Ali: Te afirma, Leonardo. Tu não é nada nosso pra dizer o que a gente vai, ou não, fazer. -falei sem olhar para ele.
Léo: Ah, sou sim. Sou melhor amigo do namorado dessa anã loira aqui, -apontou para a Mel- que pro bem dela, não ia curtir nem um pouco isso. E sou apaixonado por ti, eu te amo, caralho. E quando tu ama uma pessoa, tu automaticamente quer proteger ela de tudo de ruim. E na boa, o Andrey e os amigos dele, são coisa muito ruim. O Luan é um exemplo. -olhei pra ele. Ele me olhou sério de volta, esperando uma resposta, mas eu continuei em silêncio.- Mas tu faz o que tu quiser. Só não te esquece do que o melhor amiguinho dele fez contigo. -deu de ombros e seguiu na nossa frente.

Se ele apelou? Ele apelou bastante. Mas apelou com bastante razão, tenho que assumir. Ele pode tá certo. O Luan não prestava. Mas ele não gosta do tal Lasanha. Pode tá fazendo isso só pra mim não me aproximar dele. Ah, foda-se. Vamo aí, é só um baseado.

Ali: Bora. -chamei a Mel.
Mel: Ali, o Léo tá certo. Melhor a gente não ir. -disse, mas seguindo.
Ali: Beleza, não to afim de socializar. -bufei.- Consegue o narguilé com teu amorzinho pra nóis (N/A: erro proposital) lá. -sorri debochada.
Mel: Vamo aí, ele deve tá no quarto dele.

Subimos pro dormitório do Iam brincando de fale qualquer coisa. Ridículo. O prédio em que fica a diretoria, a secretária e a enfermaria é o primeiro da grande fileira de prédios e fica do outro lado do campus, já o nosso é o último. Ou seja, a gente atravessou todo o campus brincando. O melhor foi no começo, nos prédios das séries do fundamental I, porque a gente tava meio que quase berrando na empolgação de falar rápido, e às vezes saía umas coisa tipo "foda", "caralho", "pica", "anal", "fodeu" e as crianças que tavam por ali olhavam assustadas. A gente ficava com falta de ar de rir da cara delas. Quando a gente chegou no dormitório o Iam tava mesmo lá, junto com o Igor e o Jack.

Mel: OE AMOR! -gritou abrindo a porta do quarto. Quem passava pelo corredor até se assustou.
Ali: WHAZUUUP! -gritei também.
Iam: Oi amor, -deu um selinho em Mel.- Eai, srta. Ganhei do Leonardo Mirrors. -riram e eu revirei os olhos.
Ali: Iih, nem sou assim. -me sentei na cama.
Igor: Eaí, não se mataram lá na diretoria? -perguntou rindo.
Jack: Oi também, Ali. -fiz cara de tédio.
Ali: "Whazup" foi geral. E não, até que não. Na verdade... -fiz uma pausa.
Mel: A Clermont perguntou se a Ali não ia sentar no colo do Léo de novo, o Léo disse que era apaixonado por ela, que queria proteger ela e que iria numa boca comprar maconha pra ela. -falou tudo de uma vez antes de eu continuar.
- Uau. -disseram em uníssono.
Ali: Eu ia dizer que tinha ficado animada porque a gente tinha ficado com a organização das festas. -falei coçando a nuca.

Ele zoaram um pouco de mim, falaram sobre como Léo ia conseguir maconha, e um monte de coisas inúteis. Pelo menos, por uma hora. Eu só dava risada. É até legal ficar assim, só rindo, de boa com eles. Eles são meus amigos, e isso me distraí de toda a bosta que tá acontecendo. Mesmo que não estejam todos que eu considero amigos, mesmo que meu irmão não esteja, mesmo que a pessoa que eu amo não esteja. Mas eu tenho que relevar, até porque tem bosta que tem haver com eles. E é disso que to me distraindo: deles. 

Ali: Fios, eu não vim aqui pra conversar, não. Eu quero narguilé. -disse olhando minhas unhas.
Iam: Interesseira. -riram.
Ali: Ih, nem vem. Arruma aí. -sorri.

Ele fez uma cara de tédio, mas foi até o armário e tirou um narguilé LINDO dos Simpsons, mas só tinha duas mangueiras e nós somos cincos. Já vi que vamos ter que ficar passeando as mangueiras. O Iam ajeitou tudo e nós nos sentamos no chão pra fumar. Jack e Igor ficaram dum lado com uma mangueira e Mel e Iam do outro com a outra, eu fechei a rodinha e sentei entre a Mel e o Jack e fiquei tragando um pouco em cada mangueira. Aquilo tava dando uma agonia no Jack, e dava pra ver de longe. Ignorei por um bom tempo, do mesmo jeito que ele ficava ignorando quando eu pegava a mangueira da mão dele. Eles ficaram falando várias asneiras sem um mínimo de sentido, e eu nem prestei atenção. Eu já sou distraída, fico ignorando eles e ainda invento de fumar narguilé... Acho que se alguém gritar no meu ouvido o meu nome eu não ia conseguir prestar atenção por causa da brisa. Mas me enganei, de repente, o Jack começou demonstrar que tava agoniado de verdade comigo tragando nas duas mangueiras, e aquilo foi me incomodando. Deve ser a brisa, cada um reage de um jeito. Acho que o Jack perde a noção dessas coisas... De boa.

Ali: To te irritando com esse bagulho de ficar tragando nas duas mangueiras, né? -falei olhando para Jack.
Jack: Nem. De boa. -deu de ombros.
Ali: To, sim. Já vou parar. Mas é porque eu já to indo. -dou uma última tragada, funda.

Até fecho os olhos pra aproveitar. Prendo a fumaça por um bom tempo, depois soltei com um sorriso. O que a brisa não faz? Eu, sorrindo, no meio desse monte de merda.

Ali: Beijo. Beijo. -saí do dormitório.

Fui para meu quarto, tomei banho, me vesti, sequei os cabelos, peguei uns salgadinhos e bobagens que sobraram do dia da minha bad e comi. Não tava afim de descer, mas tava com fome. Nem sei se é larica, na real, não lembro se narguilé da larica. Não manjo muito disso, só tava com fome. Depois, deitei e fiquei até umas 11:00pm mexendo no celular.

A Bela E A Fera No InternatoWhere stories live. Discover now