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L e t í c i a


- Vai pra piscina, filha? - minha mãe disse aparecendo no corredor.

- Vou dar um mergulho pra refrescar. - ela sorriu.

- Viu seu irmão? - ela perguntou.

- Acho que está lá em cima no quarto.

- Ótimo. - franzi a testa.

- O que é ótimo?

- Nada. - ela me deu as costas e eu ri.

- Tudo bem então.

O dia estava lindo, o sol estava estalando no céu.

×

Depois de pegar um pouco de sol na borda da piscina, resolvi dar um mergulho, assim que voltei para a superfície senti alguém me olhando, até encarar o par de olhos castanhos que custumavam ser os meus favoritos.

Eu não sabia ao certo o que fazer, apenas ficamos por um tempo nos olhando, até ele tomar a iniciativa e vir até mim. Peguei a toalha que estava na mesa e me enrolei.

- Oi - ele disse me encarando.

- Oi. - sorri.

Ele estava diferente, sua barba o deixava com cara de homem, seu corpo parecia estar mais definido, seus braços tem alguns rabiscos novos, isso me fez lembrar o pequeno desenho em meu pulso.

- Você tem que parar de fazer isso. - ele riu.

- Mas eu não fiz nada - franzi a testa.

- Você. - ele sorriu. - você não precisa fazer nada, o seu oi já me bagunça inteiro. - sorri. - e pra completar ainda abre esse sorriso. - ele suspirou. - socorro.

- Desculpa. - desviei o olhar. - eu não mereço nem um abraço?

- Até dois, se quiser. - ele me abraçou.

Ao sentir que nossos corpos estavam grudados minha mente viajou em pensamentos insanos.

- O tempo passa e seu cheiro não muda né. - disse e afundei ainda mais meu rosto em seu pescoço.

- Pois é, você diferente de mim, mudou bastante. - ele me soltou. - está linda. - ele sussurrou.

- Não exagera. - eu ri. - continuo a mesma pessoa.

- A minha Letícia? - engoli em seco.

- Eu acho melhor eu entrar, eu preciso.. - sua mão foi parar na minha cintura.

- Acho que isso não é normal. - ele colocou minha mão em seu peito. - acho que estou tendo um ataque cardíaco.

Não sei o que me deu pra juntar nossos lábios, mas eu precisava daquilo, sentir seus lábios nos meus novamente era o meu maior desejo no momento.

O beijo foi calmo, minhas mãos estavam aonde elas sempre ficavam, na sua nuca, a mão dele estava apertando minha cintura, ele mordeu meu lábio e só aí eu percebi o que eu estava fazendo.

Merda!

- Desculpa. - disse ao final do beijo e o mesmo sorriu.

- Tudo bem. - nossas testas estavam coladas e nossas respirações aceleradas.

- Eu não devia ter feito isso, eu tenho namorado. - ele pareceu surpreso e descolou nossas testas.

- Sabe, você poderia ter me dito que não queria nada comigo. - o olhei confusa. - seria melhor do que me ignorar por tanto tempo.

- Do que você está falando, eu não te ignorei. - ele riu sarcástico.

- Eu vivia te mandando mensagem e você.. - ele foi interrompido pela minha mãe.

- Gustavo querido, eu.. - ela parou. - desculpa, atrapalhei alguma coisa?

- Não, eu já estava de saída, Sara. - ele não parava de me olhar. - conseguiu a receita?

- Aham, está aqui. - minha mãe entregou um papel pra ele e se retirou.

- Se arrependeu? - ele perguntou.

- Foi errado. - ele sorriu de canto.

- Você não disse que se arrependeu. - ele sussurrou. - até mais tarde. - ele disse.

Antes de sair depositou um beijo na curva do meu pescoço, o que fez minhas pernas vacilarem. Depois de todos esses anos, eu ainda acho que me apaixono ainda mais por ele cada vez que o vejo.

- Meu deus, o que eu fiz? - coloquei a mão na boca. - eu não podia ter feito isso, isso é injusto com o.. - meu namorado me interrompeu.

- Amor?

- Oi, que foi? - perguntei ainda meio desnorteada e percebi que nem o vi chegar.

- Você está bem? - ele se sentou perto de mim.

- Aham. - não, é mentira.

- Sua mãe está te chamando na cozinha. - ele disse e me deu um selinho.

- Ok, vou lá ver o que ela quer. - disse rápido e sai.

Parei no corredor e respirei fundo, eu tinha quase certeza que Dona Sara tinha visto tudo.

- Mãe.

- Eu vi. - ela disse lavando a louça.

- Viu o que? - me fiz de desentendida.

- O beijo, Letícia, não se faça de cínica.

- Que beijo mulher, não teve beijo nenhum, ta louca? - ela me encarou.

- Filha, você sabe que foi errado, né? O Leonardo não merece isso.

- Tudo bem, eu sei que não é justo com ele, mas.. - bufei. - eu não sei o que me deu.

- Está confusa em relação a ele? - balancei a cabeça. - talvez uma volta te faça bem, você ainda não foi na minha nova loja. - sorri.

- Vou tomar um banho e a gente vai. - ela assentiu. - obrigada, mãe. - dei um beijo na testa dela e sai.

×

| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte IIWhere stories live. Discover now