Por trás do orvalho uma lágrima

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Inebriante som que ecoa de dentro para fora
Como num suspiro doloroso em saudação,
A boca abafada pelas mãos que desesperaram-se
Por um momento de pesar
E em seguida pelo som de uma trombeta aliviante
Trazendo conforto para um peito abatido
Abatidamente bate o coração.

E a noite deu a luz à lua,
O crepúsculo ascendeu no céu
Confuso e perdido, no firmamento ela brilha solitária,
Uma noite sem estrela, um coração e uma navalha,
Um sentimento seguido de tantos sentimentos atarraxados no peito
E que não serão ditos,
Despedida é sempre cruel, despedir-se não é morrer-se
No outro, mas contentar-se com tudo o que cultivaram
E nem sempre isso é o bastante.

No céu uma pintura linear se impõe,
No chão se expõe a aridez que não permanece por muito tempo,
Remanescentes sentimentos vertem peito afora,
Uma dança chorosa começa a acontecer, ao redor é confuso,
Bons dissimulados mantêm-se para si um papel tirado a dedo,
Quantas vezes em voz rasa foi pedido algo tão banal
E que fora negado e em seguida açoitado com palavras que feriram
A quem as disparou, pois agora, está ascendendo ao céu
E o resto são lembranças.

Caronte espera embarcar todos os fingidos
Que não têm um dobrão, para que subam e sejam acolhidos
Já se foram muito antes, pereceram em espíritos e por muitos agora
Esquecidos são.

Entre Metáforas e UtopiasWhere stories live. Discover now