trois

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Adrien POV

Espiar não é algo politicamente correto realmente, ainda mais para um herói de Paris. Mas era necessário a partir do momento em que Marinette e Félix se encontravam juntos. Oh, não era apenas questão de ciúmes.

— Aproveita que está dando uma de stalker ao invés de modelo e me dá um queijo. — Plagg se pronunciou repentinamente de meu casaco me assustando.

— Estamos em público! Sabe que não pode agir assim. — falei discretamente. — Depois lhe dou. — conclui por fim voltando a olhar para os dois.

Plagg até tinha razão em partes, e isso não é certo. Porém me preocupo verdadeiramente com ela e com que pode vir a sofrer por Félix. O conheço mais do que ninguém, com exceção do meu pai já que os dois são muito parecidos. Não gostar do irmão é errado, mas tenho meus motivos. E um deles é saber seu plano com Marinette.

Era mais do que uma simples disputa, envolvia muito mais... principalmente nosso passado.

Por sorte me mantive perto: duas mesas depois com um jornal sobre rosto e conseguia ouvir algumas sentenças da conversa pelo quase silêncio do pouco movimento. Só estava eu, os dois e um casal no estabelecimento. Prestando atenção a cada gesto ou minhas tentativas de leitura labial quando precisas, descobri que Marinette no mínimo o adorava.

Seus olhos azuis brilhavam a cada palavra, encantados por suas mãos juntas em cima da mesa, as bochechas coradas e o constante sorriso tímido e ao mesmo tempo feliz em seus lábios rosados.

Ótimo.

Desconfiava há um bom tempo, mas não queria aceitar desde que ele começou a me importunar com aquele sorrisinho irritante já exalando vitória.

— Sabe, desde que nos conhecemos venho ficado completamente fascinado por você... — disse colocando uma mecha detrás de sua orelha, fazendo questão de deixar seus rostos próximos, e se ajeitando em sua cadeira novamente. — Lembro-me de quando Nathaniel foi akumatizado por sua causa... não gostei nada.

"Nem eu".

Depois de seu breve momento hipnotizada e avermelhada, começou a gargalhar docemente.

— Claro, de um vilão ninguém gosta! E na verdade foi de Chloe que ficou com raiva.

— Sim, mas ela o irritou porque ele gostava de você! — atingiu um tom mais duro a espantando. — Desculpe, já disse que não gostei disso.

Está começando a se mostrar...

— Esse macaroon está delicioso, não quer um pedaço? — mudou de assunto oferecendo o alimento em mãos, sendo negado.

— Não, obrigado.

E então ficaram em silêncio. Seria errôneo se dissesse que não sorri. Uma hora ela irá saber a verdade.

Mas eu devia estar tão distraído com eles que não observei duas garotas ao meu lado olhando fixamente para mim.

Merda.

— Adrien Agreste! — uma praticamente gritou animada apontando e automaticamente chamando atenção de todos, inclusive deles. — Poderia me dar um autógrafo?

Olhei de relance para a mesa deles: Marinette me encarava confusa e já Félix... a fúria era visível.

Tentei — juro que tentei — ser legal com elas, porém minha vontade era de mandá-las embora por estragarem meu plano. Nessas horas eu sinceramente odeio ser modelo e filho de Gabriel Agreste. Autografei um poster publicitário de um perfume na qual fiz, embora com desgosto visto que não gosto de dar autógrafos e pelo constrangimento do momento. Ao menos saíram alegres dali deixando o lugar tenso.

Ela ainda me encarava simpática como sempre, mas meu irmão... irei lidar com a fera em casa.

— Oi Adrien! — sorriu.

— O-oi Mari... — não evitei de sorrir junto.

Mas há alguém para estragar.

— O que faz aqui... irmãozinho? — enfatizou o adjetivo com ironia. Bem sua cara.

— É uma cafeteria aberta ao público, vim comprar algo oras. — sorri falso.

— No entanto você não tinha alguma sessão de fotos para fazer no Louvre nesta manhã? — que desculpa esfarrapada.

— Claro que nã...

Arregalei os olhos surpreso. Havia mesmo um compromisso agora! Esqueci completamente. Mais cedo iria apenas falar com Marinette em seu quarto antes de ir, entretanto essa questão a ver com ela novamente me tirou atenção.

— Pensei que fosse mais organizado Adrien. Acho que nosso pai não irá gostar de saber disso. — seu semblante sarcástico me dava náuseas.

Maldito seja.

— E-eh... acho que ele deve fazer tantas coisas que acaba esquecendo não é? — ela proferiu claramente desconfortável com o ambiente. Tentando me defender, que adorável.

— Não é apenas nisso que ele vem errando. Também adora se meter onde não é chamado.

Cerrei os punhos buscando me controlar. Ele havia ido longe demais, e logo na frente dela.

— Não quero e nem sou obrigado a ouvir seus comentários impetuosos Félix. — me virei para a outra. — Até mais Marinette. — beijei sua bochecha propositalmente e parti irritado indo em direção ao Louvre sem esperar por reações.

"Estúpido!".

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Agora a porrada começa :v. Sim, esse capítulo foi menor, mas importante de qualquer forma.

Espero que tenham gostado!

Half of Person❌MiraculousOnde as histórias ganham vida. Descobre agora