Capítulo 11

1.2K 91 1
                                    

Alguns dias mais tarde o sr. Collins ficou noivo de Charlotte Lucas. Pouco tempo depois ele retornou à sua residência. Elizabeth ficou estarrecida e desapontada que sua amiga fosse se casar com aquele estúpido, ridículo, subserviente imbecil somente para garantir sua situação. A sra. Bennet ficou fora de si e a notícia só fez aumentar sua raiva de Elizabeth. Ela não podia suportar a idéia da srta. Charlotte Lucas tomando-lhe o lugar como senhora de Longbourn. Charlotte convidou Elizabeth para ir visitá-la com seu pai, Sir William Lucas, e sua irmã, Maria Lucas, em sua nova residência alguns meses após o casamento. O convite foi cordialmente aceito.

O sr. Bingley voltou a Netherfield pouco tempo depois de o noivado anteriormente citado ser anunciado. Ele e o sr. Darcy fizeram uma visita a Longbourn na manhã seguinte ao seu retorno. As irmãs Bennet e os dois cavalheiros ficaram nos jardins durante toda a visita. A sra. Bennet tinha esperanças de que o sr. Bingley tivesse um tempo a sós com Jane para fazer o pedido. Embora os dois tivessem passado algum tempo a sós, a sra. Bennet ficou desapontada aquele dia. No entanto, após mais duas semanas de visitas quase diárias dos cavalheiros, Jane e Bingley finalmente chegaram a um entendimento.

A sra. Bennet há muito antipatizava com o sr. Darcy por ter ignorado Lizzy na festa de Meryton e por achá-lo muito desagradável. Além disso, ele era mais um obstáculo diante de seus planos para deixar Jane e Bingley a sós e, por essa razão, não ficou feliz que ele acompanhasse Bingley quase todos os dias. Ela notara, porém, suas atenções para com Lizzy durante o baile de Netherfield e, desde então começara a nutrir uma pequena esperança de que ele tivesse intenções em relação a Elizabeth. Assim, ao tentar orquestrar situações para que Jane e Bingley ficassem a sós, ela foi conivente com Elizabeth em manter o sr. Darcy ocupado e não era desprovida da esperança de que alguma coisa pudesse nascer também daquele lado. Felizmente para ela, Elizabeth e Darcy estavam dispostos a serem manipulados daquela forma em particular.

Desta maneira, a sra. Bennet mandou os quatro para o jardim insistindo que Kitty havia tossido demais para se aventurar ao ar livre. Pediu, então, para que Jane colhesse algumas ervas de um jardim e para que Elizabeth lhe trouxesse flores de outro, que por acaso ficava do lado oposto. Naturalmente, Bingley acompanhou Jane, e Darcy acompanhou Elizabeth.

Uma vez a sós em uma área que era, casualmente, a mais privativa possível nos jardins de Longbourn, Bingley aproveitou para se declarar. Assim que se separaram dos outros, um largo sorriso tomou conta de seu rosto. Ao chegar num dos cantos do jardim que abrigava a determinada planta de que a sra. Bennet necessitava desesperadamente, Jane começou a cortar habilmente algumas hastes com sua tesoura de poda enquanto Bingley simplesmente a observava com admiração. Passado algum tempo, ela lhe perguntou como ele se saíra com seus negócios em Londres.

"Muito bem, obrigado," ele respondeu, e prosseguiu, "Srta. Bennet".

"Sim?" indagou Jane, levantando os olhos e inadvertidamente apontando a tesoura para ele.

Ele riu e gentilmente alcançou o instrumento com uma expressão divertida de medo, fingindo cautela e suavemente tirando-o de suas mãos. Ela riu e colocou a ferramenta sobre um banco. Então, ele atrevidamente retirou-lhe do braço a cesta onde ela depositava as ervas cortadas.

"Não acho que eu já tenha colhido o suficiente, ela disse distraidamente."

Mas seu acompanhante estava decidido e, encarando-a nos olhos, começou, "Srta. Bennet, não posso mais conter meus sentimentos pela senhorita." Ela ergueu o olhar com uma expressão de surpresa e entendimento. Ele segurou a mão dela e continuou, "Eu a amo, Jane. A amo quase desde o momento em que nos conhecemos. Você é o anjo mais doce, mais bondoso e mais generoso que Deus poderia enviar a esta Terra. Minha vida nunca será completa até que eu possa compartilhar a sua. Não quero nada além de passar a minha vida fazendo-a feliz. Meu maior desejo é compartilhar cada momento de cada dia deleitando-me com sua companhia e, espero, proporcionando-lhe a mesma felicidade com a minha própria presença. Jane, você me daria a grande honra de se tornar minha esposa?"

A felicidade de Jane só aumentava conforme ele lhe falava de seus sentimentos. Quando ele terminou e fez o pedido, ela mal pôde se conter e respondeu recatadamente, "Ah, sr. Bingley, sim, é claro que sim. Estou tão feliz. Obrigada."

A felicidade dele com tal resposta também não pôde ser contida e ele a enlaçou, beijando-a alegremente nos lábios. "Obrigado, você me fez o homem mais feliz do mundo", ele disse. Ela havia impulsivamente deixado seus braços subirem ao redor do pescoço dele, e com ela posicionada de modo tão conveniente, os dois continuaram a se beijar. Os beijos ficaram mais ardentes e ele segurou o rosto dela com as mãos e, apoiando a testa na dela, murmurou quase sem fôlego entre os beijos, "Jane... por favor... diga... que me ama."

Ela sorriu e disse, "Ah sr. Bingley... Charles... claro que eu o amo. Sempre o amei muito."

Estas palavras puseram um sorriso ainda maior no rosto de Bingley, se é que isso era possível. Eles trocaram outro beijo e ele disse, "Ah Jane, minha Jane, estou tão feliz. Eu a amo tanto." Ele a beijou novamente e, quando se afastaram, ele assumiu uma expressão falsamente séria e disse, "Mas eu preciso saber, você me ama mais do que àquele cavalheiro de Londres que lhe escreveu poemas?"

Jane surpreendeu-se e ruborizou-se fortemente antes de dizer com um sorriso, "Como ficou sabendo disso?"

"Sua mãe mencionou o fato, mas felizmente Elizabeth explicou que não surtira nenhum efeito sobre você e me salvou de perdê-la, pois eu teria prontamente escrito um poema para você se não soubesse que isso a afastaria de mim."

"O quê?" respondeu Jane desnorteada, "Tenho que falar com Lizzy! E quanto a você, se o medo de me perder é a única coisa que o impede de me escrever um poema, então devo insistir para que o faça assim que estivermos casados."

"Eu prometo."

Após mais alguns minutos de agradável privacidade, eles retornaram à casa, delirantemente felizes. Quando Bingley devolveu a cesta, gentilmente pendurando-a de volta no braço de Jane, ela comentou que ainda não havia terminado de colher as ervas de que a mãe precisava. "Não creio que ela se importe", ele respondeu sagazmente.

Entraram em casa e o sr. Bingley foi falar diretamente com o sr. Bennet. Enquanto isso, Jane contou à mãe, às irmãs e ao sr. Darcy sobre o compromisso. Elizabeth ficou imensamente feliz pela irmã, mas constrangida de ver o sr. Darcy testemunhar os arroubos de sua mãe.

As visitas constantes do sr. Bingley e do sr. Darcy, e o tempo propiciado por tais visitas a Darcy e Elizabeth proveram ampla oportunidade para que os dois se conhecessem melhor. Ela terminara de ler o romance e os dois trocaram muitas idéias a respeito do livro. O sr. Darcy sugeriu que lessem outro livro simultaneamente e que o discutissem de tempos em tempos e após terem terminado, com o que Elizabeth concordou. Ele ficou feliz por ter tido tal idéia, pois isso lhes daria muito assunto para conversarem.

Elizabeth apreciava a companhia dele e descobriu que sua admiração por tudo o que se referia a ele crescia a cada dia. Ao conhecer melhor o sr. Darcy, Elizabeth descobriu que ele era franco, sincero, amável e inteligente, todos atributos que ela admirava. Também pôde perceber que ele era bem informado e tinha muito bom gosto e bom senso. Quando não estavam sozinhos, ela sempre sentia o olhar dele sobre si, o que a deixava animada e contente. Percebeu que esperava ansiosamente por ele todos os dias e sentia sua falta quando ele não estava presente. Seu coração palpitava com a expectativa quando sabia que ele estava por vir. Gradualmente deu-se conta de que ele era o melhor homem que ela já conhecera, e o que mais lhe convinha. Finalmente, concluiu que ela o amava e que ele era o único homem que ela poderia amar sinceramente. Assim, decidida quanto à sua resposta, ela mal podia esperar que ele lhe propusesse casamento.

Continua...
Comentem :)

CONFISSÕES A UMA BELA ADORMECIDA - Fanfic Orgulho e PreconceitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora