- Eu ainda vou continuar aqui, pra te dizer que você um dia amolece e para de ser tão cabeça dura. E ouvir você dizer que eu tinha toda a razão que um ser humano pode ter em toda a vida terrena.- Ela diz séria, mas de uma forma engraçada.

- Senta com 10 litros de água e comida, senão você cansa e é capaz de morrer nesse meio tempo. - Respondo irônica e ela balança a cabeça negativamente.

[...]

Já era noite e de tanto Angelina insistir em ir a essa festa, eu cedo. Coloco uma saia rodada e um moletonzinho parecido com um cropped. Ponho um salto médio, porque Anje não me deixou ir de tênis. Deixo meu cabelo preto e longo solto e faço uma maquiagem nem tão básica, mas sem exagero. Saio pronta do quarto e noto que minha amiga está conversando no celular. Quando ela me vê, desliga.

- Nossa! Tá gata, mal humorada!- Fala ela me girando.

- É, valeu! Você também está linda! - Retribuo o elogio. 

- Vamos?- Claro!- Ela diz me arrastando para fora de casa.

Fomos com meu carro, pois não pretendo beber essa noite. Chegamos em frente à casa de Bruno e o som na maior altura (Acho que alguém fica surda hoje. Talvez seja eu). Fomos recebidas por ele e seu lindo sorriso.

- Ainda bem que você veio, senhorita Debora. Eu te liguei, mas aparentemente fui ignorado.

-Diz ele antes de beijar minha bochecha, e faz o mesmo com Anje.

- É, mas Anje deu o seu recado e eu resolvi vir. - Anje me olha torto, e eu sorrio sarcástica.

- Então, vamos entrando que a festa espera por vocês! - Bruno fica entre nós duas, com os braços em volta dos nossos corpos como se fôssemos suas acompanhantes.

- Meninas, as bebidas estão logo ali no bar. - Bruno aponta para o bar, e em seguida me olha. - E mais tarde eu quero uma dança com você, gata!

- Ok! - Falo sem muita animação.Bruno some no meio daquele povo todo, e Anje apenas me observa com uma cara de que a qualquer momento me mataria.

- Que foi, Anje? Viu um fantasma?- pergunto rindo.

- Você merece um oscar de melhor atriz do ano! - Ela bufa. 

- Vem, vamos tomar alguma coisa para começar essa festa direito.

Anje chega ao bar e pede uma caipirinha e uma nevada. E, infelizmente, acabo esquecendo do álcool, e quando lembro já era tarde demais, pois as bebidas já estavam prontas na nossa frente.

Anje me entrega o copo de nevada e me puxa para a pista de dança. Tomamos nossas bebidas enquanto dançamos, mas logo sinto os meus pés doloridos.

- Anje, eu vou me sentar um pouco. Meus pés estão me matando. - Grito em seu ouvido e Anje balança a cabeça em sinal de sim.

Não demorou muito para encontrar um assento, então olho para onde ela estava para certificar que ela continua ali. Sem perder tempo, ela estava dançando com um cara. Parece que o rapaz só estava esperando eu sair.

Peço uma água no bar onde estou descansando em um dos bancos e fico observando a pista de dança enquanto bebo minha água. Olho para um sofá que tinha não muito longe de onde eu estava e avisto Jared. Ele estava com uma garota de cabelos castanhos ondulados e pele clara, e não deu para ignorar que ele está com um sorrisão no rosto e uma vez ou outra dá selinhos nela a deixando com os olhos fechadinhos enquanto sorri daquela ação carinhosa.

-Acho que descobri o porquê dele nunca mais conversar comigo.-Penso. Deixo de lado essa questão e vou para o lado de fora da casa, no gramado da mansão de Bruno. Precisava tomar um ar. 

Não demorou muito tempo até que eu pudesse ouvir ele me chamar e vir em minha direção.

- Debora, não está gostando da festa? - Ele pergunta assim que chega perto de mim.

- Estou adorando a festa! Só estou um pouco cansada. - Falo com um tom convincente.

- Ok, mas e minha dança? Eu ainda tenho direito? - Pergunta ele sorrindo. -Ou está muito cansada?

- Tem! - Falo retribuindo o sorriso. Apesar de eu não estar no clima, ele está se esforçando em ser legal comigo.

Bruno pega a minha mão, e entramos. Fomos para a pista de dança e dançamos muito. Diria que nos divertimos. Olho pra tela do meu celular e já eram 00: 47 Am.

- Bruno? Você sabe onde a Anje se meteu? - Pergunto próxima ao seu ouvido por conta da música alta.

- Ela estava com um cara, e subiram lá para cima. Acho que vão demorar. - Ele sorri maliciosamente.

- Avisa a ela que eu tive que ir. Já está tarde e eu tenho que trabalhar amanhã. - Falo um pouco rápido.

-Quer dizer, hoje mais tarde para ser mais exata.

- Você é muito certinha, Debora! Tem que relaxar mais. - Bruno fala me olhando nos olhos.

- Não posso! Deu por hoje. Tchau, Bruno. Foi bom te ver. - Beijo a bochecha dele e vou para o estacionamento à procura do meu carro.

(...)


Chego em casa, tiro aqueles saltos malditos que estão machucando os meus pés, mas que me deixam com as pernas bonitas e parto para o banheiro em busca de um banho relaxante. Encho a banheira com água quente, coloco meus sais cheirosos e relaxo por uns 10 minutos. Então, saio do banho, visto meu pijama de bichinhos e me jogo na cama.

Minha Calmaria Em Meio Ao CaosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora