III

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Mais tarde; Pavilhão do refeitório; 12:36

– ENTÃO NÃO ACONTECEU? – Peter gritou no meu ouvido sem querer quando disse sobre a captura a bandeira. Credo, já machuquei a cabeça, precisa o ouvido também? – Ai, desculpa, ruivinha – diz desesperado analisando meu ouvido direito. – Machuquei?

– Imagina, Sr. Collins – sentiu a ironia? Até chamei pelo sobrenome!

– Tudo bem, cara, não é tão ruim assim – Nico diz. – Vai ser divertido.

Olhamos para Nico. Divertido? Desde quando ele acha essas coisas divertidas? Will Solace fez alguma macumba com esse garoto.

– Gente, desculpe interferir na conversa, mas eu me sinto muito rebelde sentada nessa mesa com todos vocês – falei cutucando a salada. Ainda bem que Quíron nos liberou, já que tem poucas pessoas no acampamento, para ninguém ficar sozinho. Eu não tenho mesa mesmo, não faria diferença.

– Me sinto uma planta invasora ou algo assim – Beatriz diz depois de comer a alface.

– Você não come carne? – Will pergunta é ela diz que não com a cabeça, tinha que ser vegetariana mesmo. – Ok. Amanhã a captura a bandeira vai ser fantástica!

– Quando é mesmo? De manhã?

– Acho que à tarde – deu de ombros. – Mas acho que devemos fazer alguma coisa enquanto isso. Também não é todo dia que Lydia vem aqui, não é mesmo?

– Concordo – Peter disse – Eu sugiro uma festa com flor de lótus e garrafas de vinho roubadas do Sr. D! – arqueio a sobrancelha. – Que foi? Eu tenho contatos.

Todos olharam para mim e fiz um joinha, só quero terminar minha comida, hoje eu pedi frango!

– Façam o que quiserem, desde que não envolva brigas e um titã maluco, tá certo? – falei e todos concordaram. Terminei meu almoço e ofereci aos deuses a outra parte. Me sentei e tomei a limonada. O resto do almoço foi apenas conversas sobre mim e coisas aleatórias.

***

Atualmente; estábulos; 16:38

Caminhei na direção dos estábulos, percebi que ainda não tinha visto meu pégaso. Vários meses sem ver Astro, socorrooo.

Entrei lá dentro e logo reparei no pégaso branco.

– Astro! – ele me viu e trotou, acho que ele está feliz em me ver. – Me desculpe por te deixar aqui, amigo. Prometo que nunca mais vou fazer isso, tá? – Astro relinchou e acariciei sua crina.

Abri o portãozinho e ele saiu. Confio no meu pégaso, ele não vai sair voando, e se saísse, para onde iria?

Saímos dos estábulos e lembrei que haviam outros animais, lá atrás.

– Vem, Astro.

Demos a volta e vi os dois animais gigantes que ainda tenho medo, nunca superei. Só Beatriz mesmo para ser tão corajosa. Os dois leões estavam rolando no chão como gatos - que ironia - é um deles deu um rugido que fez eu me afastar.

– E aí, meu povo! – falei, me aproximei e Aslam me viu. Como eu sei qual é qual? Aslam tem a juba mais escura que Blue. Acariciei a juba de Blue. Deuses, como esses bichos são grandes!

Senti algo se mover atrás de mim, era assustador, fiquei com medo e não me mexi.

– PAH! – ele gritou e eu gritei assustada. – Sou eu!

Abri os olhos e Peter estava lá. Pus a mão no coração. Ele parou? Parou. Espera, não parou não.

– Peter!

– Desculpa! Só queria causar – dou risada e continuo acariciando os leões. – Eles estão grandes, não é?

– É. Mas ainda tenho medo deles, mesmo estando com saudades.

– Estava com saudades só dos leões ou de mais alguém? – ele pergunta e arqueio a sobrancelha.

– Claro que de você também – falei e ele deu um sorriso. Passou o braço por meus ombros. – Por que não queria ir na captura a bandeira?

Peter deu de ombros.

– Intuição, eu acho. Sei lá, quando acordei alguma coisa me disse que eu devia sair e ficar fora disso. Então eu fiquei assustado, por isso não quero participar.

– Ah, mas você vai. Se eu me perder na floresta?

– Você quer que eu diga algo fofo, mas não. Você não vai se perder na floresta porque é o Google Maps e sairia facilmente. Quem tem que se preocupar sou eu! Não tenho nada e você teria que me salvar.

– Por falar em não ter nada... – tirei do bolso sua adaga e entreguei. – Obrigada por confiar em mim para guarda-la. Mas... Você já se perdeu na floresta?

Eu ri e ele fez cócegas em mim, essa foi, basicamente, minha tarde. Conversando com Peter e na companhia de Astro e dois leões que morro de medo. Tudo está certo.

***

Chalé 7; 22:06

– Tudo está errado – falei. – Não sei se quero dormir.

– Não esquenta, Lydia – Will disse e se deitou, eu estava na cama de alguém que não conheço. – Você vai dormir bem.

Todos disseram boa noite uns para os outros e me cobri com o cobertor. Fechei os olhos e parti para um sonho estranho...

" O salão de uma mansão. Apenas eu estava lá. Me viro e encaro a mim mesma, no espelho, com o cabelo arrumado e o vestido de gala de cor vinho. Em volta, apenas o nevoeiro. Caminhei mas tudo o que escutava era o som do salto alto batendo no chão, provavelmente de mármore.

" Já desesperada, toquei o pescoço e meu colar estava lá com o relógio, mas porque não conseguia saber onde estava? Estiquei os braços para frente e comecei a andar, a névoa era tanta que não conseguia enxergar nada. Caminhei e bati minha cabeça em uma coluna grega, tudo bem, dei meia volta sem saber onde estava e parei quando escutei alguém chorando.

" O som vinha de todos os lugares, não sei identificar se é homem ou mulher, mas está chorando.

" – Olá? – perguntei mas ninguém respondeu, o choro continuou.

" – Saia! – diz a voz rouca. – Não podem vir, fujam e não voltem! Ela quer reunir os Seis...

" – Seis? Quem são esses Seis?

" – Acabar com tudo! – falou mais alto, parecia uma garota. – Tudo!"

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Olá, pessoas! Tudo bem?
Minhas aulas voltaram, então desculpe se demoro para publicar :/

Ah, publiquei uma nova história chamada "Sarah", espero que leiam 📚♥

Desculpem qualquer erro ^^

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Bjs azuis;

O Feitiço do Tempo | Livro 3Where stories live. Discover now