Capítulo 24 - Revelações ❤

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Minha respiração estava pesada e chuva inundava meu rosto e corpo.

Eu ouvi passos, mas mesmo assim eu não conseguia sair daquele espaço.

— Angelina! – Me virei e era Vincent e Leonard. Eu finalmente consegui dominar meu corpo e estava disposta a sair dali, mas Vincent entrou na minha frente. — Espera! Você entendeu errado. Por favor, me escuta!

— SAI DA MINHA FRENTE! – Gritei.

— Não até você ouvir.

— Vince, para! – Leonard pediu, eu o olhei e tentei mais uma vez passar, mas ele não deixou.

— TIRA SUAS MÃOS SUJAS DE MIM!

— Anjo...

— CALA A BOCA! Você não tem o direito de me chamar assim – Ronei.

— Vincent não faz isso cara, ela não vai perdoar nunca – Leo pediu.

— Eu não vou mesmo, poupe sua saliva tentando explicar! Eu ouvi você dizer que namorou ela! Você é um mentiroso. Me deixa ir... – Tentei mais uma vez, mas sem sucesso novamente.

Vincent narrando

Como foi chegar a isso? Isso não estava acontecendo, eu olhava para Leonard e ele me implorava com o olhar para não abrir a boca, mas a mentira me consumia, eu sei que ele estava tentando nos proteger, mas pra mim já deu desse segredo, eu não estava mais agüentando isso. Olhei mais uma vez para ele e ele estava chorando, eu sabia o que ele sentia em relação a isso e me partia o coração ver alguém que considero como irmão tão mal. Eu não podia, eu queria, mas não podia trair nossa promessa.

— O QUE VOCÊ TEM A ME DIZER VINCENT? Ainda quer se defender? Ou vai ser tão baixo a ponto de culpar seu melhor amigo – Ela se virou para apontar para ele e o vi esquivar o olhar. — Vai dizer que não foi você?

— Eu... – As lágrimas eram como fogo no meu rosto, cada gota era uma labareda.

— FALA! – Angelina rosnou, ela estava furiosa. Eu podia sentir ódio saindo dela, ela jamais me perdoaria. Olhei mais uma vez para Leonard que parecia ter se rendido e estava dizendo com o olhar para eu contar a verdade.

— Angelina, eu te amo... – Ela revirou os olhos e cruzou os braços, a chuva estava ficando mais forte e meu corpo estava pesando. — Não posso mais mentir... – Leo estava com o rosto vermelho e sua aparência estava péssima, eu não conseguia fazer isso, mas eu precisava. — Fui eu que namorei sua irmã sim – Confessei e ela me olhou com ódio e magoa, amargura e dor, eu não podia imaginar como eu poderia reparar isso. Anna é seu ponto fraco, ela jamais me perdoaria. Ela não estava falando nada, ficou parando me olhando com aquele olhar de nojo e mágoa, eu queria evaporar dali. — Angelina, fala alguma coisa – Pedi, eu não agüentava mais esse olhar e esse silencio, ela parecia procurar as palavras e eu engoli em seco.

— Você é um assassino e eu te odeio tanto. Eu nunca, nunca vou perdoar você. – Aquelas palavras bastaram para eu saber que nunca mais teria outra chance, isso não poderia ser revertido, não importa o que eu fosse fazer. Eu fiquei paralisado e ela foi embora sem dizer mais nada e eu não consegui impedi-la.

Meu corpo estava paralisado e minhas palavras também, eu não sabia como agir ou o que fazer. Se arrependimento matasse! Meu Deus, eu estaria morto a muito tempo, mas não por confessar, mas por me enfiar nessa teia de segredos.

Angelina narrando

Ele ainda teve a coragem de correr atrás de mim para confirmar o que eu já havia escutado, era o cumulo. Eu não conseguia respirar, cheguei dentro da escola e todos já estavam saindo com seus pais. Todos me olhavam torto por eu estar descalça, suja e molhada. Vi Paola, Vitória, Kathy e Amanda se aproximando de mim e virei para ir pelo caminho contrario a ultima coisa que eu queria era falar com uma delas.

— Angelina! – Ouço a voz da Amanda me chamando. Eu sei que elas não têm culpa, mas eu estava sentindo raiva delas também. Eles sempre estudaram juntos, elas mentiram também.

Caminho mais rapidamente e subo as escadas para pegar minhas coisas, entro no quarto jogo as roupas dentro da mala e coloco uma roupa qualquer, pra sair seca. Pego meu celular e mando uma mensagem para Bernardo me esperar na escada. A porta se abre e eu acelero minha arrumação, eu sabia que Amanda me encheria de perguntas.

— O que houve com você? – Amanda já entra perguntando.

Eu não digo nada, nem mesmo a olho, apenas continuo arrumando minhas coisas às pressas. Ainda bem que eu não teria que voltar na segunda, estávamos de férias. Ficarei dois meses sem vê-los e isso era o suficiente para eu me recuperar de tanto cinismo e falsidade. Ouço batidas na porta e Amanda vai até lá para abrir, fiquei surpresa por ela não insistir, olho de soslaio e Isabel adentra o quarto. Tinha me esquecido completamente que ela viria.

— Oi Angelina – Cumprimenta animada. — Nossa! O que houve com você? – Ela tira minhas mãos da mala e aponta para o meu rosto — Uma estrela não pode andar com essa cara por ai não.

— Não sou nenhuma estrela Isabel, me deixa em paz – Puxo minhas mãos bruscamente.

— Claro que é, você canta super bem e toca piano melhor ainda. Nunca vi você fazer essas coisas, só via você com esse olhar que estava no palco quando sua irmã cantava para você.

— Não fala da Anna, Isabel! Já deu! SAIAM DO MEU QUARTO!

— Esse quarto também é meu – Amanda diz.

— SAI! – Grito e as empurro para fora.

Começo a chorar e soluçar e termino de jogar minhas coisas na minha mala e desço, vejo Bernardo esperando de costas. Mas ele conversando com alguém.

— Eu sei que foi você quem fez isso. Você enlouqueceu de vez?

— Você acha que um beijinho seu ia mudar as coisas queridinho? Eu não vou mudar por ninguém. Se você quiser ficar comigo, vai ter que aguentar meu jeito. – Elise retrucou.

— Eu nunca mais vou chegar perto de você. Você me enoja. – Retalhou e virou-se para mim.

Quando chego mais perto ele se vira e me olha, eu nem preciso pedir e ele me abraça forte, como se eu dependesse daquilo. Como se já soubesse do que tinha acontecido. Eu o amava demais, Bernardo nunca havia me decepcionado e era meu melhor amigo. Eu sabia que sempre podia contar com ele não importa se ele estava longe ou perto e não importa se ficamos longe um do outro por dias, meses ou anos. Sempre iremos conhecer um ao outro muito bem.

Desgarramos-nos e eu enxugo minhas lagrimas, ele pega minhas malas e me deixa apenas com minha mochila, limpa meus olhos, mas não diz nada e vai à minha frente e eu apenas o sigo.

Meus pais reparam no meu estado, mas não dizem nada, pela janela vejo Isabel com o rosto vidrado em seu celular como se nada tivesse acontecido, entro no carro e Bernardo coloca as malas no porta-malas e entram também, meus pais fazem o mesmo e meu pai dá partida no carro. Deito no ombro de Bernardo que pega a minha mão e entrelaça com a sua. Eu sempre me sentia em paz com ele.

Continua...

 "Melhor é a repreensão feita abertamente do que o amor oculto. Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos." Próverbios 27: 5-6



UMA CARTA PARA MIMWo Geschichten leben. Entdecke jetzt