Capítulo 37

28 2 1
                                    

A professora de biologia passa um trabalho pra fazermos em grupo, sobre meio ambiente. Acho legal, tenho várias ideias criativas na cabeça, penso em plantar uma árvore no jardim da escola e acompanharmos o desenvolvimento dela; talvez seria interessante mas não gosto de fazer trabalhos em grupo por que eu sou sempre a que faço tudo, acho que é por isso que todos me procuram para formar um grupo comigo.
Todos os alunos vão a um lugar específico para elaborar o trabalho, e eu e meu grupo vamos ao jardim da escola para pensarmos em minha ideia.
- Podemos plantar uma árvore não tão grande como a aleluia. Além de ser de porte pequeno, ela se desenvolve rápido.
- Eu apoio!  
Diz Leonardo.
- Então vamos ir planejando durante a semana.
Ficamos algum tempo verificando o lugar exatamente onde iríamos plantar e se a professora iria aceitar nossa ideia.
Repentinamente sinto uma forte dor no estômago, uma dor aguda, me distancio de onde está meu grupo e vou em direção ao banheiro da escola; minha cabeça começa a girar e tenho uma imensa vontade de vomitar.
Me sento no chão do banheiro sentindo muita dor, tenho vontade de vomitar mas não consigo; então a única ideia que me vem na mente é forçar um vômito. Depois que consigo vomitar me sinto um pouco melhor e a sensação de tonteira aos poucos vai passando, mas sinto que estou tremendo bastante e me vem uma forte dor de cabeça.
Quando saio ainda meio zonza acabo me esbarrando em alguém.
- Cuidado! O que você tem Maria Clara?
Ana me pergunta preocupada.
- Oh desculpe! Eu estou bem.

Saio andando apressadamente até minha sala.

Espero que Ana não tenha desconfiado que não estou bem. Eu havia parado de forçar vômito mas hoje foi mais forte do que eu, a comida que eu comi acabou não me fazendo bem e tive que colocar para fora. Parece que meu estômago se acostumou a eu me alimentar e depois vomitar, é uma sensação péssima e sinto que estou dependente disto.
[...]
- Você acredita que o Rodrigo se mudou daqui?
- Sério? Mas por que?
Diz Sofia espantada.
- Pois é, ele disse que foi morar com uma tia. Mas sei lá eu penso que ele foi por minha causa. O que você acha?
- Ah não sei, mas se ele foi por isso ele é um babaca. Eu não mudaria de escola por causa de um garoto.
- Eu fiquei bem triste mas... talvez a relação entre mim e Pedro melhore depois disso.
- Espero que sim. 

Eu ainda estou com a ideia de que Rodrigo se mudou por minha causa; foi muita coincidência ele ter ido logo depois de eu ter começado a namorar com Pedro. Mas sinceramente se for por isso eu já nem ligo mais, se ele foi é por que pensou que seria melhor para ele, ou talvez nem seja nada do que eu estou pensando.
[...]
A moça que vai me doar o cachorrinho me ligou hoje a tarde perguntando se eu realmente iria querer pega-lo e eu disse que assim que desmamasse era para entrar em contato comigo. Ela me mandou uma foto deles, e são todos lindos; não são de raça mas eu creio que o Sr Donavan irá ficar contente com ele, até por que é muito fofo.
Espero que eu não seja inconveniente fazendo essa ação. Mas eu só quero deixá-lo feliz já que o Floquinho faleceu, e agora ele é um senhor muito solitário. 
Fico me lembrando de quando eu era mais nova e o Sr Donavan ganhou o Floquinho; a esposa dele ainda era viva e os dois ficaram muito felizes com a chegada do cachorrinho; ele era um pestinha, gostava de rasgar os lixos de toda a vizinhança e deixava o velhinho muito bravo. Depois de um tempo a Sr Alice faleceu deixando apenas seu marido e seu cachorro; o Marido ficou a muito tempo em estado de extrema tristeza e a única coisa que o alegrava era Floco com suas travessuras.

[...]
Eu e Pedro estamos sentados no tapete da sala de sua casa jogando vídeo game; Pedro é um verdadeiro gamer, já eu ainda sou bem desastrada em jogos. Fico com muito raiva dele ficar zombando de mim por não saber jogar um jogo tão bem quanto ele, mas com um tempo de prática irei ficar boa ou até melhor que ele.
- Haha ganhei de novo!
Ele diz agitado.
- Aff, você sempre ganha! Isso me desanima.
- Eu vou te ensinar a ser uma mestra dos jogos; mas não agora por que já me cansei, vamos fazer outra coisa.
Ele me pega pelas mãos e me leva até a cozinha.
- Você gosta de Arepas? Ele me pergunta.
- O que é isso?
- É quase um bolo de farinha de milho. Um prato colombiano.
- Legal, eu nunca comi.
- Então vamos comer hoje, você vai gostar. Tem algumas massas pronta aqui, só falta rechear, quer me ajudar ou só olhar? 
- Acho melhor eu só ficar olhando mesmo.
Digo lhe dando um sorriso.

Enquanto Pedro recheia as arepas observo um quadro bem bonito que tem pendurado na parede; há fotos dele e de sua irmã Elisa quando eram mais novos, Pedro parecia ter uns 10 anos nas fotografias e Elisa ainda era bebe.
Eu acho muito bonita a relação entre irmãos, vejo que Pedro trata Elisa com muito carinho nas fotos.
Eu sempre quis ter mais irmãos, as vezes ser filha única é tão deprimente por que não tenho ninguém para dividir minhas maquiagens, ou um irmão que pegue no meu pé quando eu namorar com algum garoto.

- Oi Maria Clara.
Elisa me pega distraída olhando as fotos.
- Oi Elisa. Como está?
- Bem. Você e o Pedro estão namorando?
- Hee... Sim estamos, por que?
- É por que fui na cozinha e Pedro estava preparando arepas para você. Ele é péssimo na cozinha, não faria isso para qualquer garota.
Você é muito bonita.
- Obrigada. Você também é um princesinha.

Fico feliz em saber que Pedro está tentando me agradar; apesar de ele ser muito ciumento e ter os defeitos dele eu vejo que a todo momento está tentando me deixar feliz. E são essas pequenas coisas que eu dou mais valor, coisas simples mas que são feitas com o coração. Por isso quis dar uma chance a Pedro, queria que ele me mostrasse o que ele é, e tavez eu acabe me apaixonando por quem ele é.

Quando Pedro termina, ele me chama para comermos e me conta sobre como foi seu dia.

[...]
Estou sentada em frente ao computador fazendo um trabalho que o professor pediu para a próxima semana.
Minha mãe e meu pai saíram, esta apenas eu em casa; gosto de fazer algo que me prenda a atenção quando estou sozinha, por que eu acabo não pensando em coisas ruins; mas quando estou sozinha e sem nada para fazer os pensamentos ruins acabam tomando conta de minha cabeça; eu não sei o que é isso, é estranho.

Quando me levanto para ir tomar uma xícara de café, meu celular toca e acabo me queimando com o susto que tomei. Atendo o celular e Sofia está nervosa ao telefone.
- Maria Clara que história é essa de você estar grávida?
- O que? Eu grávida? Quem te disse isso?
Acabo ficando tão nervosa que deixo a xícara cair ao chão, que acaba cortando meu dedo do pé.

- Aí! Acabei de cortar meu dedo. Venha até aqui e conversamos sobre isso.
Digo para Sofia e desligo o telefone.

Tiro o pedaço de vidro que ainda está preso em meu dedo, e pego um guardapo para limpar todo o sangue que está sobre o piso.

Eu MesmaWhere stories live. Discover now