🕵🏽Boletim de Ocorrência

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Era começo de noite. Fazia frio e o céu estava nebuloso. Os  relógios batiam as vinte horas em ponto. As folhagens secas cobriam as calçadas e ruas. Somente três viaturas patrulhavam a silenciosa cidade.  O clima e o vários casos contínuos de matança de animais, convidavam os  cidadãos para os seus aposentos, já outros, muito religiosos, preferiam as igrejas protestantes: Saint Cloud, mesmo com o nome atinente ao catolicismo, a sua maior parte, é convertida ao protestantismo.

Os policiais George e Carrie haviam acabado de estacionar a viatura. Voltavam de uma falsa denúncia de que a cabeça do cão, da raça pastor alemão, do Sr. Frederic, estava  na praça de frente à  igreja central. Decidiram, então, parar e tomar um café, enquanto aguardavam maiores esclarecimentos.

O policial George tinha aparentemente uns quarenta e cinco anos com um espesso bigode preto, traços rústicos e não atraentes, tirou do coldres da cintura o  Colt Detective calibre 38 para limpar a poeira.  Era comum policiais pararem ali  na cafeteria da cidade.

Carrie, filha de um delegado aposentado, alta e séria, entrou para pegar dois cafés. Antes, trabalhava no trânsito e recentemente tornou-se militar, mas está sofrendo  com o machismo dos novos colegas.

O policial,  um tanto invejoso, desejava aspirar o cargo de Sub-xerife, mas percebe em Carrie um certo potencial para isso, e  caso surgisse a função,  a colega seria uma grande rival, no entanto, acreditava ser muito difícil para a pacata St. Clould estimado cargo.

Depois de registrar as atrocidades ocorridas com animais nos últimos dias, George  já estava  muito impaciente por não conseguir desvendar este mistério.

Corria por toda Saint Clould  que só podia ser seitas secretas que  haviam se instalado por ali, e que eram esses grupos que estavam matando cruelmente os seus animais. E por temerem a essas seitas, todos estavam se recolhendo as suas casas mais cedo:

-É...hoje o café não terá movimento.

-O povo está com medo de uma bobeira dessa.

-É  porque você não teve infância, Frank

     
- Olha aqui cara, não conhece o meu passado. Eu tinha sim um cachorro. O nome dele era Ben. Sofria de uma doença chamada leishmaniose. Fiz de tudo para salvá-lo. Sofri muito na época. Mas tive que sacrificá-lo.

- Eu mato quem matar  o Tintin!

- Mas fácil o Tintin matar  o assassino.

Neste dia, somente os clientes mais fiéis estavam ali na cafeteria.

- Boa noite!

- Dois cafés, por favor!

- Olha ali quem chegou!

- O nome dela é Carrie, a nova policial.

- Carrie a estranha ?

Risos ecoaram no ambiente

- Quietos! Ela pode nos ouvir!

- Quem sabe uma mulher põe aqueles caras pra trabalhar.

- Espere, vou até lá!

Os quatro homens sentados no centro ficaram atônitos com o que Frank iria dizer.

- Isso cara vai...

- Com licença?

Carrie, desconfia da abordagem e movida pelo impulso caminha dois passos curtos para trás com o cenho franzido.

- Bem, meu nome é Frank eu estive hoje na casa de Frederic, nosso amigo aqui do café. Olha, eu quero dizer que ele adorava aquele cachorro. E, sei que todos estão sofrendo pelos os seus animais. Eu sou apenas um civil comum, mas neste caso, quero pedir que você faça a diferença. Seu pai é uma grande cidadão e ama os animais, antes de ter sido um delegado, é acima de tudo um grande homem!

Assassinato na casa 9 #WATTYS2017Onde as histórias ganham vida. Descobre agora