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L e t í c i a


- Gabriel: - desculpa. - ele disse ainda no abraço e limpando as lágrimas.

- Letícia: - você pede desculpas demais. - ele riu um pouco.

- Desconhecida: - Gabriel? - ouvi uma voz feminina e me soltei do abraço.

- Gabriel: - oi amor. - ele disse limpando as lágrimas e sorriu fraco.

- Desconhecida: ta tudo bem? - ela o olhou preocupada.

- Gabriel: - ta sim - ele sorriu fraco e ela me olhou curiosa, deve estar se perguntando quem sou eu. - essa é Letícia.

- Desconhecida: - sou a Camilla, mulher do Gabriel - ela sorriu.

Acho que ela ficou com um pouco de ciúmes, eu também ficaria se visse meu marido abraçada com outra.

Gabriel chegou perto dela e a abraçou, Camilla beijou seu pescoço delicadamente, fez alguns carinhos e ele sorriu um pouco mais.

É incrível como a pessoa certa pode fazer você se sentir bem de uma hora pra outra, mas a minha pessoa certa infelizmente não estava aqui pra me fazer se sentir melhor.

- Gabriel: - vou pegar um café, alguém quer? - negamos. - já volto. - ele saiu.

- Camilla: - está tudo bem? - ela se sentou ao meu lado. - não, desculpa eu sei que não tem nada bem mas eu. - a interrompi e a abracei.

Eu pareceu surpresa com a minha ação, mas logo correspondeu ao abraço.

- Letícia: - eu não quero perder ele. - comecei a chorar de novo. - eu fiquei tanto tempo longe dele e agora isso tudo acontece.

- Camilla: - você não vai perde - ló. - ela respirou fundo. - fica calma, ele sempre vai estar com você.

- Letícia: - quero ele bem pertinho de mim, pra sempre. - ela beijou minha cabeça.

- Camilla: - se Deus quiser ele vai estar, tenha fé. - sorri fraco.

- Letícia: - você é sempre otimista assim?

- Camilla: - minha mãe me ensinou que o otimismo é o imã da felicidade, se você ficar positivo, coisas boas e pessoas boas serão atraídas pra você.

- Letícia: - todas as vezes que fui otimista eu quebrei a cara, então eu me acostumei a não acreditar em muita coisa.

- Camilla: - então acredite nisso com toda sua força. - ela sorriu.

- Letícia: - eu não consigo, acho que Deus está me castigando por todas as vezes que não fui uma boa pessoa.

- Camilla: - seu sofrimento vai acabar. - ela disse calma e confiante, queria ter essa confiança.

- Letícia: - como você sabe? - limpei meu rosto.

- Camilla: - Deus só dá aquilo que você suporta, ele sabe a hora de parar. - ela levantou e sorriu.

- Letícia: - obrigada.

- Camilla: - de nada, quando quiser conversar estou aqui pra isso.

- Letícia: - igualmente.

- Camilla: - eu vou indo, não gosto de hospitais, mas me mande notícias pelo Gabriel.

- Letícia: - pode deixar. - ela sorriu e saiu.

Fui até o banheiro do hospital e lavei o rosto, me olhei no espelho, respirei fundo e sorri. Um sorriso falso, mas ainda assim era um sorriso.

- Letícia: - ele vai ficar bem. - falei pra mim mesma e sai do banheiro, indo até minha família.

Assim que cheguei todos estavam com uma expressão diferente de quando eu saí.

- Letícia: - o que aconteceu?

- Lucas: - ele voltou pro quarto. - ele sorriu fraco.

- Letícia: - então ele está bem, eu já posso vê - ló? - Lucas abaixou a cabeça e isso me preocupou. - não posso?

- Sara: - filha, ele já está no quarto sim mas tem uma coisa.

- Letícia: - esse "mas" sempre me assusta, fala logo mãe. - disse ficando irritada.

- Sara: - ele está em coma filha. - minha mãe disse quase como um sussurro.

As lágrimas queriam descer, mas eu não deixei, a porta do quarto se abriu e o doutor Marcelo saiu.

- Letícia: - posso vê - lo? - o doutor assentiu e eu entrei.

Ver Gustavo ali deitado naquela maca desacordado me causava arrepios, ele parecia estar morto, ele respirava mas estava inconsciente.

- Letícia: - oi meu amor. - uma lágrima desceu. - você podia acordar logo né, você não sabe o tamanho da minha saudade. - sorri fraco. - eu sei que você vai acordar e eu vou estar aqui te esperando, mas faz um esforço pra ser o mais rápido possível, por favor. - beijei sua testa. - eu te amo. - sussurrei

Sara: - filha? - minha mãe disse com a voz doce. - você está bem? - me abraçou.

Letícia: - sim, na medida do possível. - ela sorriu. - doutor, quando ele vai acordar? - perguntei limpando as lágrimas.

Marcelo: - não sabemos, isso pode levar dias, semanas ou até mesmo anos. - engoli em seco. - mas também pode acontecer mais rápido.

Letícia: - tudo bem. - respirei fundo e me sentei ao lado de Lucas. - eu preciso ir embora.

Lucas: - vai deixar ele aqui?

Letícia: - vou deixar ele nas mãos dos médicos, eu aqui não posso fazer nada.

Lucas: - quer que eu te leve?

Letícia: - não, eu vou sozinha. - me levantei e fui pra fora do hospital.

Soltei a respiração e as lágrimas vieram, eu queria ser forte, queria mesmo, eu já devia até ter me acostumado com a dor, mas eu não consigo.

×××

Ficar sem Gustavo é um pesadelo, penso nele 12 horas por dia, as outras 12 ou eu estou chorando ou dormindo.

Era uma sexta - feira, devia ser uma 03:00AM, acordei com o telefone residencial tocando.

- Sara: - alô? - ouvi minha mãe atender. - sim, obrigada.

A luz do meu quarto acendeu e as lágrimas desceram, ela ficou em pé perto da minha cama e depois sentou ao meu lado.

Já estava tão na cara, Gustavo ainda estava no hospital, o telefone toca de madrugada e minha mãe vem até meu quarto, isso só podia significar uma coisa.

Minha mãe não tinha expressão nenhuma no rosto, acho que de alguma forma ela se acostumou com a dor, mas eu não.

×××

My hart. 💔

Beijos!!

| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte IIWhere stories live. Discover now