Capítulo 7

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Boa leitura!! 


— Mamãe? — Ela sussurra baixinho e nessa hora o meu mundo desmorona.

Acho que meus olhos vão pular das órbitas de tão arregalados que eles estão. Eu simplesmente não posso acreditar que isto está acontecendo. Não com a minha filha depois de todos esses anos. Solto a mão de Sara e praticamente corro em direção a Antônia e a pego no colo. Seguro seu corpo contra o meu como se a qualquer momento ela pudesse desaparecer.

— Vem aqui com papai — Eu digo e entro com ela em casa. Dona Dorothy está na porta e seu semblante é preocupado e vejo um brilho de raiva passando pelos seus olhos. Ela conhece toda a minha história de vida, e sabe de tudo o que Helena fez.

— Papai, aquela é a mamãe. Deixa eu falar com a mamãe, por favor. — Antônia pede e começa a se contorcer no meu colo.

— Calma. Você pode, mas antes eu quero conversar com você. Tudo bem? — Sinto seu corpinho relaxar e ela descansa sua cabeça em meu ombro. Estou tremendo de raiva.

— Tudo bem.

Entro na sala e a coloco sentada no sofá, beijo carinhosamente seus cabelos e ela me olha com curiosidade. Como irei explicar a ela que a sua mãe voltou pra nossas vidas?

— Me espera um minutinho, sim? Eu já volto. — Eu digo e saio em disparada pra fora de casa e vejo Helena e Sara praticamente se comendo com os olhos, e tenho certeza que a qualquer momento pode começar uma briga.

— Daniel, eu vou embora. Isso é um momento intimo e eu não quero atrapalhar. Eu te ligo amanhã, e podemos marcar de fazer algo com a Tonton, tudo bem? — Sara diz vindo em minha direção e sorrir. Seu sorriso é lindo e fico tranquilo em não notar nenhum desconforto.

— Sim, podemos fazer isso. Podemos leva-la ao cinema, tudo bem?

— Eu acho uma ótima ideia! — Ela diz aproximando o seu corpo do meu e me beija. Me beija com uma paixão surpreendente e eu fico mais do que feliz em retribuir o seu beijo.

— O casalzinho pode parar de se amostrar, por favor? Eu estou bem aqui e estou ficando enojada com essa cena. — Helena nos interrompe. Deixo dois selinhos demorados nos lábios de Sara e quando olho pra ela, vejo raiva em seu olhar.

— Que eu me lembre você não foi convidada pra estar aqui. Então, se estar se sentido enojada faça o favor de se retirar. — Eu digo e vejo um táxi chegando.

— Eu vou indo, nos vemos amanhã querido. — Sara diz me beijando mais uma vez e sorrir. — Foi um prazer lhe conhecer Helena. — Ela diz zombeteira e segue em direção ao táxi.

— Vadia! — Helena grita e eu olho feio pra ela.

Fico encarando Helena pelo que parecem eternidades. Perguntas e mais perguntas rodam a minha mente. Como Antônia conseguiu identifica-la como mãe? Talvez seja porque ela está exatamente como há cinco anos? Seus cabelos ainda são castanhos e curtos, suas covinhas e dentes brancos. Ela só está um pouco mais velha, mas em geral, sua aparência é a mesma. Como pode você olhar pra mulher que um dia foi o centro da sua vida, a pessoa que você prometeu amar pra sempre e não sentir nada? Como pode aquele amor insano se acabar?

— O que você quer Helena? Eu realmente não tenho tempo pros seus joguinhos. — Eu digo passando as mãos pelos cabelos e quase os arranco. É um gesto que sempre que estou irritado aparece.

PERDAS E DANOSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora