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Um clima de enterro terrível, meu pai trancado naquele quarto pensando na merda que ele fez, e o Victor tentando descobrir aonde minha mãe está.

Eu nunca vi meus pais desse jeito, e pelo oque eu estou vendo não vai ter volta e eu acho que não estou preparada pra ver minha família assim não...

Chegou uma mulher com cara de enfermeira, e ela era enfermeira o Victor que tinha ligado pra ela ver o ferimento do papai.. isso tudo estava me deixando sufocada, era uma vontade enorme de tentar resolver isso tudo e poder respirar aliviada, respirar aliviada em saber que a minha família vai continuar unida. É só disso que eu preciso.

Em casa estava quieto, um clima estranho então saí até a área da piscina e me sentei na beirada da piscina Meu Deus que noite! Murmurei.

Peguei meu telefone e tentei ligar pra minha mãe diversas vezes e todas elas em vão ela não me atendeu e também não sei se ela levou o telefone nessa correria e eu estou aqui sentada sem fazer nada e pensando em como eu sou "Útil"

Eu tinha que conversar com alguém e esse alguém tem que ser a minha amiga.

Na saída de casa encontrei com o maluquinho de NOVO. Não sei como o cú dele não assa de tanto ficar andando nessa moto.

- Tá indo pra onde ? - Diminuiu a velocidade.

- Na casa da Kelly - Apertei o passo.

- Calma, eu te fiz alguma coisa ? -

- Eu só, cara, eu estou com uns problemas.. Desculpa. - Suspirei.

- Anda um pouco mais devagar - Eu diminui - Quer conversar ? - Como não amar esse serumaninho Deus ?

- Sério que você quer ficar ouvindo os meus problemas?

- A noite toda se precisar. - Fez sinal pra eu subir. - Não vale desistir mais - Tentei subir umas três vezes 1,58 não é nada fácil pra subir nesse trem.

- Você quer ir pra onde ? - Me perguntou. - Qualquer lugar. - Respondi.

Entramos por uns becos que eu nunca tinha visto nem sabia que existia. Até que paramos em um lugar lindo, que dava pra ver a favela toda lá de cima e as estrelas, parecia estar mais perto do céu. E tinha um banco, como eu nao descobri esse lugar antes?

- Eu não fazia ideia que existia isso aqui - Me encostei em corre mão que tinha ali. Ficamos os dois em silêncio até que eu me virei e o encarei vendo ele sentado naquele banco.

- Aqui é lindo! Eu estava precisando disso mesmo - Me sentei ali do seu lado e ficamos os dois encarando aquela paisagem.

- Melhorou ? - Encarou o meu rosto - Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo sabe? E tudo indica que vai piorar.

- Não dá pra ficar pensando assim..As coisas vão melhorar.

- Depois que tudo piorar ainda mais depois que tudo estiver soterrado aí vai começar a melhorar..

Ele me deu aquele abraço bruto quase me esmagando e ficou contando a sua história de vida dele que me fez refletir muito: Isso que eu estou passando agora não é nada perto do que ele já passou..

Derrepente sem a gente esperar o arthur chegou! Sim ele chegou eu não faço ideia de como ele achou a gente aqui e eu não poderia estar mais fodida que isso.. mesmo que eu não tenha feito nada a minha chance de voltar com ele estavam arruinadas com toda a certeza!

Eu não tive tempo de falar nada o arthur foi pra cima dele e acertou um soco bem na cara o maluquinho devolveu e eles começaram a se rolar lá e eu claro tentei separar os dois comecei a gritar, puxei a blusa do Arthur.

- Para com isso arthur - Tentei puxa-lo de cima dele.

- Sai daqui porra! - Me empurrou - Você não me empurra - Tentei acertar um tapa nele mas foi em vão. Eu não ia deixar ele matar o maluquinho de porrada e era eu separar os dois ou eu separar os dois.

Puxei ele de novo mas acabei levando um murro do Artur e fui pra trás desequilibrada e desci rolando um morrinho que tinha ali.

- Alguém me ajuda aqui - Gritei sentindo uma dor muito forte no pé da barriga. Ninguém desceu pra me ajudar e a dor ficava mais intensa... Tentei me levantar mesmo com aquela dor insuportável e minhas pernas estavam completamente ensanguentadas. Sem entender nada de onde estava saindo tanto sangue comecei a gritar os dois pedindo ajuda.

O maluquinho apareceu lá em cima e quando ele viu aquele sangue os dois começaram a se bater de novo.

- Para com essa porra me ajuda aqui. Eu to passando mal!!

- Calma eu vou te ajudar - Disse o maluquinho e desceram os dois pra me ajudar.

- Não chega perto de mim! - Falei quando o arthur tentou me ajudar. - Tudo isso é culpa tua! Seu babaca, idiota!!

- Eu não fiz isso porque eu quis - Tentou me pegar de novo.

- Me solta!! Você me bateu seu monstro!!

A dor ficou muito, mais muito mais forte e eu não vi mais nada!

Filhos Do Morro || Concluída.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora