7. Damn Sexy!

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Maria Tereza tinha sido idiota o suficiente para acreditar nas lambisgoias das suas colegas de trabalho. Sabia não poder aceitar bebida de homens e de estranhos, mas nunca pensara que as meninas fariam algo que a prejudicasse. Costumava beber para descontrair e perder a vergonha, mas nunca antes um simples copo de gim tónico lhe tinha causado tanto mau estar.

Enquanto corria em busca do banheiro, sentia a música alta do Bar Elite se distanciar, e as pessoas perderem formas, ao mesmo tempo em que o corredor se comprimia como se tentasse asfixia-la. Caiu de joelhos em frente a uma cabine privada, e vomitou todo o conteúdo até então ingerido, e depois se levantou para lavar a boca e o rosto, mas tudo parecia distorcido na sua frente como um grande borrão. Procurou por Edu, o responsável, mas não conseguia enxergar nem um palmo a frente e se apoiou numa das paredes tentando recuperar o estado duvidoso. Respirava fundo e tinha os olhos quase fechados quando sentiu uma mão masculina alisar suas costas desnudas pelo traje especial.

— Me... Solta! — Tentou empurrar a mão do intruso, e pensou em gritar e o acertar com uma joelhada bem no meio das pernas, mas tudo ao seu redor parecia acontecer em câmara lenta. O enjoo veio de forma triplicada quando a mão alisou suas coxas, e a todo custou tentou desferir algum golpe mas nem teve a certeza se conseguiu. — Me... S... Solta!

Estava muito mal, precisava sair dali a todo custo e pelo menos chegar ao meio da pista onde fosse mais visível para todos, mas era como se cimento prendesse seus pés.

— Ela disse para soltar! — Uma voz se aproximou, intervindo.

— Qual é meu? — Outra voz mais grossa se fez ouvir, e em seguida um estrondo e xingamentos.

Desta vez uma outra mão se apoiou nela mas sem terceiras intenções.

— Sou eu o Rodrigo.

— Você também... me solta! — Protestou se arrependendo em seguida pois não conseguia distinguir um palmo a frente sem que parecesse estar tudo a girar.

— Eu vou leva-la para casa. Apenas confirme com a cabeça. — Ignorou a rebeldia, sabendo não poder deixa-la ali naquele estado deprimente.

Teté aceitou num leve aceno, e sentiu quando suas pernas deixaram o chão e se agarrou ao pescoço como uma Louis Lane salva pelo Super-Homem. O ar frio bateu no seu rosto, mas sua cabeça ainda parecia como a de um bebé recém-nascido, e não demorou a agradecer pelo conforto do banco macio.

— Onde você vive? — Rodrigo a deitou na parte de trás, de forma que ela pudesse ficar estendida, e só então foi para o lugar do condutor. Tinha ido ali para vê-la dançar, mas repara na sua saída repentina do palco, que algo não estava bem. Por muito que soubesse da sua má conduta, ainda assim o desejo era bem mais forte.

— Eu vivo... na... — Vomitou direto no tapete do carro luxuoso e em seguida apagou por completo.

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Estava para existir sensação mais horrível do que uma ressaca, mas para Maria Tereza ainda podia ser pior, visto que ao abrir os olhos sentiu falta da voz do sobrinho a brincar pela casa. Para completo choque é que o teto da sua casa não era azul, e nem tinha aquelas luzes redondas e de luxo espalhadas pelo teto. Engoliu em seco e seu coração começou a bater sem parar ao sentir a textura dos lençóis finos e a cama que parecia não ter fim. Levantou o torso num rompante assustado, e deu de cara com um belo Rodrigo sentado numa poltrona de veludo, sem camisa e de perna cruzada. Por um instinto olhou para o próprio corpo e encontrou uma blusa e uma cueca masculina. Começou a tremer sem parar.

Something About Ocean [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora