𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐇𝐄𝐍𝐑𝐘 𝐄 𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐄𝐍𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐌 𝐀𝐋𝐆𝐎
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐓𝐄𝐑𝐑Í𝐕𝐄𝐋

⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓:⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐇𝐄𝐍𝐑𝐘 𝐄 𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐄𝐍𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐌 𝐀𝐋𝐆𝐎 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐓𝐄𝐑𝐑Í𝐕𝐄𝐋

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Escureceu e eu nem percebi que tinha demorado tanto tempo conversando com Henry sobre a minha mãe. Claro, não contei tudo..., só porque eu não queria que ele sentisse mais pena de mim. Assim, andamos por um caminho próximo do cemitério, onde não havia luzes e a única coisa que podia se ver eram as lápides ficando mais longe de nós dois, lá atrás.
     — Vai dar tudo certo — Henry me confortou, depois de eu terminar o meu pequeno discurso de dor sobre a morte de minha mãe. Olhei para ele e o mesmo parecia estar perdido em pensamentos. Ele andava ao meu lado, me conduzindo para mais longe do cemitério.
     — Como era a sua mãe? — eu questionei, assim de repente. Eu não lembrava de tê-la visto de perto enquanto ela ainda estava viva. O sorriso e os olhos de Anne eu só vi por fotos.

E eu sabia que Henry a amava muito, mas não conversávamos muito sobre ela. Logo, ouvi apenas o silêncio me respondendo. Fitei Henry novamente, para depois me arrepender de ter feito aquela pergunta. Não conversávamos muito sobre ela porque Anne ainda era uma ferida aberta em Henry.

Ele acabou diminuindo os passos e finalmente parou, para assim ficarmos naquele lugar escuro e sentindo uma saudade imensa das nossas mães.
     — Ela era incrível…, alegre e sempre tinha algo no olhar. Às vezes eu… eu me irritava um pouco quando percebia que a atenção dela estava mais focada nele, no meu irmão — Henry coçou a cabeça, sem me olhar. — Mas ela sempre vinha até mim e me dava um beijo na bochecha — prosseguiu, com o olhar parecendo atravessar o chão em que pisávamos. Quando ele mencionou Harry, senti o pequeno calafrio habitual. Ouvir aquilo foi até uma novidade, porque eu não sabia que Henry tinha ciúmes de seu irmão com Anne. 
     — Eu pensava que Harry não tinha uma boa relação com a mãe de vocês... — comentei, tentando imaginá-lo amoroso com a mulher que lhe colocara no mundo. Eu apenas estava confusa com o que Henry havia dito. Não seria o seu irmão quem deveria ter ciúmes dele com a mãe?

Antes que eu falasse mais alguma coisa, Henry mudou a sua expressão e passou a olhar para atrás de mim, com rugas na testa. Franzi o cenho e tentei decifrar o que se passava.
     — O que foi aquilo? — ele perguntou, e passei a ficar alarmada. Me virei para onde ele estava olhando e não vi nada, apenas árvores e mais árvores. — Eu juro que vi alguém passando por ali... — murmurou Henry, andando para a minha frente e apontando o dedo pro lugar onde eu estava olhando.
     — Acho melhor irmos embora, já está ficando escuro por aqui. — Tentei puxar o braço dele, mas ele continuou rígido. — Henry...
     — Vamos ver o que era aquilo, eu não estou louco — ele passou a falar e daquela vez parecia mais obcecado. Assim, me puxou e não consegui barrá-lo.

Aquela mesma atmosfera ruim voltou e tudo passou a ficar bem mais sombrio. Com certeza havia alguma coisa errada ali. Harry não apareceu mais para mim, não me assustou e muito menos falou comigo depois do que aconteceu no carro. E aquilo era estranho, eu não podia negar. Ele fazia coisas ruins quando estava por perto, sim, mas parecia que eu ficava mais desprotegida ainda, cega em meio ao breu, quando ele não estava nas minhas vistas, porque daquela forma eu não sabia o que ele andava fazendo. Se ele estava há muito tempo calado, não era um bom sinal.
     — Espera, Henry — exclamei, parando bruscamente e o fazendo parar de andar. — Deixa eu falar uma coisa...
     — O que foi?
     — Acredito mesmo que é melhor não irmos mais fundo, por favor, só vamos embora — pedi, muito séria. Tantas coisas ruins já haviam acontecido comigo, que eu tinha receio de tudo em minha volta.
     — Mas o que pode haver de errado? — perguntou ele, muito corajoso. — Pode não ser nada, mas eu preciso checar. Se quiser, eu vou sozinho e você me espera aqui — sugeriu, distraído com o movimento das árvores. — Eu quero mesmo saber o que estava lá.
     — Não! Não…, eu... — gaguejei, sem saber exatamente o que falar. Ir junto não me parecia uma boa opção, mas ficar ali sozinha, no meio de um lugar desconhecido, era ainda pior. E Henry não aceitaria ir embora. Mesmo que eu não fosse junto, ele parecia decidido a ir sozinho. — Certo, eu vou com você — decidi, depois de respirar fundo.

hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now