cap 26

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Parece que Leon adivinhou que estaria dentro daquela sala, a vista da janela dava exatamente para os fundos da escola, onde ficavam a quadra, o pátio e finalmente, a torre do relógio. Assim que Leon me avista, ele acena e tira de trás de uma pilastra uma cesta com uma toalha quadriculada vermelha dobrada em cima. Era uma cesta de piquenique.
Espera... Ele está tentando me comprar com comida?!.
Realmente muito esperto.
O mais irônico, é que foi exatamente nessa torre em que tudo começou, vocês se lembram?.
Pulo a janela e ando a passos largos até ele, tentando me concentrar nos motivos pelos quais estava com raiva, e tentando não ceder a esse ato extremamente fofo. Droga, estou ficando muito suscetível!.

- eu achei que um piquenique seria uma boa maneira de... - eu o interrompo.

- você acha mesmo que pode me tratar daquela forma e em seguida aparecer aqui com essa cara de cachorro pidão e essa cesta?! - falo enraivecida( ou pelo menos tentando).

- sinto muito - ele bufa - vamos, não quero que os inspetores nos flagrem matando aula - ele pega minha mão e me puxa rapidamente para dentro da torre do relógio.

Subimos as escadas rapidamente até o último andar, eu não nunca havia subido até aqui. Leon tira do bolso uma chave pequena e destranca a porta de madeira. O cheiro de guardado impregnava aquele lugar, e a poeira... Bom... Minha rinite agradecia imensamente.

- droga - dou um espirro - aqui em cima a poeira é muito maior - mais um espirro.

- não se preocupe - ele ri - já destranquei a porta.

Leon gira a maçaneta e entramos na pequena sala. Ai contrário do que pensava, não tinha cheiro de mofo ou poeira como no resto da escada, o lugar estava limpo e organizado.

- a alguns anos, algumas bruxas criaram essa sala - ele fecha a porta - um lugar para gente como nós(ele quis dizer, sobrenaturais) possa se esconder quando a barra ficar difícil demais de aguentar - ele suspira - os humanos podem ser irritantes - ele fala com irritação.

- e como você conseguiu a chave? - pergunto olhando em volta.

- a sra Janett da secretaria é uma ex estudante daqui - ele explica - e além disso, ela é uma bruxa. Logo, me deu a chave. Dizem que ela ajudou a criar essa sala, junto com as antigas colegas de turma!.

- isso tudo é... - olho em volta e solto um suspiro - bem legal.

- ouça, Emy - ele se aproxima de mim e toca em meu rosto delicadamente - eu não quis ser grosseiro com você lá no carro...

- está tudo bem... - me dou por vencida.

- que bom - ele sorri e me dá um beijo rápido - ah, quer ver uma coisa legal?! - ele fala animado e corre até uma estante de livros.

- sim.

Ele puxa um dos livros e uma passagem se abre por trás da parede. Por que eu já não esperava, não é?!. O dia não podia ficar ainda mais aleatório... Ou será que podia?

Havia alguns livros que pareciam serem mais antigos, o que despertou a minha criatividade

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Havia alguns livros que pareciam serem mais antigos, o que despertou a minha criatividade.

- hey! Você não vêm comer? - ele pergunta na outra sala.

- eu estou indo - digo levando o livro de capa vermelha até ele.

Ele havia preparado alguns sanduíches e bolinhos. Leon estava servindo algo que eu presumia ser suco de uva, mas para ao me ver.

- ah! - ele ergue as sombrancelhas e sorri - eu já li esse livro!.

- você com um livro na mão?! - brinco.

- idiota - ele ri - ele fala sobre a antiga profecia da Lua.

- interessante - digo me sentando ao seu lado.

- Emy... - Leon fala baixo - eu sei...

- sabe do que? - largo o livro.

- você é uma escolhida da Lua.

- é claro - dou uma risada curta - minha é uma escolhida, é genético.

- não é disso que estou falando - ele me olha - sei que seus poderes despertaram.

Fico em silêncio. Isso era para ser segredo, quando os poderes de uma escolhida despertam, é como se um holofote ficasse em cima da minha cabeça.

- eu escutei uma conversa da sua mãe com a feiticeira acidentalmente, eu tinha ido beber água e acabei ouvindo... Sinto muito - ele explica.

- eu confio em você... Sei que vai manter segredo - sorrio de canto.

Ele me aconchega em seus braços e pega o livro.

- você vai ler pra mim? - falo dengosa.

- vê se não se acostuma - ele ri.

- " No começo dos tempos, a Deusa da Lua resolveu dar início a uma nova espécie para partilhar o reino dos humanos, e assim nasceu as primeiras criaturas sobrenaturais. A Deusa criou os companheiros para que os lobos não conhecessem a solidão, criou a magia correndo pelo sangue das bruxas para que jamais ficassem desprotegidas e deu aos vampiros a velocidade e a força necessária para viver bem. Ela amava suas criações.
Assim como os humanos, a maldade e a violência foram penetrando a alma de seus sobrenaturais, um a um, sem deixar ninguém de fora. Então ela criou as fazes da Lua para que seus filhos se lembrassem dela. Somente os sobrenaturais podiam admirar essas fazes, foi assim que surgiu a Lua azul, a Lua de prata, a Lua dourada e por fim, a Lua de sangue.
Mas isso não foi o suficiente, suas criações continuavam a guerrear. Mas uma espécie entre as três lutava por causas justas, pela volta da paz. Então a Deusa enviou um mensageiro, este concedeu aos lobisomens poderem além dos que já tinham, poderes sobre os quatro elementos, poderes de cura e de invocar trovões até o solo, assim nasceu os escolhidos. Estes deveriam trazer a paz dentre os seus, e proteger os fracos.
Quando a Lua assumisse alguma de suas novas fazes, significava que a Deusa havia feito mais um escolhido. Em algumas vezes, os poderes poderiam passar de geração em geração, mantendo a linhagem ou a rompendo.
Mas mesmo com seus escolhidos, seus sobrenaturais ainda não estavam em paz. Então, foi a primeira vez que a Deusa se comunicou diretamente com sua criação, esculpindo uma mensagem em uma rocha num campo que dividia as terras.

Aqueles merecedores das dádivas do meu reino, se juntarão a mim quando seus dias chegarem ao fim. Somente tais criaturas encontraram a paz e não sofreram a ira da minha impiedade.

Somente depois do contato da Deusa, suas criações encontraram o meio termo entre a paz e o ódio que os consumia".

- acho melhor pararmos por aqui, já está tarde - digo ao olhar pela janela.

Eu nem tinha prestado atenção no tempo, estávamos tão distraídos com o livro.

- droga! - ele reclama - vamos, eu te levo até em casa - ele diz me ajudando a organizar as coisas.

Pego meu celular receosa e o ligo, havia cinco chamadas perdidas da minha mãe. Ok, estou oficialmente ferrada.











Te Amo Meu Alpha-2° volume.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora