01 | d a i l y

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Daily

Quando me perguntaram pela primeira vez o que eu gostaria de ser quando crescesse, respondi sorrindo com toda a inocência de uma garota de cinco anos de idade: uma princesa.

A segunda vez que refizeram essa pergunta, eu sabia que não podia ser uma princesa de verdade, mas minha resposta continuou sendo um pouco incomum para uma garota de apenas onze anos: animadora de torcida.

Descobri que esse assunto sobre ser alguém quando eu fosse maior era algo realmente sério quando a tão famosa pergunta foi refeita aos meus quinze anos de idade. Dessa vez pensei um pouco antes de falar, ponderei itens em uma balança imaginária que eu não sabia que existia. Por fim a minha resposta acabou soando satisfatória para o meu pai: uma organizadora de eventos.

Só que as coisas mudam, os pensamentos mudam e as pessoas em si mudam. Seria mil vezes mais fácil já sabermos o que queremos ser depois de certa idade, digo, eu fui uma princesa em todos os aniversários que quis e me tornei uma líder de torcida algum tempo mais tarde. Talvez eu fosse uma organizadora de eventos, mas de certos eventos do colégio ainda.

De nada adiantou terem me feito àquela mesma pergunta anos antes sendo que eu ainda não sabia o que queria ser.

E poderia ser algo normal, claro, quantas pessoas possuem a dúvida de qual carreira seguir? Sei lá, talvez mais da metade da população de Nova Iorque? Com certeza era um número alto. Bem alto, devo ressaltar.

Esse é apenas um dos problemas que cercam a minha vida nesse último ano do colegial.

Não que eu tenha uma lista longa de problemas, mas tenho uma lista deles, sim. Coisas banais como, por exemplo, ser a capitã das líderes de torcida e ter que criar coreografias e cuidar de treinos, fora ter que fazer testes para novas animadoras e etc; Ser presidente do comitê de boas-vindas a novos alunos e isso sempre causava certa dor de cabeça; Fora que resolvi ajudar na organização do baile esse ano também. Como se eu não tivesse bastantes tarefas para lidar.

Essas são apenas as atividades por fora das aulas e matérias, claro. Ainda tenho que me preocupar com as minhas notas e meu grande problema com cálculo. E também tenho apenas mais esse curto ano para decidir o que vou ser. Sendo sincera: não faço ideia do que quero.

As coisas poderiam ser mais simples também caso eu não tivesse mais três problemas para me preocupar em St. Francis. E eles possuíam um nome, sobrenome e, como se não bastasse, endereço.

É só toda essa pressão e as pessoas comentando coisas sobre nós

Todas nós, sem exceção.

Spring Sttaford pode ser considerada como um dos meus problemas. Sim, estou falando da garota que não olha para quase ninguém e apenas tem sua atenção focada nos livros. Não que isso seja algo ruim: todos por St. Francis sabemos do objetivo dela e a apoiamos, mas... Spring não faz nada além de ficar andando para cima e para baixo com a cara enfiada dentro de algum livro. Não reclamando, sei dos objetivos da minha irmã.

Summer Sttaford então? Apenas com esse nome você já sabe que é problema e dos grandes. Qual era a droga do motivo das pessoas a colocarem no topo da elite estudantil do colégio? Aquela garota só se metia em encrencas e não ligava para ninguém além de si mesma! Isso é motivo para ser popular agora? Porque as pessoas temem você? Summer deveria agir como uma irmã mais velha responsável, mas era totalmente o contrário.

Por outro lado, Winter Sttaford merece e muito o lugar que tem entre as quatro mais populares. Sério, a garota é um doce com todo mundo e sempre está sorrindo, tentando fazer com que todos se sintam bem e essas coisas. Ela é legal, tenho que admitir, mesmo que às vezes irrite um pouco, mas é legal. Ela cumpre muito bem o papel de irmã caçula.

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