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Léo havia voltado da Austrália e sua sede de vingança por Ísis era ainda maior. Ele tinha conseguido algum dinheiro por lá, resultado de trabalho duro, mas desejava investir no Brasil. Seu irmão Gui estava assumindo a funilaria do pai, já que o mesmo tinha sofrido um infarto e se afastado dos negócios que sustentara sua família durante toda a sua vida.

Gui era o único da família que sabia dos planos do irmão, mas não concordava. Sempre que podia tentava desestimular Léo a prosseguir com os planos de vingança. Mas Léo nunca lhe deu ouvidos.

Certo dia, quando os dois irmãos estavam na funilaria Magalhães, Gui pediu ao irmão para ir fazer uma entrega de um carro que tinha acabado de consertar, mas ele disse que não poderia ir. Léo estava no computador pesquisando algumas empresas que estavam a beira da falência. Eram essas empresas que o fariam ficar rico, ele tinha certeza disso. Sua ideia era comprar uma empresa em declínio e reeguê-la.

Gui acabou discutindo com o irmão. Não pelo simples fato dele ter se negado a ajudá-lo, mas porque o irmão iria acabar com a própria vida por causa de uma vigança tola.

- Siga a sua vida, Léo. - gritou Gui. - Com certeza a Ísis nem sabe que você existe mais e você fica aí, pensando nela todo santo dia. Querendo se vingar por algo que já faz tanto tempo.

- Não fale o que você não sabe. - gritou Léo de volta. - Você não pode saber como eu me sinto se isso nunca aconteceu com você.

- Se ela te deixou por qualquer que seja o motivo, isso é passado. Então deixe-a no passado, meu irmão. - falou um pouco mais calmo. - Você está destruindo a sua vida. A Ísis era uma menina, imatura. Tomou a decisão errada. Não pode ser crucificada pelo resto da vida.

- Não seja complacente com ela. - gritou Léo. - Ela vai pagar caro por ter me deixado por um motivo irrisório. Eu a odeio.

- Você não a odeia. Você a ama. - Gui falou pausadamente.

- Você não sabe o que tá falando. Eu odeio Ísis de Sousa. - riu sem o mínimo humor.

- Se você realmente a odiasse a sua vida não estaria girando em torno da dela. - Léo começou a andar de um lado pro outro visivelmente transtornado.

- Não importa nada do que você me diga. Eu é que sei. Eu a odeio e vou fazê-la pagar todo o sofrimento que me causou.

- Sabe aquela história que a nossa mãe sempre conta? - Léo olhou para o irmão. - O ódio é um veneno que esperamos que faça mal ao outro, mas na verdade faz mal a quem o sente. E é você quem está se alimentando de ódio todos os dias.

- Amor. - a esposa de Gui chegou na funialaria com o pequeno Caio nos braços interrompendo a conversa. - Oi, Léo. - Léo apenas assentiu.

- Oi, amor. - Gui deu um beijo na esposa e no seu bebê. 

- Sua mãe já chegou e seu pai está dormindo. Eu vou pegar um táxi e ir pra casa.

- Não, espera só um pouquinho que eu te levo. Eu tenho que devolver mesmo o carro de um cliente.

- Mas você não disse que tinha muita coisa pra fazer aqui? - falou sem entender, Gui olhou pro irmão que estava de costas.

- Mudança de planos. - tentou sorrir pra esposa. Ajeitou algumas coisas e depois olhou pra esposa. - Vamos. - ela assentiu.

- Tchau, Léo. - ele apenas acenou. - Pensa no que conversamos. - ele assentiu sem muita vontade. Sua cunhada lhe sorriu.

Eu odeio meu ex-namorado (Finalizado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora