Capítulo 17 - Abraços grátis ❤

575 88 3
                                    

" Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo." 

Efésios 4:25


"Amanhã três da tarde na minha casa" Frase que está se repetindo sem parar na minha cabeça.

— Aaah! Não consigo dormir, não consigo tirar isso da minha cabeça – Eu gritei para mim mesma e me sentei na cama, já eram quase duas da manhã e eu não conseguia pregar os olhos.

Me deitei novamente na cama e liguei meu abajur, vi a bíblia em cima da mesa de canto e decidi pegar pra ler, a essa altura só isso iria me acalmar. Abri a bíblia que caiu diretamente em Isaías.

Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa. – Eu fechei a bíblia e a coloquei de volta no lugar, desliguei a luz e me deitei novamente, suspirei fundo, fechei meus olhos e orei mentalmente. Eu costumava fazer isso sempre, é difícil voltar a fazer algo que perdeu o costume, mas eu consegui e logo cai no sono.

O sábado estava levemente frio, levantei da cama com muita dificuldade, logo fui ao banheiro e fiz minha higiene, coloquei algo confortável e já ia descer para tomar café quando Paola adentrou no meu quarto.

—Tá indo aonde? – Ela cruzou os braços e apertou os olhos.

—Tomar café – Respondi, e continuei caminhando, mas ela me parou com a mão.

— Não sem seu devocional – Ela me lembrou, eu estava conseguindo fazer isso quase toda manhã com a Amanda, quando eu não acordava atrasada pra aula.

Nos ajoelhamos em frente à minha cama e fizemos nossas orações, quando acabamos descemos para tomar nosso café. Minha mãe estava na cozinha, pois deu folga para a cozinheira, eu já sentia o cheiro bom de morangos vindo para mim. Ela serviu à mesa com ajuda do Bernardo, meu pai tinha ido trabalhar, ele quase nunca estava em casa, mas não o culpava, ser médico é isso.

Comemos o café da manhã mais rápido do que se podia imaginar, todos estavam famintos e tudo que minha mãe preparou estava delicioso, me levantei da mesa e fui pra sala assistir televisão. Eu já não estava tão nervosa para ir à casa de Vincent como a noite, aquela palavra me tranquilizou.

— Não quero ficar aqui, vamos sair! – Vitória reclamou. — Vamos ir ao parque tomar um ar. Bernardo, vamos com a gente. – Olhei para Vitória e quase não contive a risada.

— Acho que está acontecendo alguma coisa que eu não tinha percebido antes – Paola sussurrou para mim e eu balancei a cabeça, positiva.

— Você é tão lenta, Paola – Sussurrei de volta.

Concordamos com Vitória. Estava tedioso dentro de casa e não queríamos assistir televisão, nos vestimos adequadamente e saímos para caminhar, conversamos aleatoriamente, mas Bernardo ficou nos contando sobre algumas viagens que ele fez. Eu adorava ouvir as histórias engraçadas, ele falou da nossa infância também e até comentou sobre Anna, mas bem rapidamente.

Vitória parecia mais encantada que nunca com ele, o que não era de se surpreender, ele sempre atraia as meninas, mesmo nunca dando bola para nenhuma, mas isso era quando Anna estava viva. Agora, eu já não sei. Mas conhecendo como eu o conheço, ele nem está percebendo que Vitória está interessada.

O parque estava muito aconchegante, nós ficamos caminhando por ele um bom tempo até avistarmos que perto da ponte tinha um vendedor de sorvete. A ponte ficava mais afastada, mas era linda e dava pra observar de longe as pessoas andando, tinha um lago em baixo e era muito calmo, eu ia sempre com minha irmã ali para apenas molhar os pés e conversar.

UMA CARTA PARA MIMWhere stories live. Discover now