Capítulo 14

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Aquilo sobre promessas ainda estava ecoando na minha cabeça, mas agora estou mais preocupada com o rapaz que nunca vi que está no quarto do Gui, me olhando com cara de poucos amigos.

-Eu que te pergunto - foi o que ele me respondeu.

Cruzei os braços.

-Eu venho visitar meu namorado e encontro um completo estranho parado do lado da cama dele, acho que se alguém merece explicações aqui, esse alguém sou eu.

Descontei a raiva que não pude descontar no Maurício hoje mais cedo, nessa pessoa que nunca vi.

-Eu venho visitar meu melhor amigo e vem uma que diz ser namorada dele, quem deve explicações sou eu - ele respondeu.

Já estou perdendo a paciência. Respirei fundo.

-Sou a Melissa, namorada do Guilherme. E você quem é?

Ele se levantou e se pos na minha frente.

-Sou o Henrique, melhor amigo do Guilherme.

-Melhor amigo? Nunca ouvi falar de você antes - provoquei me afastamdo.

Na verdade, o Dr. Augusto tinha me falado que esse tal de Henrique tinha vindo visitar o Guilherme e até naquele caderno de textos do Gui ele fala sobre esse Henrique.

Mas se ele é mesmo melhor amigo do Henrique, por que o Gui nunca me falou dele?!

-E eu também nunca ouvi falar de você - ele retrucou.

-Talvez o Gui não falou de mim para fazer por medo de você tentar algo - eu disse me afastando e sentando na cadeira que ele estava sentado.

Ele ficou em pé, e eu fiquei de costas para ele. Pior que ele é bem bonito, olhei pro Gui a minha frente, mas nem se compara ao meu Gui.

-Vocês namoraram por quanto tempo? - ele perguntou.

-A gente ainda namora, já vai fazer três anos. E vocês são amigos a quanto tempo? - me virei para ele.

Ele se sentou em outra cadeira, do outro lado da cama.

-Dois anos.

-Hum, nunca ouvi falar de você.

-Eu estava fazendo faculdade em Londres, só voltei agora, e fiquei sabendo a pouco tempo do acidente - ele explicou.

-Ah.

Me virei para olhar o Gui, sua mão estava entrelaçada a minha, mas é horrível eu apertar a sua mão e não sentir o mesmo na minha.

-Você também estava junto no acidente? - ele perguntou.

-Sim - respondi sem olhar para ele.

-Se machucou?

Me virei para ele.

-Só quebrei um braço e tive alguns arranhões, nada perto com o que Gui está passando - olhei pro Gui.

Um lágrima pendeu no canto do meu olho, mas eu não choraria perto daquele mero estranho.

-Você vem visitar ele sempre?

Acho que esse homem é um policial disfarçado, pra que tantas perguntas?!

-Sempre que posso.

-Pura ilusão - ele resmungou.

Me virei para ele.

-Quê?

-Falei que isso é só ilusão. Uma pessoa que está a cinco meses em coma não tem mais chances de viver, você só está perdendo tempo.

Surpresas do DestinoWhere stories live. Discover now