décimo oitavo capítulo

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Harley estava deitada no sofá com um livro nas mãos. Ela não admitia mas, amava ler. Desde de muito cedo se interessou por literatura, mas decidiu seguir o rumo da psicologia.

Ela tinha um fascínio por pessoas com problemas mentais, se interessou pelo assunto, então decidiu ajudar gente que sofria de problemas como esse.

Mas sempre tem uma exceção. Sempre tem alguém que ninguém entende. Coringa é essa pessoa. Harley as vezes se xingava mentalmente por não ser capaz de entende-lo. Mas ela logo se conformou com isso, afinal nem ele mesmo se entende.

Falando nele, o mesmo esta no quarto com seus olhos atentos em suas tatuagens, obviamente cada uma delas tem um significado. Mas ninguém além dele mesmo precisa saber.

Seu olhar estava indecifrável. Qualquer um que o olhasse não conseguiria descobrir o que se passa na cabeça psicótica dele. Um suspiro cansado saiu de sua boca.

Um pouco desajeitado ele se levantou da cama e seguiu em direção a cozinha, passou por Harley sem fazer contato visual. Ela estava concentrada de mais em seu novo livro. A palhaça praticamente o obrigou a comprar um livro de romance para ela.

Contrariado, o Joker mandou um de seus homens comprar o máximo de livros possíveis para a Rainha de Gotham. E assim foi feito, os capangas apareceram com pilhas e pilhas de livros para a Palhaça ler até morrer.

Braços circularam sua cintura e ele revirou os olhos com a coragem da mulher que estava o abraçando. Ninguém em sã consciência ousava encostar no Joker quando ele estava perdido em pensamentos e ainda mais com um pote de sorvete nas mãos. Aquilo era considerado crime!

Mas, Harley era uma criminosa, e aquele crime, só ela podia quebrar.

- Puddin... - a voz manhosa da mulher que estava atrás fez com que ele saísse de seu transe.

Coringa andou para trás fazendo Harley se desequilibrar e cair de bunda no chão. Ele se virou e riu da cena. A palhaça estava com a mão na bunda massageando.

- Você é tão cruel. - ela falou com dor. Óh, mas não se enganem, a dor não era física.

- Harley, fale comigo quando for algo importante sim?

Coringa saiu de perto dela e entrou no quarto trancando a porta em seguida. Naquela noite, ele queria ficar a sós com seu pote de sorvete.

Harley se levantou e correu para abrir a porta. Esmurrou a mesma com força ao perceber que estava trancada. Se sentou perto da porta e bufou constrangida. Ele não queria ela por perto, aquilo era óbvio, aquilo era horrível.

Harley se perguntava todos os dias o porque da vida dela ser assim, tão sofrida. Ninguém nunca percebeu que ela é uma pessoa sensível? Qualquer situação ela só falta morrer de chorar? É tão difícil assim entender a pobre Harley?

Uma lágrima caiu mas ela logo enxugou. Aquilo era chato de mais, já chega de ser uma mulher submissa. Ela não precisava daquilo, não precisava se humilhar aos pés de ninguém, afinal ela era a Arlequina, a Rainha de Gotham!

Harley se levantou e pegou um dos livros com o título " Reviravoltas". Seria coincidência? Era disso que ela precisava, de uma reviravolta. Mas, aquilo não era facil, logo ela que era perdidamente apaixonada por ele, Coringa. Tão frio, tão insano. Porque ela ainda o amava? O que tinha nele que a deixava louca pelo mesmo? Ele era "tudo de bom" mas ou mesmo tempo "tudo de ruim".

Harley não sabia o que fazer.

Ela abriu o livro e começou a ler as primeiras páginas. Aquilo era surpreendente! O livro era de versos e poemas. Tudo que a Arlequina precisava naquele momento. Frases de sabedoria.

Arlequina Where stories live. Discover now