Capítulo Onze

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A área que forma a City de Londres, uma das mais ricas do mundo fica fantasmagoricamente deserta aos sábados. As lojas, cafés e bares fecham, as calçadas lotadas de executivos usando ternos de segunda a sexta ficam vazias e os prédios comerciais, abandonados, exceto pelos responsáveis pela segurança e um ou outro visitante de fim de semana como ela mesma. 

Bella estava preparada — um pouquinho — para o encontro com Susan e enquanto digitava o código de segurança na porta do escritório, imaginava nervosa, como as coisas iriam correr. 

Ela estava 15 minutos adiantada, mas Susan já estava lá, em seu escritório, com a cadeira virada para a janela. Para variar, Susan não estava ao telefone. Bella disse um olá cauteloso. A cadeira girou e Susan ficou de frente para ela. 

— Oi, Bella. entre — a voz de Susan estava neutra, mas Bella ponderou se não tinha cometido um erro com as roupas que estava usando quando viu sua chefe vestida profissionalmente, com um suéter de gola olímpica bege sendo a única concessão à informalidade. 

— Oi — Bella respondeu desnecessariamente. 

— Sente-se. — Com um sorriso fraco, Susan indicou a cadeira. — Bom, há uma bomba e tanto que você despejou em cima de nós ontem à noite. Mas pelo menos você não tem um problema de peso. 

O que era aquilo? A tentativa de uma piada? Bella não sorriu, simplesmente disparou seu discurso planejado: — Susan, eu amo o que faço. Adoro trabalhar com você. Pretendo usar alguns meses de licença maternidade e voltar direto para cá. Isto é o que eu sempre quis fazer. 

— O quê? Ter um bebê? — Susan perguntou. 

— Não, ser consultora da melhor equipe do país. — Bella fez uma pausa e acrescentou: — Você sabe que eu não queria filhos quando entrei na empresa. Mas encontrei Don, casamos e meus sentimentos a respeito mudaram. Espero que você consiga entender isto. 

— Bom, eu não quero ser enrolada, Bella. Você está aqui, prometendo que vai voltar direto para o trabalho, trabalhando tão duro como agora, mas isto é uma declaração realista? — Susan perguntou rispidamente. — Vou fazer com que seja realista — Bella respondeu. — Vamos ter que tirar você do projeto da Danson. 

"Não vai não, não sem uma boa briga." Bella sentiu sua crista levantar. — Fui eu quem conquistou este cliente, Susan. Eles querem a mim no projeto. Diga a eles que estarei aqui em 1° de agosto. Você me deve isto, não? Susan tamborilou as longas unhas com esmalte bege na mesa e finalmente — Muito bem, 1º de agosto, mas Hector vai com você como número dois. 

— Está bem. — Não estava nada bem, mas agosto estava muito longe no calendário. Ela iria se preocupar com isso quando chegasse lá. 

— OK, bom, estou impressionada com a sua garra — Susan disse. — Vamos ver como as coisas caminham. 

O assunto parecia encerrado, de modo que Bella abriu seus arquivos e começaram a conversar sobre o Grupo Merris. Ela ouvia Susan dizia e aprendia. Sua chefe foi brilhante, como sempre. Bella tinha duas semanas de férias de fim de ano. Não iria voltar a trabalhar na Merris antes de 3 de janeiro, enquanto Don só tinha folga no dia de Natal e em 1º de janeiro, mas ela iria estar muito ocupada para notar, foi o que disse para si própria. 

Tinha feito uma lista de "coisas a fazer" para as férias, tipicamente ambiciosas: comprar presentes de Natal, roupas de gestante e uma casa (bom, pelo menos começar a procurar uma). Também queria mudar de hospital, o setor de ultra-som a influenciara na decisão com sua sala de espera de Terceiro mundo e sua equipe completamente estressada. Fodam- se todos, ela iria para um hospital particular.

 Mas, antes de tudo, precisava relaxar, de modo que terça-feira ia ser o dia de compras. Tania iria tirar o dia de folga para irem fazer compras juntas. 

Uma cama para três Onde as histórias ganham vida. Descobre agora