Capítulo 4

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LUKE

Final de mais um show. Vou embora logo porque amanhã tem aquela bendita reunião que meu pai inventou. Só espero que dessa vez não me venha querer me convencer de largar minha banda para ser um CEO como ele e meu irmão. Isso é para eles, não para mim.

Bem que tentei, juro que tentei. Entrei para faculdade de administração de empresas como ele queria, mas não era para mim. Então decidi montar minha banda com os caras, e minha parte na empresa ficou para meu irmão Felipe administrar. Ele sim, parecia com meu pai. Lógico que não foi fácil, até hoje minha decisão não é aceita. Mas eu não estou nem aí. Meu espírito é livre. Amo a música e é isso que me faz feliz.

Ninguém me leva muito a sério por eu viver a vida do meu jeito, porém como nunca me importei com o que pensam, que se fodam! Mas se tem uma coisa que eu aprendi com os meus pais e levo comigo, é o amor. Amar e conquistar as coisas sem passar por cima de ninguém. É isso mesmo, deve estar pensando: "sobre o amor?".

Não estou pensando em vida amorosa agora. Mas não posso deixar de me lembrar que eles me ensinaram a não enganar as mulheres, sendo sempre sincero. Disseram também que, quando eu achasse a garota certa, saberia na hora. Assim como foi com o meu pai.

E é assim que sou, sempre franco. Não namoro. Fico apenas uma noite ou, às vezes, por algumas noites e, olhe lá. A mulher tem que ser muito boa na cama para que eu queira repetir a dose, se é que me entende. Todos me acham um galinha, típico roqueiro. Fazer o que se ainda não achei a mulher certa, aquela que meus pais falaram...?

Agora são meia noite e meia e eu coloco só uma cueca boxer depois do banho e vou dormir. Poderia ter ido embora do show com uma mulher, mas não estava com cabeça. Hoje, devido a bendita reunião, vou precisar dormir cedo.

Acordo às seis da manhã. A reunião com meu pai é às oito horas, então tenho tempo de ir à academia e tomar café. Faço um treino mais leve porque hoje à noite tem show e não quero me cansar muito. Volto ao meu apartamento, que fica de frente para a praia e me presenteia com uma bela visão da orla. Tomo meu café e me arrumo para a reunião. Bora ver o que meu pai quer! Pego meu Mustang preto na garagem. Hoje vou de carro para deixar minha mãe mais tranquila. Ela se preocupa quando me vê de moto.

Chego a casa deles na hora certa e, quando entro, minha mãe já vem me abraçar.

− Filho, que saudades! Faz dias que não aparece.

− Desculpa, mãe! Como a senhora está?_ tenho que vir visitá-la mais vezes.

− Estou melhor sabendo que meu filho está bem. Vamos, seu pai está à mesa de jantar esperando para falar com vocês.

− Todos já estão aqui?_ Pergunto enquanto vamos para a sala de jantar. Meu pai gosta de fazer reuniões lá.

− Sim, só faltava você.

− Bom dia, pai!

− Bom dia, filho!

− Bom dia, maninha!_ abraço minha irmã caçula. Ela é o xodó da família.

− Bom dia, mano! Tava com saudades, você sumiu!_ fala fazendo biquinho.

− Vamos parar de manha porque eu te ligo toda semana e você sempre pode ir ao meu apê...

− Tudo bem. Mesmo assim, sinto sua falta.

− Mano, tudo bem?_ pergunta Felipe me dando um tapa na nuca para variar. Faz isso desde a adolescência.

Aqueles Olhos (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora