Capítulo 42

198 22 3
                                    

-Aonde estamos indo? - perguntei pela décima vez ao Guilherme.

O Gui simplesmente apareceu lá em casa e disse que tinha que me mostrar uma coisa muito importante, como não tinha remédio, acabei o acompanhando.

-Já disse que é surpresa - ele respondeu, a mesma resposta de sempre.

Suspirei, já percebendo que não saberia onde iríamos até chegar.

Meu pai, depois de dias internado voltou para casa, assim como o Maurício.

Não fui visitar o Maurício e ele não fez questão de vir me procurar, já que segundo meu pai, aquele moleque de antes, seria deixado para trás.

Eu ainda estava esperando o homem que ele era, vir me procurar e pedir desculpas por tudo. Até agora nada. Nem uma mensagem ou aviso por alguém.

O Gui parou o carro de repente e quando olhei por fora do vidro, vi uma rua bem calma, com poucos carros na rua e quase ninguém andando pelas calçadas.

-Chegamos - ele anunciou.

Olhei para o prédio onde o Gui tinha o olhar fixo. Contei os andares e ao todo, eram quinze. Tinha janelas grandes e era todo creme com umas listras por todo o prédio da cor marrom. Era uma graça.

-Um prédio? Para que diabos você me trouxe aqui? - perguntei.

Ainda estava sem entender nada e só queria uma explicação de o porquê estarmos ali.

O Gui saiu do carro e como vi que eu só teria respostas indo com ele, pulei do carro e o acompanhei.

Subimos de elevador até o décimo andar e paremos na frente de uma porta branca.

O Guilherme vasculhou nos bolsos até achar uma chave pequena que pôs na fechadura.

-Será que agora você pode me contar o que estávamos fazendo aqui?

O Guilherme abriu um sorrisso bobo antes de abrir a porta do apartamento.

Ele abriu toda a porta e me deu passagem para entrar. Com um pouco de receio, entrei naquele apartamento desconhecido e congelei quando vi o quão lindo ele era. Estava tudo muito bem cuidado, limpo e parecia que tinha acabado de ser construído.

Suas paredes estavam coberta por uma tinta creme, bem clara. Do lado direito vi duas portas, que imaginei serem os quartos.

Logo na minha frente, tinha a cozinha, que era bem espaçosa.

-Que apartamento lindo, Guilherme - elogiei, dando passos pela ampla sala.

-Lindo, né?

-De quem é? - perguntei, me virando para o encarar.

-É meu.

Quase deixei meu queixo cair no chão com aquela noticia.

-Seu? Como?

-Eu comprei - ele deu de ombros, como se ele tivesse comprado um chocolate e não um apartamento.

Olhei para o apartamento novamente, mas com outros olhos. Aquele apartamento era do Gui.

-Da onde você tirou dinheiro? Por que não me contou? - perguntei.

Ele foi se aproximando de mim, conforme ia abrindo um sorriso tão grande quanto a sala onde eu estava parada.

-Eu tinha um dinheiro guardado especialmente para isso. Era surpresa - ele contou. - Vou morar aqui sozinho.

Eu estava esperando um unicórnio aparecer voando no céu. Jurava que o Gui chamaria um amigo ou fizesse aquele pedido que eu tanto esperava, mas não. Ele iria morar sozinho.

Surpresas do DestinoWhere stories live. Discover now