Capítulo 11

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Alejandro

— Dourado ou azul?

Perguntou Mary com dois pares de salto, nas mãos.

— Tanto faz!

Respondi totalmente desinteressado naquela coisa feminina. Mary queria uma opinião masculina para agradar os homens. Que tolice. Minha irmãzinha querendo agradar marmanjos. E mal havia chegado na cidade do pecado. Ela também queria ver o casamento de Leonardo. E uma marca importante de Mary é que, às vezes, ela era implicante.

— Você continua o mesmo chato de sempre. Não me admira estar solteiro.

Não disse. Implicante.

— Ninguém te perguntou nada maninha.

— Mudando de assunto...Adorei aquela sua amiguinha...

Marjorie. Amiguinha?! Não. Eu diria: mais uma mulherzinha chata. Não sei como pôde gerar um garoto tão simpático. E esperto. Resolvi presenteá-lo, com um cachorro que Leonardo havia encontrado numa estrada. Ainda não consegui entender como as pessoas são capazes de abandonar animais.

Mas o engraçado foi mesmo quando Marjorie abriu a porta de sua casa. Estava tão surpresa quanto eu. Que tipo de pessoa normal recebe um estranho, em sua casa, apenas de camisola de seda? Ou melhor um fino robe, que até me agradou. Percebi que sem querer, acabava deixando a morena irritada com minhas ações. Mas aquilo era até engraçado ao meu ver.

— Ela não é minha amiga!

— Hum...

— Para onde você vai com esse minivestido? — Indaguei.

Era um pedaço de tecido na minha opinião.

— Nossa amada Jennifer me convidou para sair. Quer ir também?

— Claro que não. Quem sabe o que essa Jennifer demoníaca pode fazer?!

Ela pensou um pouco. Talvez Mary não quisesse ir...só estivesse fazendo a gentileza.

— E você vai passar a noite em casa? Jogando pôquer com a vovó?

— Sempre se achando engraçada não, é? Maryzinha.

Ela sempre odiava quando a chamava pelo nome no diminutivo. E com isso mostrou a língua.

— Chato.

Dei-lhe as costas e sai. Não estava com a menor vontade de sair de casa. Fui falar com minha mãe. Amélia sempre me deu bons conselhos e, daquela vez não seria diferente. O único problema era dessa vez eu não estava gostando do conselho.

Amélia terminava de limpar a cozinha. Resolvi ajudá-la, queria conversar mas, sabia como agradá-la.

— Pode começar a falar.

Sábia demais. Por isso sempre que fazia algo de errado, parecia que seu sexto sentido avisava Dona Amélia. Quando eu era mais novo ela encontrou minha coleção de revistas cheias de mulheres nuas. Ela jogou tudo no lixo. Na época senti falta delas.

— Se acalme Dona Amélia. Dessa vez só quero ajudar.

Abri um sorriso convincente. E continuamos limpando a cozinha.

— Você falou com ela hoje?

Sabia que ela ia questionar sobre esse assunto. Amélia queria que eu me aproximasse de Marjorie. Não sabia por qual motivo.

— Sim. Mas mãe não se iluda. Essa mulher não gosta da minha companhia, não vou forçar uma amizade. Sinto muito.

Não tinha nenhum motivo para insistir em um erro.

— Você a conhece, para estar dizendo isso suponho?

Revirei os olhos.

— Mãe ela só causou uma boa impressão para a senhora. Não exagere!

— Está bem. Não vou insistir.

Conversamos sobre assuntos aleatórios e logo Mary desceu as escadas. Lancei um olhar de reprovação para sua roupa.

— Você vai com essa roupa?
Mary você não conhece os homens?

— Irmãozinho, eu sei me cuidar sozinha. Tenha uma boa noite.

Eu nunca ia me acostumar com a ideia de que a pequena Mary se tornara uma mulher tão independente. Apesar de ser um pouco machista.

Depois daquele dia cansativo resolvi descansar. Tomei um banho li durante alguns minutos...
Comecei a pensar nas palavras de minha mãe, não fazia o menor sentido ela querer que me aproximasse de Marjorie. E, sim, eu já estava pensando nela mais do que deveria.

Quando estava quase dormindo quando ouvi o telefone tocar. Levantei e acabei tropeçando em algo. Mas que droga!

Alô!

Alejandro querido, precisamos conversar.

Que droga novamente! Devia saber que se tratava de minha antiga namorada Jéssica. A garota não parava de me atormentar. Já conhecia seus discursos idiotas de sempre.

Quando você vai voltar a falar comigo? Não sabe como sinto sua falta.

Não disse? Ela devia ter pensado nisso antes de me trair.

Jéssica não volte a me ligar. Estou cansado disso. Por que não vai atrás do idiota do seu amante?

Era só o que me faltava.

Poxa! Você podia pensar bem. Tivemos uma relação de anos.

Sim. Tivemos. E foi o meu pior erro. Tenha uma boa noite Jéssica.

Mas....

Desliguei o celular imediatamente. Jéssica estava muito enganada se achava que íamos voltar a namorar. Poderia até perdoar ela, mas ter relações afetivas não. Nunca, mais seria a mesma coisa. E adormeci tranquilamente.

Sorte no Jogo Azar no Amor - Completo  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora