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Aproveitem, amores. ❤

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Louis.

Minha vida antes da doença era cercada de certezas. Cresci como um garoto comum. Cometendo erros comuns, experimentado tudo que atiçava minha curiosidade. Me apaixonando, me enganando, mas sempre certo do que queria e do que deveria fazer para alcançar todos meus objetivos. Faculdade, trabalho, tudo. Mas, a doença tirou isso de mim. Tirou a certeza dos meus dias. Tirou a minha tranquilidade de acordar de manhã, preparar o meu chá, seguir para meu consultório e ajudar as pessoas que precisam de mim. Eu não dirigia mais por medo de passar mal e causar um acidente machucando outras pessoas. Meus pacientes se reduziram. Continuei ajudando apenas aqueles casos mais antigos e muito mais delicados, pessoas que precisam realmente de mim. Logo, não foi surpresa alguma quando eu caí no meio da sala com uma dor dilacerando meu corpo.

Minha sorte que nos últimos dias Ed e Perrie decidiram dividir o apartamento comigo. Levantaram essa oferta para mim com o argumento vago que meu apartamento ficava próximo ao hospital, o que ajudaria nos dias que eles precisassem ficar de plantão no turno da noite, mas eu sabia que esse era o menor dos problemas. Era nítido que o real motivo para eles decidirem morar comigo é o medo de me deixar sozinho e não conseguir lidar com situações desse tipo, já que agora Zayn não estava mais morando comigo. Me sinto um peso morto para eles, mas no fundo, não consigo negar alegria que me invade por ter eles ao meu lado.

Estava na ambulância com Ed ao meu lado segurando minhas mãos. De imediato injetaram uma medicação na veia para amenizar a dor. Eu me sentia melhor, conseguia até mesmo sentar, mas óbvio que não poderia fazer ou questionar qualquer ordem dada por Ed. Ele ainda estava de pijama, os olhos inchados e cabelos desgrenhados. Ainda não sei bem como ele conseguiu acordar, segundo ele, sono de enfermeiro não é lá um dos mais pesados. Perrie ainda estava dormindo em casa, pois tinha passado a noite no hospital. Ed me certificou que iria ligar para ela assim que chegasse no hospital e pudesse trocar de roupa. Poucos minutos depois estávamos no hospital. Ed me levou até a emergência, onde logo Dr. Webber foi chamado.

"O que houve, Ed?" - Richard se aproximou com aparência cansada, mas sempre com um sorriso paternal nos lábios.

"Não sabemos. Quando acordei Louis estava caído no meio da sala chorando. Segundo ele uma dor muito forte no abdômen." - Os médicos sabiam conversar apenas por olhar. Ed podia não ser um médico de fato, mas trabalha há tempos com Dr. Webber para saber fazer essas conversas enigmáticas. Poderia não ter feito nenhum exame, mas com toda experiência que eu tenho nesse hospital e por conhecer bem os dois, já tinha noção que nada de bom iria vir.

"Tudo bem. Dra. Nelson! - Uma interna de cabelos longos negros e olhos castanhos se aproximou da minha maca, sorrindo de forma meiga para Ed - Leve Louis para fazer todos os exames. Quero detalhes do que está acontecendo no corpo dele. O mais rápido possível."

"Pode deixar, Dr. Webber." - Ed apareceu com uma cadeira de rodas onde com dificuldade me ajudou a sentar. Estremeci ao levantar e sentar na cadeira, por mais que estivesse recebendo remédio para amenizar a dor, ainda me sentia como se um carro tivesse passado por cima do meu abdômen.

"Você precisa que eu avise ao Harry?" - Ed se abaixou ao meu lado, ao passo que Richard de afastou de nós, atendendo outros pacientes. A Dra. Nelson fazia alguma anotações no meu prontuário, inerte a nossa conversa.

"Não queria, mas acho que vai ser preciso. Não precisa ser um gênio para perceber que vou precisar de algum procedimento, mesmo que não seja cirurgia. Então peça a ele pra assinar os formulários autorizando o uso do seguro, por favor. - Ed acariciava minha bochecha com um olhar amedrontado - Ei, eu vou ficar bem, ok? Avise Perrie também, pois se ela acordar e não nos encontrar em casa com certeza vai ligar para polícia."

How To Save A Life l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora