Capítulo Cinco

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Foi um choque quando ela verificou novamente as datas e não havia mais dúvidas a respeito: sua menstruação estava cinco dias atrasada. 

Passou na farmácia na hora do almoço e comprou um teste de gravidez, sentindo o pânico aumentar quando pagou pelo produto no caixa e colocou o pacote na pasta. 

Às 18 horas não agüentava mais de tensão, mandou um e-mail coletivo para os chefes, dizendo que iria se encontrar com um cliente em potencial, e foi embora. 

Foi correndo para casa, doida para fazer o teste. Quando finalmente chegou e abriu a porta, estava tão desesperada para acabar com o suspense que foi direto para o banheiro. Jogou a pasta e a mala do laptop no chão e pegou a sacola da farmácia. OK, fazer xixi no tubinho, esperar um minuto para saber o resultado. Nada de muito complicado. 

Bom, e depois de fazer xixi no tubinho, deveria ficar sentada de olho nele por um minuto ou virá-lo ao contrário e esperar? Optou por virá-lo. Olhou para o relógio de pulso: não havia um ponteiro de segundos, ia ter que contar. Subitamente, sentiu-se incapaz de respirar, o que dirá contar. Levantou-se, vestiu a calcinha, alisou a saia e a jaqueta e pendurou o casaco no gancho na porta do banheiro. Merda, já deveria ter dado tempo. 

Ao esticar os dedos para pegar o tubinho, percebeu que as mãos tremiam. Ela virou-o e lá estava ela, a segunda linha azul que significava positivo. Ficou absolutamente chocada. Sentou-se novamente no vaso sanitário com o resultado nas mãos e ficou olhando fixamente para a linha. Sua cabeça ficou vazia. Ela pensava que queria um bebê... mas será que queria mesmo? Agora? A partir de agora... chegando provavelmente em nove, não, meu Deus, oito meses? E assim? Sem que Don soubesse? Ah, meu Deus, isto não parecia correto. 

Chocada demais para chorar, enfiou o tubo do teste na embalagem e foi para o quarto, onde o escondeu em uma gaveta. Ouviu o celular tocando e foi procurar a pasta. 

— Olá — ela disse, tentando soar animada. — Oi, querida, sou eu — respondeu Don. — Olá, você está vindo para casa? — Sim. O que vamos jantar? — Não sei, não pensei nisso ainda. — Temos alguma coisa na geladeira? — Vou olhar. Como foi seu dia? — ela perguntou a caminho da cozinha. — Nada mau. E o seu? — Foi OK. Vamos ver... temos peito de galinha, alguns pimentões, cebolas. Acho que temos macarrão. Isto serve? — Está ótimo, vejo você daqui a pouco. — Tchau. — Tchau. Bella estava tão distraída naquela noite que Don ficou preocupado em saber se ela estava bem. 

— Apenas cansada — era a resposta toda vez que ele perguntava. 

Mas parecia incomodada e inquieta demais para uma pessoa cansada. Finalmente, disse que ia tomar um banho de banheira e deitar cedo, mas ele percebeu que ela levara laptop para o banheiro. Cerca de uma hora depois, ele foi dar uma olhada nela e a encontrou na cama, olhando fixamente para a tela. 

— O que há de errado? — ele perguntou gentilmente. — É o trabalho? — Não, não. — Ela o olhou com uma expressão surpreendentemente séria. —Estava mandando um e-mail para Jenna... 

você sabe quem é, minha amiga em Nova York, mas não estou conseguindo escrever direito, não flui. — Ela deu um sorriso forçado. 

— Como vai ela? — Don perguntou. 

— Muito bem. Arrumou um emprego novo sensacional e vai mudar para a Califórnia. Parece que o namorado vai Junto, mas acho que ela está um pouco assustada. Mandou-me um e-mail outro dia, perguntando sobre você e o casamento, e como ela poderia saber, você sabe, se ele é o Rapaz Certo... — A voz de Bella sumiu. 

— Sei, sei, e você está sentada aqui, sem saber o que dizer sobre nós dois? — Don sorriu para ela. — Vamos, chegue para lá, eu sou o mestre das palavras. 

Uma cama para três Onde as histórias ganham vida. Descobre agora