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Ali on:
Nós almoçamos e eu, Bia, Mel e Math fomos direto pro quarto dele, já o Igor e o Léo foram largar suas mochilas em seus respectivos dormitórios. Enquanto a gente esperava os queridos, o Math bolava um. Como eu já falei, o Matheus demora um século pra bolar, e ele já tava arrumando a maconha pra bolar o segundo beck e os bonito ainda não tinham chegado. Eu sou uma pessoa muito paciente, e já tava me irritando, provável que isso estivesse escrito na minha testa pro Matheus me obrigar a ligar pro Leonardo. Que atendeu no terceiro toque.

I.D.L:
Léo: Oi! -atendeu.
Ali: Esqueceram do o que eu falei?! -perguntei sem paciência.
Léo: Não é que... -pensou.
Ali: É que o que, Leonardo? Tu tá ligado que eu não tenho uma vida inteira pra esperar vocês, né? -sem paciência, de novo.
Léo: To! É que eu larguei a mochila, troquei a roupa do uniforme e fiquei esperando o Igor resolver não sei o que. Enquanto eu esperava eu tava jogando e pah, aí quando ele chegou eles quis jogar uma partida também e.. -explicou.
Ali: E vocês esqueceram que a gente existia. -completei interrompendo-o.
Léo: A gente só perdeu a hora, calma. -riu.
Ali: To parecendo aquelas namorada que tem ciúmes de videogame. Que horror. -ri.- Mas de qualquer jeito, agradeço se vocês chegarem logo.
Léo: A gente já tá saindo. Mas o quarto do Math podia não ficar tão no fim do corredor, né?
Ali: Também acho. Tchau. -em seguida desliguei.
F.D.L.

Desliguei e guardei o celular no bolso, voltando a minha atenção para o notebook do Math, que era o que eu fazia antes. Eles ficaram me encarando.

Ali: AAAAAH! -berrei.- Eles tavam jogando videogame. -revirei os olhos com tédio.

A gurias reviraram os olhos, como eu, e o Math voltou a bolar. Uns cinco minutos depois o Léo e o Igor chegaram.

Léo: WHAZZUUUUP! -falou entrando no dormitório.
Igor: Eaí. -cumprimentou passando na frente do Léo, que ficou parado na porta.
Ali: Só eu posso falar "whazzup". Sai daqui. -falei com falso desprezo.
Léo: Sim. Tu comprou os direitos autorais da abreviação "whazzup" de "what's up?" -disse vindo até mim.- e agora vai me processar por cópia. -me deu um selinho após se sentar ao meu lado.
Ali: Infelizmente, eu não tenho os direitos autorais de "whazzup". Mas se eu tivesse, eu com certeza faria isso. Porque, pelo teu nome, ia render, no mínimo, uns dois milhões. -rimos.
Léo: Tu não ia precisar disso, tu também vai ser Mirrors. -afirmou passando o braço pelos meus ombros.
Math: Se tu continuar com essa certeza depois dessa historinha que ela vai te contar, parabéns. Eu aprovo o casamento e quero ser padrinho dos filhos. -rimos.
Léo: Então contem a historinha. -deu de ombros.

Contei tudo, pela terceira vez. Quarta, se contar a vez que eu contei pro Caique, mas for por mensagem. Contei tudo, incluindo a mensagem de hoje de manhã, já atualizando os outros. Com certeza um dos principais motivos de eu gostar tanto do Leonardo é o fato dele levar tudo na brincadeira que nem eu. Como vou explicar... Ele escutou tudo em silêncio, quando eu acabei a gente ficou se encarando e ele começou a rir. E obviamente, eu também.

Bia: Como vocês conseguem levar tudo na brincadeira? -perguntou séria.
Ali: Aí, aí... Como eu vou explicar de um jeito que tu entenda..? Já sei. Se liga: a gente veio ao mundo pra ser feliz, e eu acho que ficar se preocupando demais não é ser feliz. Então é melhor levar um pouco na brincadeira, achando tudo ridículo. A gente tem que aproveitar o tempo aqui. Principalmente, a gente. -fiz um circulo no ar com o dedo, indicando todos.- Porque a nossa vida não é bem uma vida muito certa, ou é? Nosso tempo aqui na terrinha que Papai Do Céu criou não vai muito longe, não. -dei de ombros.

O que eu falei é tudo verdade. Eu já fiz tudo errado quando parei de ficar com o Léo por essa nóia idiota. Com toda a certeza da vida, eu não posso pensar muito. Porque olha isso, pensei demais e terminei com o Leonardo. Acordei meio foda-se pra tudo e to no caminho pra resolver meu problema, sem pensar. Acho que um dos caminhos pra felicidade é não pensar muito. Pelo menos na adolescência. Fase a qual eu julgo ser a que tu mais conhece pessoas, literalmente, malucas e também tem as experiências mais loucas. Quantas vezes eu já não tive que sair correndo atrás do Math, do Caique e até do Pirata (que é o mais velho e devia ser o mais responsável) porque eles tavam fugindo de algum guri que era dez vezes o tamanho deles juntos. Mas com certeza, minha experiência mais irritante tá sendo ter que lidar com uma retardada apaixonada pelo Leonardo. Puta merda.

Ali: Alguma ideia?
Igor: Então, tem um nerdzinho do segundo ano que rastreia qualquer celular. A gente podia tentar. -deu de ombros.
Mel: O número é privado, seu animal. -lembrou com "delicadeza" sem nem olhar pra cara dele.
Igor: Qual a parte do "qualquer celular" tu não pegou? -retrucou sem paciência.
Math: Ooooow! Se segurem aí.
Ali: JeususMariaJosé. Que que aconteceu contigo, Mel? -perguntei estranhado a grosseria da Mel.
Mel: Nada. Segue o barco. -mudou de assunto.
Léo: Chama o Davi aí.
Igor: Tu conhece o guri? -perguntou rindo.
Léo: Não é só os teu trabalho que ele faz. -riu também.

O Igor mandou umas mensagens e uns 10 minutos depois um guri que eu já tinha visto algumas vezes nos corredores apareceu. Ele tinha bem carinha de geek mesmo, tá ligado? Cabelo até a nuca, liso com uma franja pro lado, óculos quadrado, magro, com uma calça jeans preta, camisa do Sex Pistol, Vans batido, e essas coisas de geek. Ah, ele tinha um piercing de argolinha no canto direito do lábio inferior. A joia na boca dele brilhava por causa da luz, o que deva um certo charme. Sei lá, os geek's sempre tem um estilo tri, né?

Davi: Tá, mas o número é privado? -perguntou olhando para o Igor, que era quem conversava com ele.

É. Eu fiquei pensando no quanto os geek's são style e não prestei atenção na conversa. Que bonito.

Igor: É, porra. Não vai rolar?
Davi: Até rola, cara. Mas vai demorar bastante. Tipo, uns dois meses. -deu de ombros.
Igor: Beleza. Mas se tu conseguir em um mês e meio a gente paga mais.

Oiá que o menino sabe negociar.

Davi: Tipo quanto a mais? -perguntou interessado.
Igor: 100 reais a mais por cada semana a menos.
Davi: Beleza. Mas eu preciso do chip que tá recebendo as mensagens.

Tirei o chip que recebia os SMS's do meu celular e entreguei pra ele. Ele e o Igor falaram mais alguma coisa e ele foi embora.

Igor: 900 reais, puta que o pariu. -falou se sentando na cama.
Léo: 900 mais 100 reais a mais por cada semana a menos? Tu tá achando que o meu pai manda tanto dinheiro assim? Tu fumou? -perguntou incrédulo.
Igor: Não, anta. Ele pediu 500 pra entregar em 2 meses. Mas como ele precisa muito de dinheiro, vai entregar em um mês. Ou seja, quatro semanas a menos, 400 reais a mais. -explicou.
Ali: De boa. -dei de ombros.- 450 meu e 450 teu? -perguntei ao Léo.
Léo: Se eu disser que pago sozinho tu vai deixar? -perguntou.
Ali: Não mesmo. -sorri.
Léo: Então é, né. -me beijou


A Bela E A Fera No InternatoWhere stories live. Discover now