OLÍVIA POTTER [1]

21 - O espelho de Ojesed

Quando Olívia tinha sete anos, um dos fios do poste que ficava ao lado do orfanato se soltou por causa de uma chuva muito forte que havia acontecido na noite anterior. Ela não entendeu quando Madame Carmella mandou que todas as meninas permanecessem dentro da casa até segunda ordem, então desobedeceu, calçou seus chinelos e saiu do orfanato.

O chão estava molhado. Perfeito para pular. E assim ela fez. Foi divertido até que, de repente, ela sentiu algo terrivelmente doloroso entrar e contato com sua pé. Era uma carga elétrica que queimava e, imediatamente, a garota começou a gritar. Saiu do Hospital no fim da tarde do dia seguinte e nunca mais sentiu uma dor como aquela. Nunca, até o Natal de 1991. Ela não entendia bem se havia sido por causa de seus gritos ou pelos insultos a Quirrell e nem sabia o que a palavra "Crucio" significava, mas no momento em que o feitiço a atingiu ela entendeu.

Tortura.

Seus ossos pareciam estar queimando. Sua cabeça parecia querer explodir literalmente. Os olhos, em algum momento, iriam derreter. Pela primeira vez, em onze anos, Olívia decididamente queria morrer. Mas quando Quirrell foi embora, a dor passou e a tortura acabou, ela finalmente conseguiu respirar e organizar seus pensamentos.

A primeira coisa que viu ao abrir os olhos foi um espelho grande e empoeirado. Logo pensou que estava sonhando, porque no reflexo havia uma Olívia livre e, ao seu lado, Lílian, Tiago e Harry Potter a abraçavam. Era o seu conceito de família perfeita e parecia tão real.

-Vocês podem me ajudar? -Perguntou. -Isso é real?

Eles colocaram a mão em seu ombro e sorriram.

-Ah, isso ajuda muito. Obrigada. -Disse, sarcástica. -De qualquer forma, é bom ver vocês.

"Eles não podem me ajudar mesmo. Estão mortos..."

-É, eu já devo ter ficado maluca. -Riu, concluindo que falar sozinha era um bom modo de passar o tempo.

¤¤¤

-Como assim ela está em perigo? -Audrey perguntou a Hermione enquanto as duas andavam apressadamente em direção à Biblioteca.

-Irmãos gêmeos trouxas têm uma ligação. É impressionante, às vezes quando um se machuca o outro consegue sentir, conheci uma vez duas meninas que eram assim. Como bruxos, a ligação alcança um nível mágico. Harry não está se sentindo bem há dias, e ele me disse que começou na Natal, e se isso está acontecendo com ele...

-Olívia está ferrada, entendi. -A garota disse, os olhos ardendo mais uma vez. Quando enfim chegaram à biblioteca as duas se dirigiram à sessão onde Hermione achara os livros que lhe disseram tudo que sabia.

-Harry e Rony estão me enchendo o saco dizendo que eu passo tempo demais com sonserinos.

-Eles parecem uns idiotas. -Audrey comentou, sentando-se em uma das cadeiras.

-São idiotas às vezes, mas também são muito legais. -Audrey murmurou em concordância, tentando abrir silenciosamente a embalagem de uma barra de chocolate. -Você me lembra um pouco o Rony.

-Hmm... obrigada, eu acho. -Disse com um leve sorriso, mordendo o doce. -Quer?

-Não, obrigada. -Disse, tirando o livro de capa vermelha da prateleira. -É este. Página 168, se não me engano, começa falando sobre o Você-Sabe-Quem para terminar com a história da família Potter

Audrey ficou uns minutos em silêncio enquanto lia.

-Todos dizem a mesma coisa?

-Sim, todo o mundo mágico pensa que ela está morta.