08 | y o u

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08

You

Certo, se alguém me dissesse que um dia eu estaria no banheiro de Adam Petters, eu – com certeza – iria rir muito da cara daquela pessoa. Nesse momento, eu apenas conseguia agradecer por estar no banheiro de Adam Petters e por ter o encontrado naquela noite.

E que noite! Queria apagar todos os acontecimentos causados por conta daquela festa de integração: desde a horrorosa ideia de comparecer nela até o momento em que resolvi ir ao banheiro. Mas bem, não foi minha culpa aquele projeto de ser humano ter tentado me agarrar. Não foi o tamanho da minha saia ou talvez minha decisão de não querer ficar com ele: foi culpa de falta do senso do próprio, isso sim. Quando uma pessoa diz não ela claramente quer dizer não e ponto final.

De qualquer forma, será que alguém teria uma borracha para que eu conseguisse apagar essa noite? Não? É, foi o que imaginei.

Torci o nariz em reprovação para a minha visão refletida do espelho. Aquela maquiagem borrada e aquele cabelo não pertenciam a mim quando saí de casa, não mesmo. Porque essas porcarias de maquiagem não ficavam perfeitas mesmo depois da pessoa transpirar? Ou talvez porque os ventos tinham o poder de bagunçar meus cabelos dessa forma?

Caramba, eu realmente parecia uma sem-teto dessa maneira.

Só que, segundo as palavras de Adam, eu podia parar de ficar tentando domar o meu cabelo e entrar dentro do seu apartamento de uma vez. Eu meio que fui ríspida com ele, questionando o que os pais dele iriam achar se me vissem daquela maneira dentro da sua casa e que aquilo podia ser meio desrespeitoso. Adam como sempre deu boas risadas da minha cara, em mais uma de suas piadas silenciosas, e apenas me mandou relaxar e esquecer os pais dele.

Porque, surpresa, ele não morava com os pais.

Era nessa hora que eu provavelmente ia começar a fazer várias perguntas e - provavelmente - ia parecer uma pessoa curiosa demais, mas ao contrário do que eu mesma esperava, fiquei muito feliz em saber dessa novidade e entrei praticamente correndo dentro do apartamento de Adam Petters. E, mais rápido ainda, me tranquei em seu banheiro.

A parte boa sobre Adam não morar com os pais era essa: ele não precisava dar explicações para ninguém do porquê ter trazido uma adolescente aspirante a sem-teto para dentro de casa.

Lavei meu rosto uma última vez antes de abrir a porta e sair de dentro do banheiro. E depois disso, eu não sabia mais o que fazer dentro daquele apartamento. A opção de procurar por Adam não passou pelos meus pensamentos, então a melhor opção que encontrei no momento foi ficar olhando para todos os cantos.

Mas eu nem tive tanto tempo assim de fazer uma vistoria completa já que avistei Adam caminhando em minha direção. Aquele corredor estreito que ele percorria deveria levar para o quarto dele? Eu realmente não fazia ideia, todavia queria saber.

– Nunca pensei que fosse conhecer o seu apartamento. – deixei que meus olhos percorressem livremente aquele pequeno apartamento. – Digo, conhecer o banheiro do seu apartamento.

Não era um apartamento grande, de fato.

– Essa é a sala, aquela é a cozinha e, bom, o banheiro você já conhece. – Adam ia apontando para os locais e eu, de maneira abobalhada, tentava seguir seus gestos com os olhos. Até consegui fazer isso, mas acabei ficando levemente tonta com a velocidade que ele apresentava sua casa. – Sacada, corredor, no final do corredor fica o meu quarto e aquela porta da cozinha leva pra lavanderia.

– E aquela porta? – indiquei com o queixo o único lugar que Adam não me apresentou.

As coisas pararam de rodar no momento que fiz a pergunta e agradeci muito. Não sei se por conta de Adam ficar em silêncio e não apontando para nada ou porque parei de ficar movimentando a cabeça de maneira rápida. De qualquer forma, agradeci ao Ser do andar de cima; A última coisa que eu iria querer naquela situação era desmaiar no meio da sala de Adam Petters.

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