Capítulo 16

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Assim que ela parou em frente a delegacia eu senti um frio na barriga. Eu iria vê-lo novamente depois de 3 meses.

— Eu vou ficar aqui. - Cameron disse me tirando do transe. Acenei com a cabeça e abri a porta saindo do carro. Respirei fundo e atravessei a rua.

Era véspera de Natal então só haviam 4 pessoas na delegacia e todos pareciam ocupados. Olhei no relógio de parede que marcava onze e meia da noite. Fui até o balcão e me encostei nele.

— Eu vim aqui em nome do meu pai, o prefeito, ver o Senhor Puckerman. - O homem me olhou e franziu a testa.

— Eu não recebi nenhuma ligação sobre isso.

— E realmente precisa? - perguntei séria.

— Se me der licença vou ligar para ele para confirmar. - disse o cara tirando o telefone do gancho.

— Sabe que está tendo uma festa em minha casa. Você irá mesmo atrapalhar meu pai para dizer algo que ele já sabe? - ele pensou um pouco, olhou para mim e para o telefone. Se ele ligasse para o meu pai eu estaria ferrada.

O rapaz suspirou e colocou o telefone de volta no gancho.

— Venha comigo. - ele disse se levantando e andando em minha frente.

Passamos por um corredor e ele abriu uma porta para mim. Uma pequena sala apenas com uma mesa e duas cadeiras de frente para a outra.

— Espere aqui. - ele disse saindo da sala. Sentei na cadeira e esperei. Meus dedos batucavam em cima da mesa e minhas pernas balançavam repetidamente. O que eu iria falar pra ele? Na verdade, o que eu estava fazendo aqui!? Várias perguntas rolavam na minha cabeça e eu nem percebi que a porta foi aberta quando os dois entraram.

O mesmo cara que vi na recepção voltou segurando Harry pelo braço algemado.

— Você tem 1 minuto. - O guarda disse, colocando Harry sentado em minha frente do outro lado da mesa e saindo em seguida.

O silêncio era mínimo, só se ouvia o barulho da lâmpada no lustre do teto. Eu não sabia por onde começar e ele me olhava sem desviar ou piscar os olhos.

— Não esqueça que só tem um minuto. - Harry quebrou o silêncio me fazendo engolir em seco, ao ouvir aquela voz grossa me fazendo arrepiar.

— O que você tem contra o meu pai? - foi a única coisa que eu consegui pensar. Ele riu.

— Ainda pensa que ele é uma boa pessoa?

— Não, eu sei o que ele fez. - seu sorriso desapareceu. — Sei das fotos. - sua expressão era confusa.

— Ele te contou?.

— Não, eu ouvi ele conversando com outro cara. Que fotos são essas? - perguntei me apoiando na mesa.

— Pensei que já soubesse.

— Eu não sei, o que é?

— Não te interessa.

— Me interessa sim! - disse rapidamente. Fechei meus olhos e passei as mãos pelo cabelo. — Eu não entendo porque ele é assim, porque ele fez essas coisas. - disse baixo. Matou minha própria mãe.

— Ele não tem coração. - talvez ele estivesse certo, em pensar que meu próprio pai me deixou nas mão de sequestradores, todos armados.

— Preciso da sua ajuda para tirar ele do cargo de prefeito. Preciso das fotos.

— O delegado é amigo do seu pai. Não vai adiantar nada falar algo para ele, os dois trabalham juntos. - me lembrei da ultima vez que fui em um jantar na casa do delegado, era uma casa enorme e linda, um salário de delegado não compraria uma casa daquelas e sua esposa nem trabalhava.

Sequestrada (1º Edição - Completa)Where stories live. Discover now