CAPÍTULO 23

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Voltamos para a casa de Tamara. Victor acabou tendo que ir embora, mas ele pediu que o ligasse se acontecesse qualquer coisa. Já era de noite. Tamara vem até mim e me entrega o celular.

-Quem é? - pergunto.

-A Anje, sua amiga - Ela diz isso e sai do quarto em que eu estava.

-Anje? - Anje grita. - Eu estou bem, sim. Não Anje, ele é muito perigoso e nunca teria medo de você. Eu também achei que ele era diferente, mas ele se transformou em um monstro. Sim, Victor está cuidando de mim junto com Tamara. É uma moça legal que eu conheci. - Risos. - Victor está sendo um fofo. Eu sabia que tinha dedo seu nisso. Pelo menos alguma coisa boa. Tchau, minha louca preferida! Cuidado, Anje!

Desligo o celular e já me sinto mais relaxada por ter falado com Anjeline. Encosto meu corpo na cabeceira da cama, pego o caderno e começo a desabafar um pouco.

"Hoje, mais uma vez recorri ao meu antigo hábito de desabafar em um caderno. Descobri mais sobre as atrocidades que o monstro do Bruno é capaz de cometer, e confesso que o medo se instalou mais profundamente em mim. Victor me tranquilizou, dizendo para não me preocupar, prometendo estar ao meu lado e me protegendo. O ponto alto do dia foi encontrar com Victor, ele foi incrivelmente fofo comigo (mais uma vez) e até me deu um selinho. Eu sei que pode parecer juvenil, mas me senti nas alturas. Talvez eu esteja começando a sentir algo por Victor, mas no momento minha mente está confusa, tomada pelos acontecimentos e ameaças de Bruno. Quero deixar registrado o quanto amo todos que estão me ajudando, e se algo terrível acontecer (o que não duvido), saibam que amo cada um de vocês."

Tamara entra no quarto.

-Me dá o celular - Ela estende a mão.

-Porquê?

-É melhor você ficar longe de eletrônicos por um tempo. - Eu entrego o celular. - Depois vem jantar, ninguém se cria sem comer.

Eu dou risada e vou logo atrás dela. Jantamos uma sopinha bem quentinha e depois voltei para o quarto, e Tamara ficou assistindo. Eu estava entretida lendo um dos livros de Tamara, logo ouço alguém batendo na porta.

-Entra, Tamara! - Digo sem tirar os olhos do livro.

-Desculpa a decepção, mas não é a Tamara. - Engulo seco.

-Bru... Bruno. O que está fazendo aqui? - Pergunto assustada.

-Vim ver como estava essa doentinha - Ele diz sorrindo sarcástico.

-Cadê a Tamara?

-Ela acabou tirando um cochilo lá na sala - Eu saio do quarto correndo e vou até a sala. Tamara estava caída no chão desmaiada.

-Seu monstro - Digo chorando.

-Eu já cansei de ouvir elogios seus - Ele me levanta e me faz ficar de frente para ele. Ele me segura fortemente e me empurra contra a parede com força. Minhas costas doem.

-O que você vai fazer comigo? - Pergunto com lágrimas nos olhos.

-Por enquanto... Nada demais - Ele passa seu polegar na minha boca. - Eu só estou aqui para te avisar que eu não estou de brincadeira.

Ele ia me beijar e eu viro o rosto. Ele sobe a blusa e me mostra uma arma em sua cintura. E volta a encostar os nossos rostos e em seguida me beijando agressivamente. Sinto repulsa.

-Vamos para o quarto - Ele diz, parando o beijo. Eu sinto nojo desse cara.

-Nunca irei para a cama com você, se é isso que pensa - Ele me olha com uma cara feia.

-Ok... Essa passa! - Ele solta o ar. - Mas da próxima vez que eu aparecer aqui de novo - Ele me olha nos olhos. - Eu não vou aliviar para teu lado. Então trata de se preparar.

Dito isso, ele me solta e sai da casa e eu sinto um nojo enorme de mim mesma por ter beijado esse cara. Mas eu sinto medo do que ele pudesse fazer. Tamara estava acordando.

-Aiii... Minha cabeça! - Ela diz com a mão na cabeça.

Eu vou até ela ajudando a levantar.

-Você está bem? - Pergunto.

-Estou, mas foi uma pancada e tanta - Diz ela com cara de dor. - O que ele fez com você?

-Ele me beijou e queria me levar para o quarto - Digo com cara de nojo e vergonha.

-Que cara nojento! Eu não sei se vou esperar outra vez ele fazer isso... - Ela diz.

-Ele me mostrou uma arma, Tamara! Uma arma! - Digo me sentando no sofá. - Você deve saber quantas vidas uma arma pode tirar.

-Eu sei, mas não vai ser de nenhuma de nós que ele vai tirar - Olho fixo para ela. - É mais fácil ele perder a dele. Eu não vou facilitar para esse cara. Ainda mais depois dessa porrada gratuita.

-Foi o que ele me disse. Ele não vai facilitar para mim - Digo colocando minha cara nos joelhos e deixando algumas lágrimas caírem.

-Não fica assim, Débora! - Ela senta ao meu lado.

-E eu vou ficar como, Tamara? Sabendo que a qualquer momento esse maldito pode entrar aqui e matar nós duas. - Digo alto. - E ainda mais fazer alguma coisa que não quero!

Eu já estava chorando. 

Belas férias estou tendo. Só que não.-penso.

Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora