Capítulo 6

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LUKE

Eu me sento no banco de frente ao balcão e peço ao barman uma dose dupla de uísque. Fico observando a garota que me enfeitiçou. Como ela é linda! Estou definitivamente ferrado, preciso tê-la! Ela dança super bem e tem uma energia a envolvendo que é impossível desviar o olhar.

Alguns minutos se passam, até que ela para de dançar e encaminha rumo ao bar. É agora ou nunca! Preciso puxar uma conversa. Mas, paraliso no lugar de novo. Puta que pariu! Ela está me encarando. E seus olhos... Meu Deus, que olhos! Será que isso sempre vai acontecer?! Em menos de três horas, ela já me fez esquecer o resto do mundo duas vezes com esse maldito olhar.

Só saímos do transe quando o barman pergunta sobre a bebida que ela vai querer. Com isso, arrumo a minha desculpa perfeita para começar a conversa. Ela pede uma água e uma ice, e eu uso meu tom zombador fodão da banda. Sempre dá certo.

− Humm... Então, ela gosta é de Ice. Nada de cerveja presumo. _Digo na maior cara de pau, acho que eu sou um sem noção, mas estou nem aí. Eu sou assim mesmo.

− Oi?! Desculpe, o que disse?_ eu a deixei abalada, tenho certeza disso. Posso sentir pelo seu tom de voz, e como seu corpo reagiu a mim também.

− Você parece ser daquelas que só bebe Ice.

−Na verdade, não. Mas é verdade a parte da cerveja: não curto. Prefiro vodca, tequila ou caipirinha, às vezes.

− Aliás, prazer, meu nome é Luke! E como deve ter percebido, sou o vocalista da banda. E o mais lindo também._A arrogância reinou. E daí, cara, eu posso. Sou isso tudo e mais um pouco.

−Ai, como ele é modesto! Desculpe!

− Não precisa se desculpar. Só estava brincando. Mas você está certa, fui "super modesto" agora. Só estava querendo não ser previsível para chamar sua atenção._ Ah, ta bom que era só por causa disso! Claro que não, porra! Entretanto, como eu a queria na minha cama, não podia ser tão babaca assim nos primeiros minutos de conversa.

− Tudo bem, sem problemas! Até porque você deve usar essa com todas...

− Na verdade, não. Nunca precisei. Mas achei que com você seria preciso. _ digo isso com sinceridade. Sabia que com ela seria diferente e que eu teria que lutar por sua atenção, mesmo sabendo que ela sentiu o mesmo que eu.

− Ok! Acho que vou voltar e encontrar as meninas.

− Primeiro, diga pelo menos o seu nome... Porque seus olhos, eu nunca mais irei esquecer.

− Sou Anabelly Freitas! Prazer também, Luke. Tchau!

Ela vira as costas para mim para ir embora, como se eu fosse qualquer um que encontrou numa baladinha qualquer. Que mulherzinha petulante! Ela não conhece nada sobre mim ou sobre a banda, e é claro que, se conhecesse, teria sido diferente. Fico tentado a ir atrás dela e fazê-la prestar atenção em mim, roubando um beijo daquela boca atrevida e deliciosamente tentadora.

Então decido vê-la dançando com suas amigas. Que tortura não poder tocá-la ou dançar com ela! Percebo, que de vez em quando, seu olhar recai sobre mim, mas sempre que faz isso, disfarço para não encará-la e desvio os meus olhos para algum ponto ao longe. Eu não posso me perder nesse olhar. Não posso!

Eu me pergunto: "Veí, na boa, você tem fissura por olhos?" E sabe qual é a resposta? Um grande e terrível NÃOOOOOOO. Luke, o metido cantor, nunca havia se encantado por causa de um olhar, nunca mesmo. Olhar é importante, eu sei, pois é através deles que vemos o que a outra pessoa está sentindo ou se está mentindo. Ou seja, é muito importante, mas nunca foi o meu ponto de atração principal numa mulher. Mas o olhar dela é diferente... Ele me atrai. Parece ironia, né? Porque combina perfeitamente com o nome da minha banda. O universo deve estar de gozação com a minha cara, só pode.

Não aguento mais só observá-la e, para que eu não faça a besteira de ir abordá-la, decido ir embora. Antes, vou procurar Charles e pedir sua ajuda para tentarmos descobrir, através de suas fontes, mais informações sobre ela.

− Cara, preciso falar como você!_ Digo assim que o encontro num canto conversando com umas mulheres. Se não fosse essa tal de Anabelly Freitas, eu estaria aqui com ele, aproveitando a noite.

− Ah, cara, justo agora que a conversa está fluindo?! Você só sabe atrapalhar, seu empata foda.

− Larga de tolice! Não estou empatando nada. É coisa rápida! Preciso de um favor seu, e é pra ontem isso.

− Tá, ok! Desembucha, Luke! Quando fala assim, é algo que está te incomodando. Tem a ver com alguma mulher, né?

− Tem, sim. É aquela do começo do show. Sei que você percebeu o que aconteceu.

− Putz, cara! Achei que já estava pegando a mulher. Ela não te quis, foi? Pensei que já estivesse no papo...

− Não é isso. Ela é diferente, algo me chama atenção e eu preciso descobrir o que é.

− Perdi meu cantorzinho metido a fodão! Já vi tudo.

− Larga de besteira! Escuta, o nome dela é Anabelly Freitas. Quero que descubra tudo a respeito dela, mas primeiro, o telefone. E rápido!

− Está bem, isso é fácil. Vou falar com uns dos caras que era da faculdade. Ele descobre isso pra mim, já que me deve uns favores. Amanhã te passo isso.

− Ok, mano, valeu! Vou nessa! A noite pra mim já está encerrada. Essa mulher acabou com minha sanidade. E vê se cala essa boca! Não fala nada para aqueles pau no cú porque vão zoar com minha cara.

− Vai lá, cara! Tenho coisas mais importantes pra fazer no momento do que ficar aqui com você._ Fala isso olhando, com aquele olhar que ele acha que é sedutor, para as gatas que estão em um canto.

Larga de ser ridículo! Esse olhar não ganha ninguém. Aprenda com o mestre... _ Faço o meu melhor, jogando charme para as garotas. Elas se derretem na hora, e Charles fica puto da vida.

− Sai fora, seu cantorzinho barato, você não quer comer ninguém hoje! Então vaza e me deixa com elas.

Saio gargalhando daquele filho da mãe e vou embora para meu apartamento. Preciso dormir e ver se assim esqueço um pouco essa loucura toda. Amanhã irei atrás de Anabelly e, se eu não conseguir ficar com ela, troco meu nome. Mentira, Luke Martins sempre consegue o que quer.

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PS: capítulo 7 vem com uma participação especial de uma pessoinha bem especial, quem será?! 

Aqueles Olhos (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now