Capítulo XII

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Eu estava prestes a abrir um buraco no chão, eu mal havia iniciado a minha carreira e já poderia prever um desfecho bem triste para ela.

- Não acredito que você deixou algo assim acontecer! Você.... - Apertei os olhos pedindo sanidade e calma ou eu o mataria.

Ele me segurou em seus braços, mas assim que percebi o quão fácil eu estava sendo para ele, o empurrei para longe, o que eu estava pensando?

- Eu sinto muito, mas tem que entender que não existia mais Milla e eu! Nós nunca daríamos certo! - Estava vermelha de raiva, mas por dentro essa frase me fez sorrir, se eu perdesse meu emprego ao menos ganharia Sean.

- Quando você diz perigosa? - Perguntei mais calma.

Sean passou as mãos pelos cabelos que já estavam mais que bagunçados.

- Ela estava em tratamento, ela tem Transtorno obsessivo Possessivo, ela sempre foi sozinha então é como se eu fosse propriedade dela, não sei do que ela é capaz... Mas precisa saber que ela tem uma arma. - Diz, seus olhos claros vidrados nos meus.

- Como ela tem uma arma? - Perguntei em um grito.

- Ela precisava fazer algo que a distraísse, então ela fazia aulas de tiro. - Respirei fundo, quanto mais Sean se explicava mais nervosa eu ficava.

- Certo! Então... Ela tem um transtorno obsessivo possessivo, onde você é posse dela, e ela faz aulas de tiro e tem uma arma, e agora sabe que eu sou uma destruidora de lares! Onde ela está? - Pergunto cruzando os braços. Sean parece relaxar um pouco.

- Ela saiu de casa, não sei para onde ela foi. Ela não atende o celular, mas presumo que foi visitar seu assistente. - Eu sabia que eles tinham um caso, mas da forma que Sean falou ele também desconfiava. - Hey! Acabou! Meu casamento acabou, podemos ficar juntos agora!


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Alícia


Mesmo estando com os olhos fechados podia sentir uma presença ao meu lado, me observando. Molhei meus lábios que já estavam secos e abri os olhos. Meu choque foi tão grande que me sentei rápido demais me esquecendo que quase havia abortado meu bebê.

- O que faz aqui?

- Vim ver como está a mãe do meu filho! - Seu tom de voz escondia fúria, porém um sorriso estampava seu rosto, ele estava sendo irônico.

- Como?

- Eve me disse... - Vadia traíra, não consegue manter a língua dentro da boca. - Seu suco. - Disse estendendo um copo grande com um líquido verde. Eu deveria recusar apenas por ter sido ele a me entregar, mas meu desejo era demais. O peguei e logo tomei um gole cheio.

- Obrigada. - Disse sem o encarar.

- Porque não me disse?

- Não era o momento certo, eu não estava preparada.

- Não estava preparada? Eu sou o pai desse bebê! Não pode escondê-lo de mim!

- Eu não preciso de você, na verdade. E se Eve não tivesse contato você nunca ficaria sabendo. - Respondo de forma fria. Ele fecha a cara e se aproxima de mim, seus lábios bem próximos aos meus.

- Do que você tem tanto medo? Pensou que eu não fosse aceitar essa gravidez?

- Foi diversão de uma noite, e eu estava bêbada o suficiente para não verificar se você havia se protegido. - Digo em um sussurro doloroso, porque eu estava me enganando a esse ponto, ele fazia meu coração bater tão forte.

- É no que você acredita? - Pergunta, seus olhos azuis me intimidando.

- É a realidade.

- Então deixe-me contar uma história. - Ele se sentou ao meu lado na cama. - Era uma vez, uma jovem de 16 anos, linda, olhos verdes, cabelos escuros e longos, lábios grossos e tentadores. Ela costumava frequentar esse bar na praia e ficar bebendo em frente ao mar, todos os homens a queriam, mas apenas um teve essa sorte. Ele a levou para uma tenda e fez amor com ela. E na noite posterior, antes que ela acordasse, ele fugiu.

- O que está dizendo?

- Eu era aquele garoto, Alícia, mas você devia estar bêbada demais para se lembrar de mim.

Olhei para as minhas mãos tentando puxar algo da minha memória, eu lembro desse dia, mas é como se essa parte da minha memória tivesse sido apagada.

- Eu não estava bêbada, eu me drogava, Ryan, eu sempre soube que te conhecia de algum lugar, então não era do The Red, era do Beach Bar.

- Sim.

- Você sempre soube...

Ele abaixou a cabeça, pareceu pensar um pouco.

- Por que acha que ganhou convites VIP para aquele clube específico?

- Eu não...

- Eu os enviei para você. Eu a observei aquela noite e quando tivemos a nossa segunda noite você estava bêbada. - Diz com um sorriso de escárnio. - Ao menos de alguma coisa você se lembra... 

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