XVI

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Eu e Peter corremos colina abaixo na direção dos chalés, vai demorar e eu vou ficar super cansada.

- Calma! A gente vai cair! - Peter gritou anquanto eu ia mais rápido. - Eu vou quebrar o nariz! Lydia!

- Duvido você me alcançar!

Temos apenas uma hora para arrumar minhas coisas e eu voltar para Manhattan.

- Sério que você vai querer apostar corrida com filho de Hermes? Pirou? - ele gritava, mas eu ainda corria na frente, o ar invadia meus pulmões, mas já comecei a me cansar.

Uma coisa passou correndo por mim e foi parar lá na frente. Só podia ser ele, com aquele sorriso de "Eu estou certo e você errada".

Dois minutos depois, cheguei até ele e pus as mãos nos joelhos, quase sem respirar.

- Beleza... Você ganhou... Vai me carregar agora até... lá?

Peter assentiu com a cabeça e deu de ombros. Me segurou e começou a correr até os chalés. Eu me sentia a namorada do Flash!

- Tá... Obrigada - pus a mão na boca para não vomitar - Eu tô bem.

Entramos no chalé e procurei minhas coisas espalhadas. Peter se apoiou em uma cama e ficou me olhando. Uma coisa voltou a brilhar em minha mente e perguntei:

- Pitt?

- Hum?

- Quando estávamos prestes a morrer naquele barco, e sereias nos atacaram, você ficou hipnotizado também.

- Eu sei, mas, o que tem isso?

- Só queria saber... O que você viu quando olhou para a Sereia Katy Perry? - recolhi uma blusa do chão.

- Bem... - ele passou a mão pela nuca. - Eu vi você.

- Eu?

- Sim. Você estava lá, em cima de uma pedra, com a calda enorme e ficava me chamando "Venha, Peter!" - ele faz uma voz feminina e arregalo os olhos - Mas você me acordou. Eu sabia que aquela sereia não era você. Eu sabia mas não conseguia acordar!

- Como você saberia?

- Os olhos dela - paro de arrumar a mala e me senti na cama, ao lado dele - A primeira vez que eu te vi, você me encarou com seus olhos dourados.

- Você ficou cagando de medo!

- Claro que sim! - ele riu e eu também - Mas eu nunca esqueci, Lydia... - Peter segura minha mão - Você é única.

- Você também.

- Além do mais, aquela sereia cantava bem, você é um desastre cantando.

- Peter! - dou um tapa em seu braço e nós rimos - Você acabou de estragar um momento romântico!

- Não me importo, o momento foi tão melosos que chega fiquei com mais açúcar no sangue, além do mais, eu posso te beijar a hora que quiser - Peter cutucou minha barriga e começou a fazer cócegas, eu tenho em todo lugar, se alguém tocar em mim eu começo a rir!

- Para com isso! - ele parou e fiquei deitada na cama. Peter se aproximou e tocou a ponta do meu nariz, depois nos beijamos por um tempo.

- Você só tem menos de uma hora, sua mãe vai ficar uma fera - ele diz rindo (gente, não pensem coisas maliciosas, a gente não vai fazer "aquilo", tá?)

- Posso controlar o tempo, esqueceu? - arqueei a sobrancelha e ri.

Peter continuou a fazer cócegas, poxa vida, não consigo nem respirar!

***

- Mala pronta?

- Acho que sim - peguei a mala e vagamos pelo acampamento, olhei alguns campistas e meu olhar parou em Nico e Will, os dois riam e apertavam a barriga. - É tão bom vê-los assim.

- É, né, lembro a ultima vez que vi ele tão... Feliz.

- Will foi como uma luz na vida de Nico. Só quero ver meu amigo feliz para sempre!

Caminhamos mais, fiquei observando meus pés enquanto caminhava. Pensei na faculdade e no quanto faltava para eu me formar. Dois anos. Mas eu vou ser a melhor em cinema e audiovisual!

- Olha só aquilo ali... - Peter disse e sorriu. Segui seu olhar, já estávamos perto da casa grande, e mais perto ainda do píer. Beatriz e Helena conversavam alegres. Helena fazia alguma coisa com a luz e um arco-íris surgia na água, até elas. Beatriz fez um cravo crescer e entregou à ela.

- Hum... Que curioso, não é?

- Não sei o que pensar - ele riu.

- Então não vamos pensar - falei decidida - Apenas sentir.

- Eu já ouvi essa frase.

- "Algumas pessoas se importam demais. Acho que o nome disso é amor".

- De onde é isso?

- Ursinho Pooh - rimos e fomos na direção da colina. Minha mãe já devia estar no carro.

Chegamos lá e ela me olhou com um "Até que enfim, né não?". Dei um beijo em Peter e ele me abraçou.

- Tome cuidado - falamos juntos e sorriu de lado.

- Eu vou voltar. Prometo.

- Eu sei que vai, ruivinha.

O Feitiço do Tempo | Livro 3Where stories live. Discover now