou-se novamente de outra cena que ela nunca esquecerá, desta vez, ligada à seu pai.

"Não vale a pena acabar com sua vida quando tudo te põem pra baixo querida. Se a vida fosse fácil, todos seriam felizes não acha?"

A loira se afundou totalmente na água ainda lembrando das palavras do seu pai que morreu, deixando feridas, jamais incuráveis.

" Você sabia que o espírito humano é forte?"

Debaixo da água, Harley sorria relembrando as carícias de seu pai.

" O amor é bom, mas também é ruim. Ele te leva as alturas, mas quando você se dar conta, ele te  faz cair."

As loira se remexeu na banheira sentindo que estava chegando ao seu limete.

"Lute pelo o que acha certo."

O ar já lhe fazia falta. Assim como seu corpo pedia por calor.

" Deixe que a pessoa te ame, do jeito dela. Mas se você não se sentir bem com tudo isso, faça sua escolha."

O corpo de Harley já começava a tremer. Seus pulmões não aguentariam tanto tempo.

"Lute querida, com muita força e garra."

Mesmo debaixo d'agua, uma lágrima foi capaz de sair de seus olhos.

"Ou então, desista."

O coração de Harley se apertou ao lembrar do seu pai sendo morto. Era tudo tão dolorido. Seu coração já não batia mais com velocidade, agora ele estava lento, como se estivesse avisando que seu tempo, estava acabando.

Arlequina Where stories live. Discover now