Capítulo 9

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Marjorie

Nada como um dia após o outro não, é? Não. Pelo menos não quando alguém que você menos espera resolve bater na sua porta.

Dias depois do jantar na casa de Amélia, eu estava sossegada em minha casa hora ia trabalhar com a administração do cassino, hora ficava em casa com meu filho. Mas num belo domingo dia cujo eu amaria acordar tarde fui incomodada logo pela manhã. As incomodas batidas na porta e o barulho da campainha me fizeram despertar. Olhei o relógio e eram quase 9:30. Deduzi que era Júlia louca com os preparativos finais do casamento.

Nicholas devia estar dormindo, pois quando acordava antes de mim fazia questão de ir pessoalmente ao meu quarto me chamar. Levantei-me e peguei um robe de seda dei uma leve arrumada nos cabelos e corri até a porta. Sorri imaginando a euforia de Júlia. Assim que abri a porta para meu desgosto e surpresa não era bem quem eu esperava era Alejandro. Ambos os sorrisos se desmancharam ao nos olharmos.

Eu repensei meu conceito sobre ele durante os dias que passaram, talvez ele não fosse tão insuportável. Mas ele não precisava aparecer na minha casa, o fato era eu estava passando vergonha de novo por estar totalmente desengonçada.

— Estou achando que está querendo me provocar Marjorie— Falou me observando e caindo na gargalhada.

— Quer me dizer o que está fazendo aqui a essa hora — ignorei suas gracinhas e falei.

— Não acredito que você dorme tanto — Bufou e revirou os olhos.

Observei-o era injusto que tão cedo ele estivesse tão arrumado. Mas o que chamou minha atenção foi algo que ele segurava e havia no interior de sua jaqueta de couro. Me perguntei: Que diabos era aquilo? Alguma arma? Senti um desespero.

— O que é que você tem aí dentro dessa jaqueta?

— Um abdômen malhado, quer ver?

Me irritei com suas gracinhas.

— Ouça, eu não costumo ter paciência pra esse tipo de piadinha.

O desgraçado riu mas parou ao ver minha cara de seriedade.

— Vim falar com seu filho...Nicholas está? — Olhou dentro da casa o procurando.

— Está dormindo.

Ele pensou um pouco.

— Certo. Eu volto em outro momento.

Mesmo contra minha vontade, pensei que seria falta de educação não convidá-lo a entrar. Já estava ali mesmo. E bem...eu queria saber o que era "aquilo".

— Espere. Quer entrar e aguardar ele não demora a acordar. — Gritei e ele se virou voltando para a porta.

— Tudo bem então.

Sorriu de leve e dei passagem para que entrasse. Depois que ele se sentou perguntei:

— E será que posso saber o que quer com Nick?

Cruzei os braços esperando uma resposta. Meu corpo reagiu ao sentir seu olhar sobre meus seios, Alejandro Aproximou-se abrindo a jaqueta lentamente.

— Ah...é. .um cachorro! — Exclamei surpresa.

Era um animal fofo e pequeno. Até que gostei da atitude dele em agradar meu filho.

É. Achei que ele fosse querer um. Á alguns dias estou trabalhando na clínica veterinária de Leonardo, e quando olhei esse filhote me lembrei dele.

Prestei atenção no que dizia e Alejandro deu um sorriso torto. Eu havia gostado daquele simples gesto. Mas o que está acontecendo comigo? Estou ficando louca?

Já parou para pensar, na bagunça que esse animal vai causar? — Indaguei e ele me olhou...indignado.

— Será que simplesmente você não consegue parar de ser insuportável? Elevou seu tom de voz e eu recuei um pouco para trás.

— Alejandro — Nicholas nos interrompeu.

— Nick! — Ele olhou em direção ao garoto e aliviou um pouco a tensão. — Eu trouxe uma coisa pra você. Lembra que eu perguntei se você queria um cachorro?

Ele assentiu sonolento e correu em direção ao filhote. Não foi difícil entender que Nicholas havia adorado o cachorrinho.

— Eu gostei muito dele— Disse com a voz manhosa.

— Qual nome você escolhe para ele?

Nick pensou um pouco decidindo.

— Scott. Mamãe podemos ficar com o Scott? Por favor!
— Suplicou Nicholas e Alejandro me olhou como se esperasse um sim.

— Querido, tio Ângelo tem alergia, lembra? — Me aproximei de Nicholas e o vi ficar triste.

— Mas mãe...O tio Ângelo não vai ficar bravo comigo.

Fechei os olhos e respirei fundo.

— Tudo bem. Desde que não cause tanta bagunça — Alertei e ganhei um abraço apertado de Nicholas.

— Obrigado Alejandro — Nicholas abraçou as pernas dele. Alejandro era bem alto
dificultando um pouco. Mas incrivelmente ele pegou Nicholas no colo.

— Cuide bem do Scott. Não deixe sua amada mãe, machucá-lo! — Murmurou num tom baixo, mas o suficiente para que eu ouvisse.

— Mamãe não vai fazer nada com meu cachorrinho.

— Pronto Nicholas! Agora vá tirar esse pijama e vestir outra roupa. — Nicholas fez um biquinho e pegou o cachorro que estava no sofá.

Meu amado sofá.

— Mas mãe, você também tem que tirar seu pijama — Apontou pra meu robe e eu senti meu rosto pegar fogo ao constatar que Nick estava certo.

— Verdade Marjorie vá tirar seu pijama — Alejandro jogou a cabeça para trás e gargalhou.

Definitivamente essa situação ia longe demais.

— Querido faça o que a mamãe pede, está bom?

Ele resmungou um "sim" e caminhou em direção ao quarto, acompanhado do cachorro.

— E então? — Encarei Alejandro com seriedade e as mãos na cintura.

— O que? — Se fez de desentendido — Quer alguma coisa?

Já estava me cansando de sua cara de pau. Então me aproximei dele sem me intimidar pela altura e sussurrei.

— Eu que lhe pergunto, mais alguma coisa?

Ficamos nos encaramos e cometi o erro de descer os olhos para sua boca entreaberta. Seus lábios rosados pareciam tão macios e convidativos que por um segundo pensei em beijá-lo.

— Não...preciso de mais nada. Já estou de saída...Até breve Marjorie — Ele tinha a respiração falha e a voz mais rouca. — Foi um prazer revê-la.

— Até breve?!

Tentei colocar meus pensamentos em ordem. Em pleno domingo de manhã e eu totalmente confusa sobre os últimos acontecimentos.

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