Capítulo 20

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*Antes de tudo quero deixar um recadinho: Não adianta gente, Daniel e Helena são coisas que nunca irão acontecer na minha história. Daniel perdoou Helena, e vida que segue. Ela e ele são amigos com um elo eterno que é a Antônia. Helena está feliz com o André, assim como o Daniel é feliz com Sara. E quanto a química do casal, eu estou fazendo um casal mais real possível. Eles não são aqueles casais que estamos acostumados a ler num livro, não tem paixão explosiva no começo, não vivem transando ou coisinhas assim... Eles estão construindo um relacionamento, assim, como na vida real nos construímos. E obrigada a todo os comentários, amo cada um! Seja ele positivo ou negativo. ♥ *


Boa leitura! 

Eu e Sara estávamos nas nuvens com a notícia da gravidez. Assim que o dia amanheceu, nós corremos e ligamos pra médica que ela se consultava há anos e marcamos a primeira consulta, seria pra próxima segunda feira. Eu não via a hora de começar a participar do planejamento de vida do nosso filho, acho, que essa a melhor parte na gravidez. Bom, pelo menos pro homem. 

  — Acha que Antônia ficará feliz? —  Sara perguntou enquanto se ajeitava no banco do passageiro ao meu lado. 

— Eu espero que sim. Acho que ela nunca cogitou a possibilidade ter um irmão ou irmão. Ela sempre foi o bebê da casa. —  Dei de ombros e liguei o carro. Estávamos indo até a casa de Helena buscar Tonton e depois a levaríamos pro shopping. Estava ansioso pra ter essa conversa com minha filha e lhe contar a grande surpresa. 

  — Bom, seja o que Deus quiser. O máximo que pode acontecer é ela sentir ciumes e começar fazer as coisas pra chamar atenção. —  Sara disse passando a mão na minha nuca. — Já ouvi muitas histórias de mães dos meus alunos sobre isso. 

— Bom, espero que não. Antônia será uma ótima irmã 

Imediatamente minha mente voltou ao dia em que eu recebi a notícia que seria pai. Um medo tomou conta de mim. Eu sempre me perguntava se eu seria um bom pai, ou se tinha estruturas pra cuidar e ser um exemplo pra minha família, mas, na época eu nem imaginei que eu teria que descobrir isso sozinho.  E modéstia a parte, tenho certeza que me sai muito bem. Fui pai com 25 anos, e quando eu peguei aquele pequeno embrulho resmungão, de bochechas rosadas, lábios em forma de coração, eu sou que eu seria tudo o que aquela pequena vidinha poderia vir precisar. Eu faria de tudo pela minha filha, e eu fiz. Quando ela deu seu primeiro passo, eu estava lá filmando como um bobo. Quando ela falou sua primeira palavrinha, eu estava com ela em meu colo. E cada vez que eu via as primeiras vezes, era como eu ganhasse força pra enfrentar tudo.  Tudo pela minha filha. 

  — Daniel? —  Saio dos meus devaneios quando ouço a voz de Sara. —  Eu estava falando, que se for um menino, você quer escolher o nome? 

— Sim, eu adoraria. Acho que colocaria o nome do meu pai. —  Digo pegando sua mão e trazendo até os meus lábios e depositando um beijo casto em seus dedos. 

— Seria um lindo nome. —  Ela diz sorrindo  e aperta minha mão. 

E mais uma vez deixo meus pensamentos viajarem. Na época em que Helena nos deixou, eu ainda tinha meus pais, mas, depois de um ano ficou apenas eu e Antônia e ai sim eu tive que me virar. Tive que correr contra o tempo e procurar uma creche perto da onde eu trabalhava pra que ela pudesse ficar, e só quando eu me mudei pra Seropédica, que eu tive a ajuda de Dorothy. Minha incrível vizinha que nos adotou como se fossemos sua família.  E agora eu terei tudo o que eu não tive na primeira vez. Vou ter com quem dividir os deveres. Agora eu terei a mãe do meu filho comigo, e isso é totalmente novo pra mim.

PERDAS E DANOSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora