Chapter 7 - Pro Bono.

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Magnus admirou a avenida movimentada ao lado de fora, o vento que fazia com que as folhas se encontrassem em um balançar desigual e as nuvens opacas que começavam a ceder o lugar ao sol agradável das nove horas. Seus braços se cruzavam sobre o peito, e ele pensou em acender um cigarro apenas para completar a imagem de séries de TV na qual se encontrava. Os policiais silenciosos e focados rodeavam o lugar, mesas de madeira postas aqui e ali, a bandeira do país oscilando em um suporte prateado e o ruído de teclas de computadores soando em meio ao clima ameno que corria e atravessava as paredes firmes de concreto.

Acender um cigarro completaria o cenário, porém Magnus não poderia fazer isso. Primeiro: ele estava em um departamento de polícia e, muito provavelmente, os policiais engomadinhos iriam lhe jogar inúmeros sermões que ele realmente não ansiava escutar. Segundo: ele não tinha um cigarro. Magnus teria de sobreviver sem o toque extra na situação atual, afinal.

— Você não pode ficar quieto em um único lugar? — Alec, que havia ido até a cafeteria ao lado do departamento comprar seu precioso café doce ao extremo e preto ao extremo, surgiu ao lado de Magnus. Ele havia empurrado o cabelo na falha tentativa de coordenar os fios escuros, mas não havia obtido tanto sucesso assim. Ainda conseguia parecer charmoso, entretanto, mesmo com os cabelos desordenados.

Magnus pressupôs que Alec era o tipo de homem que, mesmo descabelado, com um humor caliginoso como um dia de inverno e infindáveis tempestades de ventania, chuva e neve, ainda se assimilava com alguém envolto por um feitiço irreversível de charme natural. Não saberia dizer se eram os cabelos desajeitados, o olhar cuidadoso e investigativo, a forma como seu rosto sofria uma pigmentação avermelhada sem que Alec sequer pudesse notar, ou o fato de seu sorriso firme surgir em momentos casuais os quais não conseguira manter sob a força de seus braços. Não saberia dizer se eram os ombros que, quando Alec ajeitava a postura e falava com uma impassibilidade apreciável, exibiam uma força e uma segurança célebre em alguém que praticava a profissão a qual sentia-se confortável.

Era um charme individualizado, como se Alec fosse o único que o possuísse, a julgar pelo fato de ser um magnetismo instintivo e único, e como se ele não tivesse conhecimento de tal fato.

— Esse lugar está me deixando entediado, Alexander — falou, e movimentou os dedos tatuados e adornados por anéis prateados e pretos. — Chegou ao ponto da minha cabeça imaginar todas essas pessoas fazendo passos de dança ao som de Smooth Criminal.

Alec riu, provavelmente imaginando a cena mencionada e fruto da imaginação fértil de um ser humano vivamente enfastiado, e Magnus pegou-se concluindo que o advogado era ainda mais bonito sorrindo assim, casualmente e sem perceber, quando todo o rosto parecia iluminar-se sem aviso, de forma verdadeira e simples. Mais uma característica do charme naturalmente adquirido por Alexander Lightwood, e, estranhamente, isso não era lá uma novidade que pudesse ocasionar muita surpresa, ou um tópico desinteressante para não ser notado com atenção completa.

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