Capítulo 17 - Abraços grátis ❤

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Eu não queria tomar sorvete então apenas subi na pequena ponte de madeira e fiquei observando.

Foi quando de longe vi uma menina com a silhueta de Anna e até os cabelos iguais, ondulados nas pontas e castanhos, a menina estava de costas andando pelo parque bem devagar, assim como ela fazia. Eu apertei meus olhos para tentar enxergar melhor, mas Vitória entrou na minha frente me dando um susto, tentei olhar por cima do ombro de Vitória, mas a moça já havia sumido.

—Tem certeza que não quer? Está muito bom! – Vitória se lambuzou com o sorvete. — O Bernardo gosta do mesmo sabor que eu, não é incrível?

—Tenho, tenho certeza sim – Eu falei meio distante, ainda olhando para a pequena multidão de pessoas mais à frente.

— Você está prestando atenção? – Ouvi sua voz de longe.

— Claro que sim.

— O Vince e a Elise vão casar na Disney.

— Que ótimo.

— Angelina! – Me acordou.

— Aí Vitória, o que é? – Vociferei. — Não está vendo que seu papo não me interessa.

— Eu estava falando do Bernardo. – Suspirou.

— Todo mundo já sabe que você está afim dele. – O rosto dela corou na hora.

— Que mentira! – Esganiçou. — Eu não tô... – Arqueei a sobrancelha. — Está tão na cara? – Afirmei com a cabeça. — Fala bem de mim, por favor. – Pediu.

— Vitória, eu não sou cupido. – Comecei a caminhar para perto das pessoas analisando se achava a garota de antes.

— Faz uma forcinha.... – Me olhou com cara de cachorro sem dono.

— Tá, tá – Falei, mas com intuito dela me deixar em paz.

Quando percebi estava novamente no parque, olhei ao redor procurando, mas não encontrei ninguém, me sentei no banco que havia ali e fechei meus olhos, fiquei mentalizando que ela não estava mais aqui.

— Oi Angelina – Abri meus olhos com uma menina familiar na minha frente — Eu sou a Sky, lembra de mim né? – Ela perguntou e me lembrei da igreja, consenti com a cabeça e me levantei. — Que bom, é... tá tendo uma evangelização ali junto com o pessoal de uma igreja, eu quero ir lá, mas estou com vergonha aí te vi aqui, e...

— Que ótima ideia! – Bernardo apareceu por trás me abraçando.

— Que ótimo! É logo ali... – Ela apontou o dedo para o bolinho de pessoas formado mais adiante. Eu apenas concordei e os segui.

Chegando lá, não vi nenhum rosto conhecido a não ser o da menina no violão, Verônica, mas parecia ser legal, todos estavam com camisas e cartazes com os dizeres: abraço grátis. Olhei ao redor e vários estavam espalhados abraçando as pessoas e, pelo que percebi, orando por elas.

As horas foram se passando e eu não havia percebido, estava muito envolvente aquela evangelização, ajudamos várias pessoas com orações e palavras de confortos, pude perceber o quão debilitada estava essa cidade, necessitada de Deus, tanto ou mais quanto eu, a verdade é que todos precisam d'Ele por mais cristão que seja.

As horas que passamos aqui serviu para minha distração, mas quando já estava quase no fim avistei novamente a menina dos cabelos castanhos enrolados como os de Anna, novamente de contas, mas não ia deixa-la escapar novamente. Fui andando em sua direção, ultrapassando o tumulto formado ali e fui chegando perto, quando me aproximei toquei em seu braço e com um sorriso a virei bruscamente para mim, mas eu estava errada, não era Anna.

UMA CARTA PARA MIMWhere stories live. Discover now