CAPÍTULO 12: A primeira viagem de inverno deles.

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Um pouco antes de cada um viajar para passar o Natal com suas famílias, Evelin e André começaram a pensar em sua primeira viagem juntos. Ambos iriam estar de recesso durante boa parte do mês de Janeiro, o que foi uma boa oportunidade para saírem da Alemanha por um tempo.

Mas eles eram completamente diferentes.

Ela, se pudesse, iria aproveitar as férias para escalar o Monte Everest. Ir à Suíça esquiar nos alpes. Ir a qualquer lugar onde ela pudesse fazer bonecos de neve e usar roupa suficiente para que apenas os olhos dela ficassem à mostra.

André era o extremo oposto. Por ele, iriam a qualquer lugar onde tivesse muito sol, mar, areia, bebidas refrescantes e ela de biquíni. Voltaria para Ibiza, quantas vezes fosse necessário. Levaria ela ao paraíso que são as ilhas Gregas. Aos resorts caribenhos com muita tequila nos drinks. Ao Rio de Janeiro, onde ele teve a oportunidade de ser campeão do mundo.

Era óbvio, Schürrle iria aproveitar o inverno para ir de encontro ao verão.

E não ir para um lugar mais frio ainda.

Aquilo não fazia o menor sentido na cabeça do jogador.

Estavam os dois no apartamento dele. Evelin no sofá maior, deitada no mesmo, com o computador no colo, fazendo suas pesquisas de viagens. André estava no chão, próximo aos pés dela, e ocasionalmente recebia algum carinho.

Carinho com os pés. Eve conseguia ser criativa na forma de demonstrar afeto às pessoas.

- Finlândia ou Noruega? - ela pensou um pouco alto demais, e encontrou os olhos azuis do namorado encontrando os seus.

- Rio de Janeiro ou Cancun? - André devolveu a pergunta.

- Quando o verão chegar, você pode escolher qualquer um dos dois que eu vou amar. Agora me diz, você prefere ir pra onde?

André fez cara de dor. Só de pensar em ter que levar todos os casacos do seu armário, os cachecóis, as roupas térmicas e também as botas. Até parece que Evelin não sabia a franquia de peso das bagagens das companhia aéreas.

- Eve... - ele suplicou.

Ela fechou o computador e se sentou no sofá, colocando o mesmo de lado e se abaixou, cruzando os dois braços no peito de André o abraçando. Seus rostos ficaram colados um do outro e ela pôde ver no computador dele, uma bela imagem do Rio de Janeiro, vista dos pés do Cristo Redentor. Realmente, devia ser maravilhoso.

- A gente pode entrar em um acordo - ela falou próximo ao ouvido de André que sentiu um frio na espinha. Ah Evelin... - Nesse inverno a gente vai para um lugar frio, onde nós podemos tomar muito vinho, café, conhaque - ela então mordeu o lóbulo da orelha do namorado - Transar muito. E quando chegar o calor você me leva pra qualquer lugar que é um projeto de inferno, onde eu levo meus óculos de sol, uma infinita coleção de chapéus e fujo de sol da forma que eu posso.

André estava catatônico. Seu cérebro havia parado de receber informações depois da mordida em sua orelha e as duas palavras que ela proferiu bem devagar. Seja lá qual seria o resto do acordo, ele aceitava aquelas condições.

- Combinado? - Evelin falou como se não tivesse ganho o namorado com a condição, mas continuou abraçada nele.

Ele virou o rosto, encontrando os olhos escuros dela, que sorria para ele.

- Você é boa de argumentação, não?

Eve deu de ombros e quando menos esperou, os braços de André a puxaram para o chão. Não demorou muito para que a sala do apartamento dele estivesse espalhado de roupas pelo chão.

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