9 • Rainhas de Gotham

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"Ah, você é a mulher das plantas, não? Ortiga Venenosa?!", Harley franziu a testa ao reconhecer aquele rosto em jornais mas sequer dava importância.

"É Hera. Hera Venenosa", a ruiva respondeu num tom enjoativo e irritadiça com a voz irritante da Palhaça.

"Ah, me desculpe", Harley irônica, se aproximou dela balançando seus quadris. "Sou Arlequina, é um prazer conhecê-la", curvou seu corpo apoiando sua mão no peito. Olhou novamente para Hera, observando seus traços.

"Ah sim, a companheira do Coringa", Hera argumenta, desenrolando o bastão entre suas raízes.

"Finalmente alguém que dá valor a minha reputação. Adorei você", Harley comemora dando pulinhos. Sugou o odor pela suas narinas. "Aliás, adorei o seu cheiro, me lembra morte", zombou soltando uma risada falhada. Hera já esperava esse comportamento infantil da Palhaça mas não deixou de notar que era vigorosa.

"Eu adoraria ficar conversando mas...", Hera desvia seu olhar além de Harley, vendo o homem, que estava poucos minutos atrás estava caído, agora estava correndo pedindo socorro. "... não é um bom momento", finalizou, fazendo Harley bufar de raiva. E rapidamente sirenes começaram a ecoar entre as ruas.

"Oba! Isso vai ser divertido", Harley comemorou, curvou seu corpo para pegar seu bastão e quando olhou para frente, Hera estava deixando o local. "Ei, aonde você está indo? Não vai ficar para diversão?", seu tom de voz parecia entristecida. A ruiva para de andar mas sem virar seu corpo, apenas lança um olhar acima do ombro.

"Querida, eu não gosto de circo", Hera diz com suavidade fazendo Harley gargalhar, como se ouvisse uma piada. "Eu tenho coisas melhores à se fazer. Se quiser me acompanhar", diz voltando a andar, despreocupada. Harley olha pra trás e morde seu lábio inferior. Um carro da polícia entra no beco iluminando com suas sirenes.

"Que se dane", Harley dá de ombros e segue a ruiva que sorriu. Hera não tinha intensão alguma com ela, não agora, no começo até pensou em matá-la mas agora percebe que não é apena uma garotinha fantasiada. Talvez, possam ser até amigas ou Rainhas de Gotham.

***

"Depois do Morcego a segunda coisa que odeio são agulhas, então, pode ir mais rápido com isso?", Harley debochada mas sentindo desespero, com os olhos reprimidos enquanto Hera segurava seu braço ejetando na veia um dos seus antídotos.

"Calma, querida", diz, Hera. "Você não é imune ao veneno como eu. Você não irá durar nem dez minutos aqui nas terras tóxicas sem os meus antídotos", afirmou, pressionando a seringa até a última gota. Hera vivia em um dos terrenos tóxicos abandonados em Gotham, era o único lugar que podia viver sem se sentir ameaçada, pois o lugar era infectados com todas as plantas tóxicas e é provável, que nenhuma podia atingi-la.

Além dos antídotos bloquear todos os tipos de venenos, A força de Harley aumentou, suas habilidades. Não que ela fosse fraca, nunca, mas seus limites ultrapassaram. Isso deve ser engraçado porque, desde quando Harley Quinn tem limites?

"Obrigada", Harley agradece acariciando o seu braço que estava um pouco dolorido. Ela se levanta da cadeira que estava sentada e olha em volta do cômodo fechado, diversos tipos de plantas sendo preservadas. "Sua casa é bem... Aconchegante, parece uma floresta", brincou dando uma risada abafada e Hera não se abala, não mostra nenhuma feição.

"Então, como você consegue aguentar aquele Palhaço?", perguntou se referindo ao Coringa.

"O meu Puddinzinho?", deduziu e os olhos de Harley brilham só de imaginar o rosto dele, principalmente, o sorriso. "Ah, não é difícil. Sou a única pessoa que realmente o conhece", diz como se fosse um motivo de orgulho e Hera revira os olhos.

"Então posso deduzir que não foi ele quem fez isso com você?!", apontou o dedo para o corpo dela que ainda estava muito machucado. Harley olha para sí mesma relembrando das dores e rapidamente, elas voltam.

"Ele me ama", as palavras de Harley sai falhada. Doía, doía muito mas ela via algo nele além de escuridão e frieza. Bom, só ela. "Eu mereci isso, eu fiz algo e ele só me punil. Ele tinha toda razão", diz sem olhá-la, como se estivesse com vergonha de sí mesma.

"Acorda, Arlequina! Você está obcecada por esse homem", Hera gritou raivosa com o pouco de genuinidade que existia.

"Você diz isso porque não o conhece como eu conheço. Isso tudo só aconteceu por culpa daquele... Idiota", Harley contraí seu pulso sentindo suas veias pulsarem ódio. "Eu vou matá-lo. Eu vou matar Batman", virou seu corpo em direção à ruiva que sorriu ao ouvir o nome do seu amado. Hera sente uma atração forte pelo Batman e um amor destrutivo e sinistro pelo mesmo.

"Algo que finalmente devo concordar", sua postura se mantém ereta e seus olhos concentrados em Harley, ainda com sua expressão raivosa e assassina. "Estou disposta ajudá-la", afirma sem fazer esforços. É óbvio que só está ajudando porque receberá benefícios.

"E por que? Acho que dou conta sozinha. Morceguinho não deve ser tão forte como dizem. Logo Gotham irá perder seu ídolo e sabe o melhor disso? Vai ser por mim", Harley ri escandalosamente, misturando todos os seus sentimentos.

"Talvez, mas precisa ter muito cuidado" Hera deixa sua pose e anda em passos lentos até Harley. Ela era persuasiva. "Você ainda pergunta porque quero ajudar? Querida, Batman é como o meu bichinho de estimação e a ajuda também está incluindo o... Coringa", completou fazendo Harley ficar pensativa sem dizer nenhuma palavra. O que ela podia fazer pelo seu anjinho?

Ela nunca iria deixar de amar seu criador mas a única coisa que ela pensava era: será que ele está sentindo minha falta? Está claro que todo psicopata tem seu lado amoroso, temos duas provas disso.

***

"Arlequina?", Coringa grita entre os corredores do galpão, só pensando o que irá fazer quando encontrá-la só por fazê-lo perder tempo. Fazia alguns dias que ele não a via, desda aquela noite, e só percebeu sua ausência agora. "Algum de vocês viram a Harley?", perguntou apontando para seus capangas que estavam sentados contando dinheiro sobre a mesa, eles o olharam com medo e apreensivos e se entreolharam.

"Você não está sabendo, Chefe?", um deles se atreveu a falar enquanto os olhos dele explodiam ódio. Não era novidade que se irritava com qualquer coisa.

"Se eu estou sabendo?", ironizou olhando com repulsa. "Você acha mesmo que se eu soubesse estaria perguntando? Seu idiota!", gritou fazendo sua garganta doer. Ele não estava irritado pelo fato de sua companheira estar sumida, sentindo saudades ou algo parecido mas sim, porque Harley fazia tudo para ele, até mesmo arrumar suas roupas. Que no momento estavam amarrotadas em seu corpo.

"Olha, Chefe", outro capanga chamou sua atenção entregando um jornal com as mãos trêmulas. Coringa pega com raiva fazendo as folhas deformar, ele focou sua atenção no noticiário e começou a ler, ao decorrer, sua raiva triplicou.

"Rainhas de Gotham? Que palhaçada é essa?", encarou a foto principal, Harley e Hera, descrevendo logo abaixo o assalto que fizeram em um banco, tornando-as mais perigosas da cidade no momento.

"Senhor, não querendo me intrometer mas foi você quem a expulsou daqui", o mesmo capanga diz nada menos que a verdade, empilhando o dinheiro.

"Sim mas ela sempre volta", Coringa falou sem hesitar. Era óbvio que Harley sempre voltava. Digamos, que sua rebeldia, era um impossível que acabará de acontecer. "Chamem o Jonny. Vou trazer de volta o que é meu", jogou o jornal no chão e encheu os seus pulmões de ar. Não seria difícil, poderia fazer isso com os olhos fechados.

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D A N G E R • j & hOn viuen les histories. Descobreix ara