Capítulo XV

1.3K 106 42
                                    

- Então você resolveu sair com o Liam porque eu não fui atrás de você? - Disse cruzando os braços no peito.

- Não, Liam e eu, aconteceu e você não tem nada com isso.

- Não quero você com ele!

- Você simplesmente desapareceu e espera que eu obedeça as suas ordens? - Pergunto quase gritando, alguns clientes do café nos olha curiosos.

- Eu tive meus motivos para não ter te procurado.

- Eu tive meus motivos pra ter dormido com Liam, e quer saber, foi ótimo! - Digo dando-lhe as costas.

- Você está tentando me atingir? Você dormiu com ele... Eu não estou acreditando nisso! - Socou a mesa e nos tornamos o Centro das atenções.

- Não pense que é importante a esse ponto, dormi com ele porque quis, porque ele me atrai! - Digo me retirando o mais rápido possível.

...

Saio transtornada do café, tenho dificuldade de me concentrar no transito mas chego rapido em casa.
Mal abri a porta meu celular vibra, era uma mensagem de Liam.

"Quero ver você" - Vizualiso e não respondo, não por charme, eu só preciso pensar em Tudo, talvez eu não devesse ter dito tudo que disse ao Sean, talvez agora ele tenha nojo de mim e eu nunca o tenha de volta.

Jogo minha bolsa no sofá e retiro minha roupa, preciso jogar uma água no corpo para refrescar e depois academia. Isso... Ficarei na academia!

Meu celular vibra novamente, outra mensagem de Liam.

"Por que está me ignorando?"

Reviro os olhos, esse drama eu costumava fazer enquanto era pisada pelos meus ficantes.

"Não estou. Estava no banho"

"Está na sua casa?"

"Estou saindo"

"Onde vai?"

"Academia, nos falamos depois"

Desligo o celular, coloco um top rosa neon, um shorts curtinho preto e uma regata solta branca, calço os tênis e faço um coque de qualquer jeito.
Se eu não cuidar de mim ninguém cuida.

Diferente de muitas pessoas eu saio do treino sempre mais animada do que o normal, era o momento que eu me soltava e deixava toda a raiva e tensão do dia a dia fluir para longe de mim.

Após passar no mercado e em farmácia volto para o apartamento, Alicia não está em casa o que eu estranho, mas havia uma bilhete.

"Passeio romântico, volto amanhã. Beijos A."

Fico feliz por minha amiga estar finalmente com alguém que ela gosta, Alícia apaixonada era algo épico.

Meu celular vibra e percebo que tem 22 ligações perdidas de Sean mas nenhuma mensagem.
Resolvo ligar de volta mas ninguém atende, talvez tenha acontecido alguma coisa.

Nesses momentos nossa mente de se torna o diretor de um filme de terror.

Tomo um banho e me arrumo, quando termino já são quase onze e meia. Pego as chaves do carro e saio sem destino, ou melhor, eu tinha um destino. O apartamento de Sean.

Não demoro 20 minutos, paro o carro em frente e caminho para dentro do prédio, no saguão o recepcionista pede meu nome é Informa que estou liberada.

Subo pelo elevador, ele abre exatamente na sala do seu apartamento.

Sean está sentado no tapete, sua camisa está aberta exibindo seu peitoral definido, seus olhos estão marejados e ele segura uma garrafa de uísque quase vazia

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Sean está sentado no tapete, sua camisa está aberta exibindo seu peitoral definido, seus olhos estão marejados e ele segura uma garrafa de uísque quase vazia.

- Sean? - Ele havia percebido minha presença mas estava com o olhar fixado em algo a sua frente. Um porta retrato. - Sean, o que houve? - Tento uma aproximação, ele parece estar em choque.
- Milla, ela...
- Aconteceu alguma coisa? - Silêncio.
- Você está me assustando.

Ele virou um gole no gargalo e apertou os olhos.

- Eu matei minha filha.
- Do que você está falando?
- Eu... Eu matei minha filha.
- Sean isso não faz sentido pra mim, me explica o que está havendo!
- A Milla sempre foi impossível de lidar, eu estava de saco cheio dela gritando, me cobrando e sendo a pessoa arrogante e intolerante que ela é, então eu saí para beber, conheci uma garota, ela era incrível, nós tivemos um caso, e ela ficou grávida, eu me senti realizado, estava decidido a largar da Milla, nunca abandonaria minha filha, mas um dia não sei como, ela descobriu que eu havia saído para me encontrar com a Sofia, ela me seguiu e nos flagrou, foi tudo tão rápido eu não pude fazer nada...
Milla entrou, estava descontrolada e armada, ela deu um único disparo, que atravessou o peito da Sofia. - Falei minha boca me obrigando ficar calada, eu podia sentir um pouco da dor dele, ele amava Sofia.

- Eu tentei parar o sangramento, eu tentei manter ela acordada, ela tocou o meu rosto e a última coisa que ouvi dela foi "eu te amo".

- Eu sinto muito.
- Mas o pior, Sofia nunca teve um enterro digno, a arma era minha, ela estava de luva, ela fez tudo de caso pensado para parecer que eu havia matado a Sofia, então eu tomei a única decisão cabível, armei para que parecesse que ela havia sido desaparecida.
- Meu Deus!
- Sofia Arantes, nunca irão procurá-la, Sofia vem de uma família pobre, ninguém pode me ligar a ela, apenas Milla, ela tem provas suficientes para me colocar na cadeia por homicídio doloso.
- Isso... Eu nunca poderia imaginar, Milla foi capaz de algo tão baixo, ela... Meu Deus...
De repente ele se virou para mim é segurou meu rosto me forçando a encará-lo.
- Por isso eu me afastei. Eu não me sentia assim há anos. Você é especial demais. Não posso te perder, prefiro vê-la com outro a vê-la morta.
- Eu tive tanta raiva de você. Eu dormi com outro porque estava irritada demais por conta da sua atitude indiferente.
- Liam gosta de você.
- Como?
- Ele me falou sobre você, obviamente ele não sabe sobre nós.

Cobri meu rosto com as mãos.

- Fique com ele.
- O quê?
- Fique com ele, estou preso a Milla, eu sinto muito.
- Eu amo você! - Grito e ele parece não acreditar no que ouve. Engole seco.
- Então é melhor dormir com Liam novamente talvez assim... - Não penso duas vezes antes de dar um tapa em seu rosto.
- O que pensa que está dizendo?
- Melhor você ir, tenho companhia pra essa noite.
- Uma garrafa de uísque? - Pergunto com ironia.
- Vá! - Pego minha bolsa e digo para o elevador. Assim que a porta se fecha ouço o som de vidro se quebrando e imagino que ele havia arremessado a garrafa na parede.

InsaciávelWhere stories live. Discover now