Capítulo 6

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Boa leitura ❤

Mia 

O que acabará de acontecer, não acontecerá nunca mais. Eu senti uma corrente elétrica percorrendo meu corpo, uma sensação maravilhosa me invadiu, eu esqueci de tudo naquele momento, mas por um motivo que eu não sei ele saiu, me deixando ali parada.

Ouço o carro do meu pai chegando, estou tão apreensiva e com medo. Não é para menos né?!
Coloco um casaco cor de pele, um cachicou de trico uma calça preta e saltos, e deixo os cabelos solto e passo um batom vermelho. Nesses últimos dias nem consegui pregar os olhos, eu não tive culpa, não tive mesmo, eu cheguei lá e ele estava lá parecendo um doido. Mas enfim, ninguém acredita de mim. Desço e meu pai já está na mesa almoçando.

- Pai.... - não consigo nem olhar em seus olhos.

- Coma, iremos mais cedo. 

- Ele fez alguma coisa que eu não sei? - tenho certeza que sim.

- No tribunal você ouvirá, agora coma.

Eu não sentia fome nenhuma, empurrei a comida na marra. Logo saímos, minhas mãos estavam soando, estou com tanto medo, o advogado que meu pai contratou é um dos melhores daqui, o senhor Johnson, dizem que é muito eficiente.

- Chegamos, vai dar tudo certo não se preocupe. - meu pai falou e pegou em minhas mãos e me deu um leve beijo na bochecha.

- Eu espero. - digo saindo do carro e me dirigindo até a porta principal do fórum.

Entramos na sala, e logo meu advogado chegou, Nick estava a minha esquerda, quando me viu sorriu como se nada estivesse acontecido. Sento e aguardo, meu pai logo entra e se senta atrás de mim.

Mas quando olho não consigo acreditar, é ele! Will, não posso acreditar. Ele está lindo. Seu olhar percorre a sala e para em mim, seu olhar está diferente.

- Boa tarde a todos, estamos começando essa sessão, exijo silêncio absoluto. - quem vê pensa ele todo com essa marra e cara de lobo mau, ele se dirigi a palavra a mim.

- Coloque a mão em seu peito esquerdo. - vamos lá, faço o que me pede.

- Jura falar a verdade somente a verdade?

- Juro. - Começa o interrogatório.

- O advogado de defesa está com a palavra.

- Mia, onde estava quando seu namorado Nick a telefonou?

- Estava em minha casa.

- Na ligação, o que ele disse?

- Pediu-me para encontra-lo, no galpão.

- Chegando lá, notou algo estranho?

- Sim, era bem longe da cidade, uma estrada de chão.

- Quando entrou no galpão, viu o réu?

- Eu o procurei, mas não achei, fiz ate uma ligação pelo celular mais ia direto para caixa postal. Até que o vi sentado segurando uma arma. - me controlo para não chorar, respiro fundo.

- Ele já apresentou ser agressivo?

- Protesto meritíssimo, essa pergunta difere ao meu cliente!

- Protesto negado. - ufa gostosão. - Continue senhorita Mia.

- Sim, era muito ciumento, várias vezes tentou me agredir.

Que cara babaca.

- É só isso excelência.

- O advogado de acusação está com a palavra?

- Sim. - Deus, termine logo isso por favor.

- Senhorita Mia, no dia quatro de abril de 2014, ás 15 horas, seu namorado te ligou e pediu para que fosse encontra-lo?

- Sim.

- E em questão das drogas encontradas no seu veiculo um Mercedes Classe G, placa ADL 5214?

- Eu não sei, não sei como foi parar lá. 

- Quando começaram o relacionamento, você não sabia de nada ou você decidiu compactuar com ele?

- Protesto! Está coagindo a minha cliente. 

- Protesto aceito! Mais alguma pergunta senhor advogado?

- Sim, algum dia usou algum tipo de drogas?

- Não. Você já me fez essa pergunta eu já disse que não!

- E porque encontramos drogas em seu carro? Mia, você não está facilitando as coisas para você, acho muito estranhos meus senhores, essa senhorita negar tudo, quando se foi pela no flagra com o meu cliente, quem sabe ela que não o induziu a tudo isso? O quadro de agressividade que ela mesmo disse, provavelmente ela o fez agir dessa forma. Meu cliente é inocente de todas as acusações. É só isso.

- As drogas nunca foram minhas, eu jamais colocaria uma coisa dessas em meu carro.

- É só isso meritíssimo.

- Encerramos essa sessão, em dez minutos retornaremos.

Eu estou com tanto medo, saio para tomar água e meu pai vem atrás.

- Filha, vai dar tudo certo.

- Eu espero papai. - quando eu menos espero o lobo mau.

- Boa tarde, juiz Logan. - ele nem olha na minha cara.

- Boa tarde Will, e aí? O que acha?

- Muitas surpresas ainda.

Eu saio sem nem olhar para eles, cara sem educação. Sento-me e logo a sessão é retomada.

- Peço silêncio, ouviremos o réu Nick Morgan Backer.

- Coloque a mão em seu peito esquerdo. - o mesmo fez.

- Jura falar a verdade somente a verdade?

- Juro.

- O advogado de acusação.

- Senhor Nick, naquele dia que ligou para Mia, o que pretendia?

- Ora, mata-lá... - todos dentro do tribunal se chocam.

- Por quê?

- Simples, me deu uma vontade enorme, e sendo realista com todos, não seria a primeira vez que mataria alguém, vamos encerrar logo essa palhaçada. - eu fiquei horrorizada, eu estava com um assassino.

- Quem foram suas vítimas?

- Algumas diversões que tive, prostitutas por exemplo.

- E você cometeu esses atos, sozinho?

- Sim.

- Quantas mulheres?

- Umas dez mulheres. - ele dizia como se aquilo fosse normal, meu Deus.

- Só isso meritíssimo.

- O advogado de defesa está com a palavra.

- Não tenho perguntas.

- Uma pausa de cinco minutos, voltaremos com o veredito. - permaneci sentada, eu não posso ser acusada por um crime que eu não cometi. Ele adentra novamente na sala.

- Condeno. - droga, meu Deus. - O réu Nick Morgan Backer por crime de porte de armas e tráfico de entorpecentes a pena é de 15 anos, não garante o direito à liberdade provisória porquanto o crime de tráfico é equiparado a hediondo. Por sua vez, o condeno por assassinato das vitimas, Lucy Mettlin, Bonnie Takahashi, Julie Bascher, á 80 anos sem direito a condicional.

- A ré Mia Moore Conner, é inocentada, as drogas que continham em seu carro foram colocadas propositalmente, o galpão continha câmeras, e as mesmas capturaram um sujeito não identificado colocando as drogas em seu carro. Sessão encerrada. - E então ele bate o martelo, eu só sei chorar, Nick não apresenta nenhuma reação. 

- Eu disse minha filha, eu disse.

- Obrigada por acreditar em mim papai.
*
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Meu JuizWhere stories live. Discover now