3 • Cúmplices

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Algumas semanas depois

''Harleen Quinzel? Eu sou Joan Leland'', diz uma mulher de pele morena e olhos negros, estrutura mediana e cabelo curto até a orelha. Ela provavelmente era nova psiquiatra de Arkham Asylum, pois Harleen nunca a viu mas não deixou de ser simpática e a cumprimentou com a mão. ''Devo admitir que estou surpresa por estar aqui'', começou um assunto. Joan tinha uma feição debochada mas era o seu natural.

''Bem, eu sempre tive uma atração por personalidades extremas'', Harleen respondeu andando sobre corredor, na ala segurança máxima. Vigiando cada paciente. ''Aqui eu consigo entender melhor como funciona os atos das pessoas... ainda mais de criminosos'', riu baixo como se fosse uma piada e a olhou pelo canto do óculos, Joan tinha uma personalidade forte e sabia que além da inteligência de Harleen, ela não tinha cuidado algum.

''Harleen, pense melhor!'', Joan pousa sua mão sobre o ombro dela, fazendo-a parar de andar e olhá-la de frente. Harleen desvia seu olhar entre as portas do corredor até olhar Joan atenta.  ''Existem os piores psicóticos, se você pensa que descrevê-lo em um dia e achar que vai continuar sendo o mesmo todos os dias, está errada...'', completou com os olhos fixos em Harleen, elas podiam ter se conhecido em poucos minutos mas naquele lugar não podia existir antipatia, senão, enlouquecia junto com os pacientes, embora seja tarde mais.

A concentração de Harleen muda de rumo, seus ouvidos escutam uma voz familiar cantarolar, seus pés a levam até o som deixando Joan para trás. Ela parou em frente ao uma porta de ferro com uma pequena abertura retangular com grades, 4479°, ele estava deitado em sua cama observando o teto com um sorriso no rosto e ainda cantarolando. Um pequeno sorriso nos lábios de Harleen se movem, sem ela perceber. Depois da primeira sessão, eles tiveram mais três seguidas, conversavam além do que o trabalho de psiquiatra procedia.

Harleen estava em uma paixão platônica mas não queria aceitar esse sentimento. Uma psiquiatra apaixonada por um paciente maníaco e criminoso. Isso é loucura, literalmente. E quem acreditaria nesse impossível?

''...Eles nunca são os mesmos no café da manhã. Tome cuidado, Dr. Quinzel!'', Joan murmurou atrás de Harleen e continuou a andar deixando a própria encarar Coringa que sorria para as paredes, ele sabia que ela estava o fitando e fazia questão de ignorar.

♠♣♠

Mais tarde, no mesmo dia, depois de duas sessão com outros pacientes, Harleen, foi para o seu escritório descansar um pouco antes de voltar a rotina. Abriu a porta e fechou assim que entrou, suspirou fundo, olhou pela janela vendo o sol escaldante e maravilhoso no céu. Olho rapidamente para sua mesa e um objeto chamou sua atenção. Aproximou o seu corpo com as sobrancelhas erguidas e olhos fixos na rosa vermelha acompanhada com um bilhete.

A flor era encantadora e bem desenhada, a cor chamativa com o caule longo e espinhoso. Pegou a flor entre os dedos e levou até suas narinas sentindo o cheiro suave e aromático. Pegou o bilhete e abriu, vendo ser um recado curto objetivo.

"Venha me ver á qualquer hora, C."

Seus lábios se abriram, incrédula, como isso era possível?, pensou. Seu coração palpitou mais rápido e seus olhos se derreteram com aquele gesto, seus pensamentos iam e voltavam nele. Harleen estava tão envolvida com o Coringa mesmo que ele não tenha se expressado tanto para ela mas via algo tão profundo nele, como ela mesmo disse, ama se aprofundar nas personalidades peculiares.

Mas estava tão cega e perdida por ele que não percebia que a morte e o perigo estavam mais próximos do que nunca.

Harleen pegou a flor e suspirou fortemente. Apesar de saber dos seus sentimentos do que isso podia causar entre ela e sua profissional, não podia deixar que ninguém soubesse, nem mesmo a sí mesma. Ela saiu do seu escritório e andou entre os corredores vazios e horripilantes, passou pelos guardas entrando na ala segurança máxima e rapidamente chegou no seu destino. Passeou seu olhos entre a abertura retangular da porta até chegar nele, que estava de costas, olhando para a parede. Harleen hesitou por alguns minutos mas estava disposta pelo seu ato.

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