Meu pai tomou o controle da situação.
-Calma, Inês. Temos que dar nosso apoio a eles. O nosso neto será muito bem-vindo.
Parecia que meu pai ainda tinha um coração bom, por mais que eu não acreditasse muito.
-Na verdade, será menina - a Flavia contou.
-Ótimo, até o sexo do bebê já sabem e eu nada - minha mãe resmungou.
-Mãe... - o Lucas tentou argumentar.
-Tá bom, tá bom - minha mãe se rendeu. - Vocês vão casar? Morar juntos? Qual é o plano?
Enquanto eu terminava de arrumar minhas coisas, eu não ouvia mais nada, só tinha silêncio na sala.
-Na verdade, ainda não pensamos nisso - o Lucas admitiu.
A Flavia devia estar tão nervosa, que nem conseguia falar.
-Então, Flavia você vem morar com a gente, ponto. - minha mãe disse.
Antes que alguém pudesse dizer algo, percebi que minha mãe puxou a Flavia e a levou para a cozinha.
-Melhor do que nada - o Lucas disse, dando de ombros.
-Agora a gente vai conversar - meu pai disse.
Eu sabia que aquele homem que tinha sido fofinho a segundos atrás, estava só esperando para chamar a atenção do Lucas da pior forma possível.
Alguém bateu na porta e meu pai teve que adiar a bronca de Lucas por uns instantes, até ver quem era a visita.
-Boa tarde - era a voz do Guilherme.
Meu coração acelerou só de saber que ele estava ali, bem perto de mim. Me obriguei a ficar no lugar e não sair correndo igual uma histérica para abraçá-lo.
-Boa tarde, Guilherme, entre - meu pai convidou.
O Lucas o cumprimentou.
-A Melissa está? - o Guilherme perguntou sem enrolação.
-Está, ela chegou hoje de viagem - o Lucas contou.
-Então, acho melhor deixá-la descansar - o Guilherme disse.
Tive vontade de sair correndo do quarto e me atirar em seus braços, mas me lembrei da situação que o Guilherme devia estar: em uma cadeira de rodas.
Fazia quatro meses que eu não o via, não o vi sair do hospital, nem seu tratamento eu acompanhei, mas todo esse tempo longe foi necessário.
-Não, pode entrar, ela vai querer te ver - o Lucas disse.
O Guilherme assentiu e ouvi seus passos se aproximando.
Senti meu coração querer pular fora do meu peito, me virei de costas para a porta, que eu poucos segundos seria aberta, fingindo estar arrumando a minha escrivaninha.
Eu não sabia se estava pronta para ver o Guilherme, muito menos vê-lo em uma cadeira de rodas.
Uma batida na porta veio e um segundo depois, ouvi a porta ser aberta.
-Posso entrar? - o Guilherme perguntou.
-Pode - respondi com a voz já embargada.
Ele entrou e fechou a porta, eu não tive coragem de me virar e o olhar, continuei de costas.
-Como foi de viagem? - o Guilherme perguntou.
-Bem, e como vão as coisas por aqui ?
Eu não sabia o que falava, eu só tentava imaginar o Guilherme em uma cadeira de rodas e isso, já era o suficiente para me deixar com vontade de chorar.
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Surpresas do Destino
RomanceEnquanto a Melissa arrumava a mala para viajar com seu namorado, ela jamais imaginou o que poderia acontecer em menos de vinte minutos depois que entrassem no carro e seguissem viagem. A Melissa adolescente, mal-humorada e que não dava ninguém o go...
Capítulo 30
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