Desde que era apenas um garoto consciencioso tentando seguir as regras de seus pais à risca, Alec Lightwood nunca fora alguém muito sociável. Ele preferia livros, paz e boas notas ao invés de festas, barulho e jogos de futebol. Cobrar muito de si me...
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Quatro horas atrás.
Depois de observar o lugar por dez ou doze minutos, moveu-se para fora do carro, a sombra seguindo seus passos silenciosos e lentos. O capuz preto cobria seus cabelos e metade do rosto. Sob a escuridão da noite, o brilho de seus olhos se tornava quase inumano, enquanto as mãos eram colocadas dentro dos bolsos da calça.
Nova York estava nublada, o Brooklyn barulhento como sempre era. O vento corria livremente sobre as mangas do casaco, mas ainda assim era facilmente sentido. A fachada do clube à sua frente parecia reluzir muito mais à medida que suas pernas moviam-se, os ombros relaxados e os punhos fechados. Encarou Sebastian Morgenstern saindo do clube, a expressão irritada e uma linha de sangue fresco escorrendo no rosto.
Parou, escondendo-se na sombra de um poste piscando, pensando em como a humanidade era frágil, como a morte poderia vir de uma hora para outra, como Sebastian sequer parecia notar que seria atingido em breve. A morte era evidente, chegava para todos, em momentos diferentes, mas chegava.
Sebastian, que parecia tão jovem e inclinado em esbanjar sua juventude, talvez nunca tivesse se dado conta de que estava sendo seguido, monitorado o tempo todo, ou que a morte estava prestes a bater em sua porta. Ele sabia que seu retrato, preso pela ponta afiada de uma faca, pendia na parede de alguém?
O poste piscou e iluminou seu rosto parcialmente, fazendo com que suas expressões faciais se tornassem quase macabras, mas ninguém parecia notar sua presença. Os olhos seguiram o empresário jovem demais, vendo-o entrar no estabelecimento barulhento novamente.
Hoje à noite, Sebastian Morgenstern cairia e ele nem ao menos saberia quem o derrubou.
. . .
As portas do quinto andar do One Police Plaza — em Lower Manhattan — foram escancaradas em um movimento rápido, revelando mesas, computadores, gavetas abarrotadas de casos arquivados e policiais — vestidos com seus devidos uniformes azuis — segurando xícaras de café.
Tessa parecia fatigada em suas calças pretas, seu sobretudo escuro e a camisa branca, Jem tomava um gole de chá quente e o capitão Starkweather, que caminhou até o próprio escritório em um borrão de presteza, parecia terrivelmente encolerizado.
