Capítulo 08- Melhor cappuccino

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— Talvez seja muito hostil espiar os outros por uma janela docinho — Uma ironia o "garoto hostil do armário" querer falar sobre hostilidade. O incrível é que ele sempre está com a mesma cara de conquista com um sorriso malicioso e olhos ameaçadores. E uma coisa que não reparei antes, mas seus cabelos são completamente platinados.

— Ah, obrigada pelo aviso, vou me lembrar de sair por aí empurrando os outros e derrubando suas coisas para ser menos hostil, menino do outro dia. — Digo raivosa, mas sem levantar o tom de voz, com certeza ele conhecia os outros três.

— É Ethan Owen. — Ele põe a mão no peito, e como um cavalheiro se apresenta, até poderia cair em seu charme se logo após ele não tivesse levantado a cabeça me olhando maliciosamente. Um perfeito sádico.

— Quem diria, até você pode ser cavalheiro. — Ao dizer isso o sorriso dele aumenta, não sei, talvez masoquismo.

— Eu vim pedir desculpas. — No entanto nem se incomodou em me ajudar com os livros. — Por meus amigos terem te importunado. Vou recompensa-la.

— Apenas diga-me então o nome de quem estava tocando violino. — Dou um sorriso bobo, mas vejo a expressão dele de indiferença. — Ou carregue esses livros pra mim até a biblioteca.

— Dispenso. — Então porque se ofereceu a me pagar algo? — Vou lhe dar um ingresso imaginário, venha ver minha banda tocar no sábado Serenity. — Diz ele. — Te passarei o local mais tarde docinho.

— Serenity. — Escuto Mathew do outro lado do corredor, ele vem correndo sorridente quando percebe a presença de mais alguém. — Ethan. — Diz ele desconfortável, mas logo aparenta ignorar o sentimento.

— Deixe-me levar isso antes. — Digo fazendo referencia aos livros. Mathew pega um pouco mais da metade deles e me acompanha, deixando Ethan sozinho, mas lembro de ouvir a porta bater, ele deve ter entrado e voltado a falar com seus amigos.

O garoto, Ethan, não sei, mas algo me faz querer socar ele, ou pega-lo com a mão, trancar num pote e esquece-lo ali por décadas toda vez que o vejo.

— Sobre o que estavam conversando? — Mathew diz ao empilhar todos os livros no balcão organizadamente.

— Coisas. — Digo.

— Não precisa esconder nada de mim Serenity. Se não quiser contar apenas diga isso. — Diz ele sem se exaltar, mas mesmo assim sinto um sentimento de revolta no ar. Isso me irrita.

— Não te interessa Mathew. Eu não sou as garotas que babam por você, você não é meu dono.

— D-Desculpe... — Diz ele. A biblioteca está completamente vazia, o silêncio entre nossas falas deixa um clima mais pesado no ar. — Só queria dizer que Ethan não é confiável. Você nem o conhece e...

— Eu também não te conheço. E você não me conhece. Não haja como se soubesse algo sobre mim. — Digo saindo da sala e andando pelo corredor sem fim, cada passo pesado e carregado de ódio que dou ecoa pela construção.

Logo seria a próxima aula e não estou a fim de participar dela, mas não posso cabular quando bem entender, infelizmente.

— E então Serenity. — O tempo passou, a aula acabou e Justin me convidou para sair, eu não pude recusar, apesar de não estar em meus melhores momentos de estabilidade emocional. — Não acha que a magia do cappuccino existe? É a melhor bebida que existe. — Faço uma careta após ouvir isso.

— Lógico que não, não gosto de café, e você sabe Jus.

— Aprendi do jeito mais difícil. Sempre que viemos aqui você sempre pedia o frappuccino de creme de baunilha que não tem cafeína, ele não é nada barato, alias, é uma loja conhecida por seus cafés maravilhosos, quem vem aqui e nunca pegou um café certamente não é desse mundo. — Diz ele saboreando seu mocha de caramelo.

— Você que insiste em pagar.

— Eu convidei, eu pago. Regra básica do manual dos homens, aliás, é bom assim porque posso usar isso contra você depois e te obrigar a me fazer um favor depois. — Diz ele rindo.

— Que tipo de manual dos homens você anda lendo? — Resmungo.

— Claro que eu não faria isso... — Ele sorri e muda de expressão rapidamente, ele está sério. — Quando vai decidir me contar o que está acontecendo? — Diz ele mexendo no canudo de sua bebida que já havia acabado.

— Como assim?

— Perguntar faz com que seja mais doloroso para mim Serenity. — Ele sorri conformado, um sorriso triste e amargo. — Você contou para ele, não contou? Porque não contou para mim também?

— Mathew? Ele só... estava lá. Na hora certa e no lugar certo. — Dou um gole em minha bebida, ainda há mais da metade.

— Eu sempre estou com você, bastava me chamar Serenity. — Sua expressão fica ainda mais amarga do que antes. — Estou com ciúmes.




Serenity | #Wattys2016Where stories live. Discover now